Valor total do processo é de mais de 1,5 bilhões de reais, e cada taxista envolvido pode ganhar até 25 mil libras, o equivalente a 159 mil reais.
Mais de 10.500 motoristas dos chamados “táxi pretos”, modalidade de transporte clássica em Londres, entraram com uma ação judicial milionária contra a Uber.
De acordo com a BBC, os taxistas afirmam que a Uber permitiu que seus motoristas aceitassem reservas diretamente dos clientes, ao invés de utilizar um sistema centralizado como o empregado pelos serviços de táxis, violando as regras de contratação privada do país.
Eles acusam a Uber de estar ciente dessas regras e de ter enganado o Transport for London (TfL) sobre seu modelo de reservas para obter uma licença operacional e tirar clientes dos motoristas de táxi, uma informação confirmada pela firma de gestão de litígios RGL Management.
De acordo com a RGL, a ação é avaliada em no mínimo 250 milhões de libras, mais de 1.5 bilhões de reais na cotação atual, podendo resultar em uma compensação de até 25.000 libras para cada taxista envolvido. O período em questão abrange as operações da Uber entre maio de 2012 e março de 2018.
“Essas alegações antigas são completamente infundadas”, afirmou um porta-voz da Uber à BBC. “A Uber opera legalmente em Londres, possui todas as licenças necessárias fornecidas pela TfL e tem orgulho de atender milhões de passageiros e motoristas pela capital”, complementou.
A ação judicial aponta que a Uber não apenas enganou o TfL, mas também agiu com a intenção de “retirar negócios ilegalmente dos taxistas locais”, conforme declarado pela RGL.
Essa não é a primeira vez que a Uber enfrenta obstáculos legais em Londres. Em 2017, a TfL se recusou a renovar a licença da empresa, citando falta de responsabilidade corporativa com implicações para a segurança e a segurança pública.
Embora a Uber tenha apelado e conseguido a renovação da licença posteriormente, o relacionamento da empresa com as autoridades e os taxistas locais continua tenso.
Além de Londres, a Uber tem enfrentado desafios legais em outras cidades globais e, recentemente, concordou em pagar A$271,8 milhões para resolver uma ação coletiva na Austrália, movida por mais de 8.000 taxistas e motoristas de carros de aluguel que alegavam perda de renda devido à entrada “agressiva” da empresa no país.
Texto produzido com informações de assessoria.