Motoristas de apps podem ser isentos de impostos com reforma tributária. Entenda

Motorista de aplicativo dirigindo um carro, usando um smartphone para navegação.
Motorista de aplicativo utilizando smartphone para navegação enquanto dirige um veículo.

Senado avalia criar categoria de “nanoempreendedor” na reforma tributária para beneficiar motoristas de app, que destinam 75% da receita bruta a custos operacionais.

O Ministério da Fazenda e o relator do projeto de regulamentação da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), estão analisando uma possível alteração no projeto para beneficiar motoristas de aplicativos. 

Segundo informações apuradas pelo Estadão/Broadcast, a mudança busca ajustar o conceito de “nanoempreendedor”, incluído inicialmente no projeto da Câmara dos Deputados, para evitar a tributação desses profissionais pelos novos impostos CBS e IBS.

A categoria de nanoempreendedor, proposta abaixo do Microempreendedor Individual (MEI), teria um limite de faturamento anual de R$ 40 mil, metade do teto permitido para o MEI, que é de R$ 80 mil. 

Esse ajuste visa incluir motoristas de aplicativos, que possuem despesas operacionais significativas, como manutenção do veículo, combustível e seguro, no enquadramento fiscal que minimize os custos tributários para a categoria.

De acordo com o Instituto Livre Mercado, entidade responsável pela apresentação de emendas ao texto da reforma no Senado, a proposta sugere que 75% da receita bruta dos motoristas de aplicativos seja destinada a cobrir esses custos operacionais, com apenas 25% sendo considerados como remuneração. 

Rodrigo Marinho, CEO do Instituto Livre Mercado, afirmou que a aprovação da emenda é necessária, pois ela vai preservar a profissão dos motoristas de aplicativo, que complementa a renda de mais de 1 milhão de trabalhadores no Brasil.

Caso a emenda seja aprovada, a maioria dos motoristas de aplicativos poderá ser enquadrada na categoria de nanoempreendedor, com isenção de tributação, exceto para aqueles com receita bruta superior a R$ 160 mil anuais, uma média mensal de R$ 13.300.

Além da proposta principal, outras alternativas estão sendo discutidas entre a equipe econômica e o relator do projeto. Uma dessas opções seria a criação de um enquadramento similar ao “MEI Caminhoneiro”, adaptado para motoristas de aplicativos, enquanto uma terceira possibilidade incluiria a análise por CPF dos motoristas cadastrados, com possíveis isenções fiscais individuais. 

O Ministério da Fazenda declarou, em julho, que para motoristas com receita acima desse valor (do nanoempreendedor), estão sendo construídas propostas que garantirão que não haverá nenhum custo com a reforma tributária.

Essas propostas não foram inicialmente incorporadas no texto aprovado pela Câmara dos Deputados, mas o Ministério da Fazenda se comprometeu a trabalhar para que sejam incluídas durante a tramitação no Senado.

Pesquisar