De acordo com o relatório do Banco BTG Pactual, divulgado em janeiro de 2019, a taxa de desemprego no Brasil só deve ser inferior a 10% em 2021. Nesse cenário, a profissão de mototáxi virou um refúgio para quem precisa recomeçar a carreira profissional. Uma das dúvidas envolvidas nesta escolha é qual a melhor moto para iniciar a profissão.
Requisitos mínimos
Para ser mototaxista não basta apenas comprar a moto mais barata ou a mais bonita. Tanto o mototaxista quanto a motocicleta precisam seguir alguns padrões pré-determinados.
Vale lembrar que desde julho de 2009 o serviço de mototáxi está presente no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), graças a promulgação da Lei nº 12.009/2010, que o inseriu no mesmo. Com a lei, a profissão foi regulamentada sob regras gerais.
Art. 1o Esta Lei regulamenta o exercício das atividades dos profissionais em transportes de passageiros, “mototaxista”, em entrega de mercadorias e em serviço comunitário de rua, e “motoboy”, com o uso de motocicleta, dispõe sobre regras de segurança dos serviços de transporte remunerado de mercadorias em motocicletas e motonetas – moto-frete –, estabelece regras gerais para a regulação deste serviço e dá outras providências.
Entre as regras gerais estão:
- ter, no mínimo, 21 anos completos
- possuir habilitação da categoria por, pelo menos, dois anos,
- ser aprovado em algum curso especializado que atenda às exigências do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
- vestir colete de segurança retrorrefletivo no exercício da profissão
Além disso, as exigências para os mototaxistas vão além. A motocicleta precisa:
- ter autorização emitida pela entidade de trânsito dos Estados e do Distrito Federal
- ser registrada como veículo de aluguel
- ser inspecionada a cada seis meses para verificação dos equipamentos obrigatórios de segurança
Lei municipal
O principal ponto da regulamentação está exposto na Constituição Federal. A Lei nº 12.009/2010 definiu exigências gerais a serem seguidas, mas é obrigação de cada município fiscalizar e acrescentar novas regras ao serviço.
Segundo o Inciso V do Art. 30, compete aos municípios: “Organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial”. Além disso, os municípios devem: “I – legislar sobre assuntos de interesse local”, “II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber”.
Além disso, é válido ressaltar que na cidade de São Paulo o serviço é proibido. O transporte de passageiros na cidade pode gerar multa de R$1 mil.
Em relação às cilindradas, as especificações variam. Mas, normalmente, não podem ser inferiores à 150.
Motos mais vendidas
Na semana passada, a Revista Autoesporte divulgou uma lista com as motos mais vendidas de 2018. Neste artigo, vamos listar as três com melhor custo-benefício.
Honda CG 160
Em primeiro lugar ficou a Honda CG 160 com 253.244 unidades vendidas. A fabricante sugere o preço de R$10.190. Com 162,7 cilindradas, seu tanque de combustível tem capacidade de, em média, 15 litros. Além disso, ela percorre 33,5 km por litro (estrada e cidade) e pode ser abastecida tanto com gasolina quanto com etanol. Dessa forma, ela consegue percorrer 495 km.
Supondo que a gasolina esteja R$4, o mototaxista vai gastar R$60 para encher completamente o tanque e conseguirá percorrer até 495 km.
Honda NXR160
Na terceira posição, com 121.485 unidades vendidas, está a Honda NXR 160. Assim como a primeira colocada, também tem 162,7 cilindradas e o preço está em torno de R$ 10.241. Seu tanque de combustível tem capacidade de 12 litros. No mais, ela consegue percorrer, na cidade, 35 km por litro de gasolina.
Assim, com R$48 o mototaxista vai conseguir percorrer 420 km.
Honda Pcx 150
Com 30.238 unidades vendidas, a Honda CB 250F Twister foi a sexta mais vendida. Com 249,5 cilindradas, o preço está em torno de R$14.990. Podendo ser abastecida tanto com gasolina quanto etanol, seu tanque suporta até 16,5 litros. Seja em cidade ou estrada, a motocicleta pode percorrer até 30 km por litro.
Dessa forma, o mototaxista vai conseguir percorrer 495 km gastando R$66.
Outras categorias
Como se pode perceber, as motos listadas ficaram na primeira, terceira e sexta posição, respectivamente. As que ocuparam a segunda, quarta e quinta foram:
2º Honda Biz – 134.209 unidades
4º Honda Pop 110 – 82.839 unidades
5º Honda Pcx 150 – 30.479 unidades
Entretanto, todas têm cilindradas inferiores a 150. Como citado anteriormente, a maioria das regulamentações municipais exigem cilindradas a partir de 150. Logo, este fator motivou a exclusão das mesmas do ranking.
Comparações
O Site Ficha Técnica disponibiliza uma ferramenta em que o usuário pode comparar diversos aspectos entre duas motos. Fizemos a comparação de nossas três escolhidas.
Honda CG 160 x Honda NXR160


Honda NXR160 x Honda Pcx 150


Honda CG 160 x Honda Pcx 150


Conclusão
Não existe uma moto perfeita para a profissão. O mototaxista precisa avaliar todos os quesitos e escolher qual melhor atende suas necessidades.
Por exemplo: um mototaxista que faz viagens corporativas e precisa dirigir por mais tempo tem preferências diferentes do mototaxista que trabalha apenas no seu bairro. Esses dois têm necessidades diferentes das que o motorista que dirige em uma cidade cortada por estradas tem. E assim sucessivamente.
Além disso, motoristas que exercem o mesmo tipo de trabalho nas mesmas condições podem precisar de motos diferentes de acordo com o regulamento estadual de cada cidade.
Dessa forma, atenda a todas as exigências do Contran e entre em contato com o Detran de sua cidade para ter em mãos todas as obrigatoriedades que sua moto deve seguir. Depois, escolha a que melhor se encaixa na sua condição de trabalho e no seu bolso.