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“O entregador que se dedica seis a oito horas por dia, cinco ou seis dias por semana, ganha dois salários mínimos”,  diz CEO do iFood

Em entrevista a Nizan Guanaes, Diego Barreto afirma: “Nosso negócio tem tudo para ser odiado — não controlamos o tempo de cozinha nem o percurso do entregador. Mas seremos uma marca icônica.”

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Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
CEO do iFood, Diego Barreto.
CEO do iFood, Diego Barreto.

O CEO do iFood, Diego Barreto, revelou em entrevista ao publicitário Nizan Guanaes, durante o programa CEO’s Talk Show, projeto audiovisual de Meio & Mensagem, como a empresa que movimenta mais de 8 bilhões de reais por mês se estruturou para crescer sem perder o foco em quem move a engrenagem: os entregadores, restaurantes e o Brasil profundo. “O entregador que se dedica seis a oito horas por dia, cinco ou seis dias por semana, ganha dois salários mínimos líquidos da despesa da moto ou da bicicleta. E ainda tem um negócio: a flexibilidade”, afirma Barreto.

Além da renda, o iFood se tornou também uma alavanca de educação para esses profissionais. “O iFood hoje é o maior formador do Encceja — Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos — do Brasil. Mais do que qualquer ONG, instituição, empresa”. O CEO também conta que não apenas formam, mas festejam a conquista. “A gente pega todos os formandos, convida eles para poder ir a uma formatura. O que é emocionante é o que acontece nos corredores: a última vez que participei, uma moça me parou no corredor e disse: ‘sabe quantas vezes eu fui presa portando crack? Vinte. O iFood me tirou disso’”, recorda.

Essa visão sobre impacto social não se limita à ponta da entrega. O executivo percorreu 8 mil quilômetros pelo interior do país ao assumir como CEO, para entender de perto os “gargalos”. Foi assim que descobriu que muitos funcionários de restaurantes que assinaram contrato com o iFood não ingressaram na plataforma por não conseguirem ler bem. “A maioria das pessoas que trabalham nesses restaurantes são semi-analfabetas. Criamos, então, uma solução em que basta tirar uma foto do cardápio da parede — e o sistema o sobe automaticamente. Resolvi um problema de uma pessoa que se sentia mal, envergonhada”, relata Barreto.

Com mais de 100 milhões de pedidos por mês, Barreto reconhece que o uso de inteligência artificial é vital, mas reforça que o uso de dados só tem valor se for orientado por comportamento humano e respeito: “Descobrimos, por exemplo, que em dias com muitos jogos de futebol, cai a oferta de entregadores. Eles querem ver o jogo do time deles. Então nossa IA identifica isso e redistribui os pedidos para quem está disponível. O dado, assim, faz o meu negócio funcionar melhor e respeita a intenção genuína da pessoa”.

Mesmo com tantos desafios estruturais do Brasil, o CEO não perde o foco em metas ousadas — e sustentáveis. “Comemoramos 100 milhões de pedidos e já colocamos a meta de 200 milhões. E alguém me perguntou: ‘E se escolherem o Coldplay para tocar no evento?’ Eu respondi: você está pensando num problema que é uma banda XYZ? Sério que é aí que está a sua cabeça? O que eu quero é essa sua risada. É a risada de ‘uau.’ As pessoas começam a acreditar no impossível.”, conta ele.

O iFood lidera rankings como o Love Brands Brasil. Para Barreto, essa conquista tem um motivo claro: “Nosso negócio tem tudo para ser odiado — não controlamos o tempo de cozinha nem o percurso do entregador. Mas seremos uma marca icônica. E isso não é sobre parecer ser. É ser e parecer ser.”

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Redação 55content

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