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Atan Gama: “A gente faz corrida de R$ 6,50. Isso não entra na cabeça. Não cobre combustível, nem manutenção, muito menos despesas de casa”

Atan também acusou Uber de ter bloqueado motorista que faleceu durante corrida e ficou sem seguro.

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Notícia
Informações objetivas sobre fatos relevantes para o mercado de mobilidade, com apuração direta da redação.
Atan Gama discursa durante audiência pública sobre motoristas de aplicativo em Lauro de Freitas (BA).
Atan Gama participa de audiência pública em Lauro de Freitas (BA) que debateu a regulamentação dos motoristas por aplicativo.

Durante audiência pública da Câmara dos Deputados em Lauro de Freitas (BA), o motorista de aplicativo Atan Gama criticou duramente os valores pagos pelas plataformas. Ele afirmou que a tarifa mínima atual inviabiliza a atividade de forma digna.

“A gente faz corrida de R$ 6,50. Isso não entra na cabeça. Não cobre combustível, nem manutenção, muito menos despesas de casa”, disse.

Atan defendeu que a regulamentação crie um valor mínimo obrigatório para as corridas, garantindo mais previsibilidade e sustentabilidade para os motoristas. Segundo ele, muitos passageiros já estão dispostos a pagar mais para conseguir um carro mais rápido — mas as plataformas não oferecem essa possibilidade de ajuste.

“Tem passageiro que quer pagar mais e não consegue carro porque a tarifa é muito baixa. A gente recusa porque não compensa rodar por esse valor”, completou.

Jornadas exaustivas e falta de estrutura

O motorista também relatou o cotidiano puxado da categoria. “Ontem rodei até 4:40 da manhã. Às 8h já estava aqui. Tem colega dormindo em posto de gasolina por falta de ponto de apoio”, relatou.

Ele pediu à prefeita Débora Régis atenção especial para motoristas e trabalhadores do “ligeirinho” em Lauro de Freitas, sugerindo a criação de espaços estruturados para descanso e apoio.

Falta de segurança e bloqueios arbitrários

Atan chamou atenção para o desequilíbrio entre motoristas e passageiros dentro dos apps. “O passageiro tem nossa foto, placa, tudo. A gente só vê o nome dele e o destino. Isso não é segurança para ninguém”, afirmou.

Ele também denunciou bloqueios feitos pelas plataformas sem direito de defesa. “Tem motorista que é acusado injustamente e precisa pagar até R$ 6 mil de advogado para tentar reverter o bloqueio.”

Caso Wallace: morte e bloqueio no mesmo dia

Ao final de sua fala, Atan citou o caso do motorista Wallace, assassinado durante uma tentativa de assalto em Salvador. Segundo ele, a Uber teria bloqueado a conta do motorista na mesma noite do crime, com o objetivo de evitar o pagamento da indenização por morte, que seria de R$ 100 mil.

“O cara levou um tiro na cabeça, não levaram nada. A plataforma bloqueou ele no mesmo dia. Achou que ele estava sozinho. Mas ele não está”, denunciou.

Perguntada, a Uber não se posicionou até o momento da publicação do texto.

Nota de transparência: Esta matéria foi produzida com o apoio de inteligência artificial e revisada por um jornalista do 55content.

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Redação 55content

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