O Sindicato dos Motoristas por Aplicativo do Estado de São Paulo (STATTESP) divulgou, nesta segunda-feira (15), uma nota oficial expressando repúdio à implementação da modalidade de transporte por mototáxi pela empresa 99.
Segundo o sindicato, a medida agrava as condições de trabalho de uma categoria que já enfrenta desafios significativos, como tarifas consideradas baixas, jornadas prolongadas e a ausência de reajustes tarifários nos últimos seis anos.
De acordo com a nota assinada por Leandro Cruz, presidente do STATTESP, o sindicato critica a falta de diálogo das empresas para discutir melhorias nas condições de trabalho, como reajustes no valor pago por quilômetro rodado.
A introdução do mototáxi é vista pela entidade como um fator que intensifica a precarização do serviço, gerando impacto negativo na categoria.
O sindicato também manifestou preocupação com os potenciais efeitos da modalidade no trânsito de São Paulo, citando o aumento de congestionamentos e o risco de acidentes, com possíveis consequências tanto para os trabalhadores quanto para a população em geral.
Como parte das medidas tomadas, o STATTESP informou que encaminhará uma denúncia ao Ministério Público, solicitando providências em relação à nova modalidade e alertando para os riscos e impactos que, segundo a entidade, priorizam o lucro das empresas em detrimento da segurança e bem-estar dos trabalhadores. O documento também faz um apelo ao prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, para que intervenha na situação.
Confira, abaixo, a nota na íntegra:
“O Sindicato dos Motoristas por Aplicativo do Estado de São Paulo vem, por meio deste, manifestar veemente repúdio à nova modalidade de transporte de mototáxi implementada pela empresa 99.
A categoria de motoristas por aplicativo já enfrenta uma realidade de precárias condições de trabalho, com tarifas extremamente baixas, jornadas exaustivas e mais de seis anos sem reajustes. Mesmo diante desse cenário desolador, as empresas se recusam a abrir diálogo para melhorias, especialmente em relação ao valor pago por quilômetro rodado e ao tempo de trabalho.
A introdução de mototáxis apenas agrava ainda mais a situação, precarizando um serviço já deteriorado e desrespeitando os trabalhadores da nossa categoria.
Adicionalmente, expressamos nossa preocupação com os impactos dessa modalidade sobre o trânsito da cidade, que já sofre com congestionamentos, e alertamos para os elevados riscos de acidentes, colocando em risco a vida dos trabalhadores e da população em geral.
Reforçamos nosso apelo às autoridades competentes e ao Prefeito do Município de São Paulo, Ricardo Nunes, para que tomem as devidas providências, assegurando a proteção e os direitos dos trabalhadores.
Informamos ainda que encaminharemos uma denúncia ao Ministério Público, manifestando nossa posição contrária à nova modalidade, que, como é de costume das grandes corporações, privilegia o lucro em detrimento do bem-estar e da segurança dos trabalhadores.”
Leandro Cruz – São Paulo, 15 de Janeiro de 2025
Presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativo do Estado de São Paulo – STATTESP