O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que 1,5 milhão de pessoas trabalharam por meio de aplicativos de serviços no Brasil em 2022. Os dados são resultados de um estudo realizado no quarto trimestre do ano passado, fruto de um Acordo de Cooperação Técnica com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Ministério Público do Trabalho (MPT).
Em termos gerais, esse número representava 1,7% da população ocupada no setor privado, que chegava ao total de 87,2 milhões no período abordado.
Na análise por tipo de aplicativo, 52,2% (778 mil) dos entrevistados tinham como trabalho principal os aplicativos de transporte de passageiros (incluindo táxi). Os profissionais de aplicativos de entrega de comida e produtos vinham em seguida, contabilizando 39,5% (589 mil). Já os trabalhadores de aplicativos de prestação de serviços gerais ficaram em terceiro lugar, somando 13,2% (197 mil).
O estudo ainda concluiu que a maioria dos trabalhadores das plataformas eram homens, alcançando a marca de 81,3% dos analisados. “Há mais homens entre os plataformizados porque a maior parte dos trabalhadores por aplicativo são condutores de automóveis e motocicletas, ocupações majoritariamente masculinas”, explicou Gustavo Geaquinto, analista da pesquisa.
O IBGE informou que os dados são experimentais, ou seja, estão em fase de teste e sob avaliação.
Vale ressaltar que, no início de 2023, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), através de uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), observou que cerca de 1,7 milhão de brasileiros trabalharam com aplicativos de transporte e entregas em 2022, sendo 1.274.281 motoristas e 385.742 entregadores.
Com dados fornecidos pelo iFood, 99, Uber e Zé Delivery, o estudo da Cebrap também concluiu que mais da metade dos motoristas eram do sexo masculino (95% dos motoristas e 97% dos entregadores).
Principais dados da pesquisa
Quanto ganha, em média, um motorista de aplicativo?
R$2.454
Quanto ganha, em média, um entregador de aplicativo?
R$1.784
Quantos pessoas trabalham por plataformas digitais no Brasil?
Segundo a pesquisa do IBGE, em 2022, 1,5 milhão de pessoas trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, o equivalente a 1,7% da população ocupada no setor privado.
Dos trabalhadores de plataforma, quantos são motoristas de aplicativo?
Dos 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, 52,2% (ou 778 mil) exerciam o trabalho principal por meio de aplicativos de transporte de passageiros, táxi ou não.

Dos trabalhadores de plataforma, quantos são entregadores de aplicativo?
Dos 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, 39,5% (ou 589 mil) são trabalhadores de aplicativos de entrega de comida, produtos, etc.

Dos trabalhadores de plataforma, quantos realizam serviços gerais?
Dos 1,5 milhão de pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais e aplicativos de serviços, 13,2% (197 mil) realizam serviços gerais.
Como é a divisão de gênero entre os trabalhadores de plataforma?
Segundo o IBGE, a proporção de trabalhadores plataformizados do sexo masculino (81,3%) era muito maior que a dos trabalhadores ocupados no setor privado (59,1%).
Qual é a escolaridade média do trabalhadores em plataforma?
61,3% possuem nível médio completo ou superior incompleto.
Qual é a relação de trabalhados desses trabalhadores com as empresas?
Cerca de 77,1% dos ocupados plataformizados são trabalhadores por conta própria e 9,3% são empregados do setor privado sem carteira assinada.
Os trabalhadores por plataforma trabalham mais do que os demais no setor privado? E em relação à contribuição com a previdência?
Sim, segundo a pesquisa, no 4º trimestre de 2022, em comparação ao total de ocupados no setor privado, os plataformizados trabalhavam mais horas semanais (46h x 39,6h) e contavam com menos trabalhadores contribuindo para previdência (35,7% x 60,8%).
Qual foi o rendimento médio dos trabalhadores em plataformas digitais?
O rendimento médio dos trabalhadores por plataformas digitais com nível superior (R$ 4.319) era menor que o dos ocupados não plataformizados com a mesma escolaridade (R$ 5.348).
Quem ganha mais, entregadores com aplicativo ou sem aplicativo?
Segundo a pesquisa, frente aos não plataformizados na atividade, os motociclistas de entrega por aplicativo tinham menor rendimento (R$ 1.784 x R$ 2.210), menor proporção de contribuintes para previdência (22,3% x 39,8%) e trabalhavam mais horas semanais (47,6h x 42,8h).
A maior parte dos trabalhador por aplicativo estão na informalidade?
Enquanto 44,2% dos ocupados no setor privado estavam na informalidade, entre os trabalhadores plataformizados esse percentual era de 70,1%.
Os aplicativos determinam o valor do serviço e o cliente que os trabalhadores atendem?
Segundo a pesquisa, os motoristas de aplicativos de transporte de passageiros (com exceção dos taxistas) e os entregadores por aplicativos tinham alto grau de dependência das plataformas: 97,3% e 84,3%, respectivamente, afirmaram ser o aplicativo que determinava o valor a ser recebido por cada tarefa realizada e para 87,2% e 85,3%, respectivamente, o aplicativo determinava os clientes a serem atendidos.
Qual é a região com a maior proporção de trabalhadores por aplicativos de transporte particular de passageiros?
A região Norte, com 61,2%, 14 pontos percentuais (p.p.) a mais que a média nacional.
A região também foi a que marcou a menor proporção de pessoas que trabalhavam com aplicativos de serviços gerais ou profissionais, 5,6%, menos da metade do índice no país.
Qual é a idade média dos trabalhadores em plataforma?
O grupo de 25 a 39 anos correspondia a quase metade (48,4%) das pessoas que trabalhavam por meio de plataformas digitais.
Quanto é o rendimento/hora dos motoristas de aplicativo?
O rendimento/hora dos motoristas de aplicativo era de R$ 11,80, enquanto o dos motoristas que não usam aplicativo era R$ 13,60.