Filiado ao PSOL, pré-candidato a vereador quer a ampliação da faixa azul, piso salarial mínimo e construção de pontos de apoio para entregadores.
Com 23 anos de experiência como motoboy, Júnior Freitas é um veterano na profissão que, ao longo das décadas, tem observado de perto os desafios e as negligências que afetam sua categoria. Agora, decidido a mudar essa realidade, ele se lança na política como pré-candidato a vereador com um propósito claro: ser a voz dos trabalhadores de entrega. Filiado ao PSOL, ele se posiciona como um defensor dos direitos dos entregadores, propondo ações para melhorar as condições de trabalho e garantir a segurança dos profissionais nas ruas.
Nesta entrevista exclusiva, Freitas fala sobre suas motivações e planos, enfatizando a importância de ouvir os próprios trabalhadores antes de qualquer decisão. Ele apresenta suas propostas, que incluem a ampliação da faixa azul, a criação de um piso salarial mínimo, e a construção de pontos de apoio para entregadores em parceria com empresas e a prefeitura.
- Conte um pouco da sua trajetória como entregador.
Sou Jr. Freitas e tenho cerca de 23 anos de experiência como motoboy, sendo esta minha única profissão até hoje.
- Por que decidiu entrar para a política?
Estou cansado de ver a falta de representatividade para a nossa categoria. É hora de termos representantes reais, que compreendam na prática as particularidades e desafios da profissão. A urgência de uma atuação mais efetiva é clara, pois nossa categoria tem sido cada vez mais negligenciada.
- Quais são suas principais propostas, caso eleito vereador?
A ampliação da faixa azul é um projeto excelente, mas o atual prefeito está avançando muito lentamente. Projetos que visam proteger vidas devem ser priorizados. Além disso, é necessário exigir que as empresas forneçam os itens de segurança essenciais para a proteção dos entregadores. Também devemos estabelecer pontos de apoio com a parceria entre empresas e prefeitura para cobrir toda a cidade. É fundamental discutir a implementação de um piso salarial mínimo para os entregadores, pois não podemos permitir que as empresas continuem desvalorizando os valores das corridas.
- Por qual partido você irá concorrer e como definiria seu posicionamento político?
Meu partido é o PSOL, que é voltado para a esquerda e luta por mais igualdade, o fim da exploração da mão de obra e dignidade para o trabalhador.
- Como pretende usar um possível cargo de vereador para ajudar na construção de uma possível regulamentação federal?
Acredito que é fundamental dar estrutura e colocar os trabalhadores à mesa de negociação. Existem muitos trabalhadores organizados que precisam ser ouvidos. Precisamos descentralizar e permitir que os próprios trabalhadores discutam diretamente com o governo o que é melhor para eles, sem intermediários. Como político, minha obrigação é representar a categoria e atender aos seus anseios.
- Como você se diferencia dos demais entregadores candidatos a vereador?
Muitos se apresentam como líderes e tomam decisões com base em suas próprias perspectivas, mas meu papel é diferente. Sou um representante que vai dar voz aos trabalhadores. A decisão sobre o que é melhor para a categoria deve ser tomada pelos próprios entregadores. Não tomarei nenhuma decisão sem antes consultar os trabalhadores. Minha função é ser uma ponte entre eles e as autoridades.