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Entregadores criticam reajuste do iFood: “É impossível falar em justiça no pagamento quando a distância percorrida e o tempo de trabalho não são levados em conta”

Comando Nacional do Breque dos Apps cobra diálogo e prepara nova paralisação nacional caso reivindicações não sejam atendidas.

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Entregador
A imagem mostra um entregador do iFood em uma scooter, transitando por uma avenida movimentada de uma grande cidade.
Foto: Reprodução/iFood

No contexto do Dia do Trabalhador, comemorado ontem, 1º de maio, entregadores de aplicativo reforçaram sua insatisfação com o recente reajuste anunciado pelo iFood na taxa mínima de entregas. A resposta veio em forma de uma nota oficial do Comando Nacional do Breque dos Apps, coletivo que representa motoristas e entregadores em diversas cidades do país.

Segundo a nota, o reajuste foi aplicado de forma unilateral, sem qualquer processo de escuta ou negociação com os trabalhadores da base. Para o grupo, o anúncio representa um desrespeito com a categoria, que desde o início das mobilizações tem exigido a implementação de um modelo de remuneração baseado no quilômetro rodado — proposta que, até o momento, segue sendo ignorada pela plataforma.

“É impossível falar em justiça no pagamento quando a distância percorrida e o tempo de trabalho não são levados em conta”, afirma o comunicado.

Outro ponto levantado é a discrepância nos valores pagos a entregadores que utilizam diferentes meios de transporte. Bicicletas, por exemplo, recebem menos, o que o grupo considera uma política discriminatória, além de uma tentativa de dividir a categoria.

Também foram retomadas críticas ao modelo de rotas agrupadas, onde o entregador realiza múltiplas entregas em um único trajeto, mas sem receber proporcionalmente por cada entrega realizada. Para o Comando, essa prática aumenta a pressão e a carga de trabalho sem a devida compensação financeira.

Pressão por negociação

Na nota, o Comando estabeleceu um prazo para o iFood abrir uma mesa de negociação até 1º de maio — data que já passou — ou, alternativamente, atender integralmente às demandas até 1º de junho. Caso contrário, será convocado um novo Breque Nacional, com paralisação simultânea em diversas cidades.

Ainda no feriado de ontem, os organizadores realizaram uma plenária virtual com entregadores de todo o país, com o objetivo de discutir os próximos passos da mobilização e definir uma eventual data para a paralisação nacional.

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