Empresa anunciou parceria com a Tembici para que seus usuários possam desbloquear bicicletas compartilhadas.
A Uber e a Tembici, empresa líder em tecnologia para micromobilidade na América Latina, anunciaram hoje (5) uma parceria para disponibilizar bicicletas comuns e elétricas diretamente no aplicativo da Uber.
Em breve, os usuários da Uber verão as estações de bicicletas Tembici e Itaú Bike disponíveis no aplicativo, facilitando o deslocamento de curtas distâncias sem carro.
Inicialmente, as bicicletas estarão disponíveis no aplicativo da Uber em Recife. Depois, a iniciativa será expandida para Brasília, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e, por último, para as demais cidades da América Latina em que a Tembici atua.
“Estamos felizes em utilizar o poder da plataforma da Uber para levar as bicicletas compartilhadas da Tembici aos usuários da Uber na América Latina ao toque de um botão”, disse Annie Duvnjak, chefe global de micromobilidade da Uber. “Essa parceria mostra o papel importante que as opções sem carro desempenham cada vez mais na estratégia da Uber para chegar a emissões zero de carbono, fornecendo aos usuários formas sustentáveis, acessíveis e convenientes de viajar”.
A Tembici pretende fechar 2023 com mais de 30 mil bicicletas na América Latina, incluindo mais de 10 mil elétricas. Para a Uber, essa parceria significa um passo importante em direção à meta da empresa de se tornar uma plataforma de mobilidade com emissão zero de carbono até 2040.
“Essa iniciativa entre as duas empresas representa um passo fundamental para o desenvolvimento de soluções mais sustentáveis e eficientes de mobilidade nas cidades da América Latina”, ressalta Tomás Martins, CEO da Tembici. “Estamos muito contentes em continuar inovando no negócio de compartilhamento de bicicletas e muito felizes em ser a primeira empresa que utiliza o modelo de estação de compartilhamento para disponibilizar bicicletas comuns e elétricas no aplicativo da Uber”.

As bicicletas da Tembici continuarão acessíveis também dentro do seu aplicativo próprio e do Bike Itaú, e todos os usuários que usarem as bicicletas pelo aplicativo da Uber deverão seguir as regulamentações locais. A Uber afirmou que as estações de bicicleta aparecerão no aplicativo em breve, mas não divulgou uma data específica ou os valores envolvidos no acordo.
Iniciativas pelo Brasil e pelo mundo
Recentemente, como medida para se tornar uma plataforma de mobilidade com emissão zero de carbono até 2040, a Uber anunciou uma parceria com a bp pulse, empresa especializada em infraestrutura para carregamento de veículos elétricos, a fim de acelerar a transição para mobilidade elétrica. O acordo prevê que as companhias unam esforços e recursos para ajudar os motoristas parceiros da plataforma a migrarem seus veículos para carros elétricos.
Para isso, a empresa pretende acrescentar um mapa de carregamento no aplicativo, mostrando aos condutores onde estão localizados os carregadores mais próximos.
Outra ação importante é o lançamento de um hub para veículos elétricos no próprio app, um balcão único onde os motoristas podem obter informações e comparar o custo total de propriedade (TCO) de um veículo elétrico com um não-elétrico.
De acordo com os termos da parceria, além de ofertas de conveniência e combustível, a bp planeja oferecer aos motoristas acordos personalizados e adaptados a cada mercado, promovendo inclusive benefícios para que eles carreguem com a bp pulse.
Atualmente, em diversas cidades dos Estados Unidos, Canadá e Europa, a empresa possui serviços ecologicamente sustentáveis, como o Comfort Electric e o Uber Green. Enquanto o primeiro é uma categoria com veículos 100% elétricos, o segundo é uma categoria com veículos elétricos ou híbridos, em que o preço de uma viagem costuma ser US$1 a mais do que uma corrida padrão. A cada corrida, US$0,50 vão para o motorista e US$0,50 para um fundo que auxilia os motoristas a fazerem a conversão de seus veículos.
No Brasil, a empresa trabalha com o Uber Planet e o Confort Planet, oferecendo viagens com emissão de carbono compensada.
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Bikes e e-bikes: a micromobilidade que funciona
Até 2019, era muito comum andar pelas ruas dos grandes centros urbanos e observar patinetes elétricos disponíveis para serem alugados por meio de aplicativos do ramo. Inicialmente, esses patinetes pertenciam à Yellow, empresa de micromobilidade criada pelos mesmos fundadores da 99, que no começo de 2019 se fundiu à Grin, companhia mexicana especializada em patinetes elétricos, dando origem à Grow.
Entretanto, em janeiro de 2020, a empresa retirou seus veículos das ruas e, em meados do mesmo ano, iniciou um processo de recuperação judicial. Um dos motivos que levou ao declínio do uso dos patinetes foi a crise interna que a Grow – fusão da Yellow e da Grin – enfrentou. Outro motivo foi a inviabilidade econômica: o alto preço de aquisição e manutenção dos patinetes, que normalmente contavam com peças importadas, fazia com que fosse necessário repassar um valor alto aos clientes – R$ 8 a cada dez minutos. Outro aspecto que contribuiu para o fim das operações no Brasil foi a criação de leis para regulamentar o uso dos patinetes.
Inclusive, em abril de 2019, a equipe do 55 content foi às ruas e testou os patinetes. A constatação na época, em que os patinetes ainda estavam no seu auge, foi a seguinte: “Tanto pelo preço quanto pela infraestrutura ainda não ideal, nos questionamos se a finalidade dos patinetes seria mais para o entretenimento ou de fato para a mobilidade”.
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Nesse sentido, prático, funcional e acessível, o negócio da startup Tembici, que ficou conhecida por operar o aluguel das bicicletas compartilhadas do Banco Itaú, se mostrou bem mais útil ao público.
A Tembici é a empresa líder de micromobilidade na América Latina, responsável por mais de 200 milhões de deslocamentos com bicicletas compartilhadas nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife e Porto Alegre, além de Santiago, no Chile, Buenos Aires, na Argentina, e Bogotá, na Colômbia.
Reconhecida como uma das startups mais promissoras e inovadoras do país, nos últimos anos, a empresa foi responsável pela economia potencial de 38 mil toneladas de CO2, que seriam emitidas na atmosfera. Em 2022, a empresa realizou o primeiro leilão de créditos de carbono por micromobilidade do planeta e se tornou a maior empresa de bicicletas compartilhadas do mundo.