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Uber para ônibus: app oferece viagens intermunicipais por R$ 10

Blog Driver Ilustracao
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Buser surge no mercado como a Uber para ônibus, juntando grupos interessados em fretar um transporte para viagens intermunicipais.

No final de dezembro, a Uber anunciou o lançamento da Uber Bus. Um modelo que a multinacional norte americana está testando em Cairo, no Egito.

São microônibus fretados que fazem transporte intramunicipal em algumas estações da cidade.

No Brasil, a startup Buser está sendo chamada de Uber para ônibus, mas funciona de forma diferente.

Ele é um aplicativo que busca unir ônibus fretados e pessoas interessadas em realizar viagens intermunicipais.

A StartUp nasceu em 2017 e em dois anos de funcionamento já expandiu sua atividade de apenas uma viagem por dia para 40 viagens diárias.

Hoje, a Buser realiza rotas partindo de 20 cidades do país.

História da Uber para ônibus

A ideia da Buser nasceu em 2016, quando o fundador da empresa Marcelo Abritta se casou. Ele precisava deslocar sua família de Belo Horizonte, em Minas Gerais, para Arraial da Ajuda, na Bahia.

No site da empresa, ele conta que se surpreendeu que fretar um ônibus, pagar custos de manutenção com ele parado por 4 dias e as hospedagens era mais barato do que comprar passagens de ida e volta por uma viação. Aliás, apenas uma empresa realizava o trajeto.

Em janeiro de 2017, Marcelo foi conversar com seu sócio e xará Marcelo Vasconcelos sobre a ideia. Juntos, chegaram ao cálculo que o usuário poderia economizar até 60% com o fretamento.

Então, decidiram investir no negócio. Inicialmente, começaram com uma página no Facebook. Lá, colocavam ideias e benefícios de realizar viagens em ônibus fretados.

A página fez um sucesso imediato e alcançou 10 mil seguidores, segundo eles, sem nenhum tipo de impulsionamento.

Então, o projeto que deveria ser para 6 meses, foi antecipado e a Buser realizaria sua primeira viagem de BH para São Paulo em julho de 2017.

No entanto, a viagem foi impedida por uma ação judicial movida pela Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati).

Em 2017, três investidores entraram na jogada e a Buser passou a investir em equipe jurídica para lutar pela legalidade do serviço.

Legalidade ainda é contestada

Apesar do serviço realizar suas viagens diárias, sua legalidade ainda é contestada.

Já está no Supremo Tribunal Federal uma ação da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). Para eles, a Buser não pode realizar o serviço, pois não possui a concessão pública.

Eles chegam a comparar a ”Uber dos ônibus” com vans clandestinas. “Diferente do Uber (…) em que o STF já sinalizou a constitucionalidade do transporte individual por aplicativo, a nova modalidade de transporte coletivo por aplicativo é inconstitucional, por usurpar a titularidade do Estado sobre uma atividade que a Constituição expressamente qualifica como serviço público”.

Segundo eles, o Buser é uma forma de descaracterizar o serviço de transporte coletivo público. Assim, eles se passariam por uma suposta prestação de serviço eletrônico para aproximar fretados e passageiros.

Acreditamos que a vida é melhor quando temos escolhas

Segundo o manifesto da empresa, a Buser nasceu para ser uma alternativa segura e moderna para conectar pessoas que querem viajar para o mesmo destino.

“No Brasil, a grande maioria das cidades são ligadas por apenas uma empresa de ônibus, e nossos aeroportos e ferroviárias são insuficientes. Com isso, somos obrigados a pagar caro pela falta de opção. Muitos brasileiros se arriscam no transporte clandestino, por não terem recursos para as opções tradicionais”.

A lógica da Uber para ônibus é do fretamento coletivo. Assim, o preço da passagem é o rateio do valor do frete do ônibus dividido por todos os passageiros que demonstraram interesse em realizar a viagem.

Por isso, se o fretamento do ônibus custa 2 mil reais e 40 passageiros marcaram interesse na viagem, cada um pagará 50 reais.

Para realizar uma viagem pela Buser, basta se cadastrar no site e entrar em um grupo de viagens.

A empresa, que deixa claro não ser uma empresa de transporte, mas de tecnologia, alerta que existe a chance da viagem não ocorrer. Afinal, é preciso que atinja uma quantidade de pessoas interessadas em realizar a viagem. Por isso, a empresa avisa em até 48h de antecedência se ela está confirmada.

Não são aceitos animais e os assentos não são escolhidos com antecedência.

Ah, e na primeira viagem, o passageiro paga apenas 10 reais para qualquer lugar.

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Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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