Lideranças dizem que 50% a 60% dos motoristas pararam

Manifestacao 1505
Manifestacao 1505

Manifestações e adesão parcial marcam a paralisação da categoria que reforçou a necessidade de repasses justos e tarifas mínimas adequadas. 

Na segunda-feira (15), motoristas de aplicativo de todo o Brasil paralisaram suas atividades para reivindicar melhores condições de trabalho.

Enquanto em algumas localidades os trabalhadores protestaram através do “Day Off”, um dia dedicado ao não exercício de suas atividades, em outras ocorreram manifestações, carreatas, concentrações e buzinaços.

Segundo a Federação dos Motoristas de Aplicativo do Brasil – FEMBRAPP, a paralisação teve adesão parcial, com uma estimativa de cerca de 60% de aderência. A entidade avalia que a mobilização superou as expectativas em nível nacional, com destaque para algumas cidades onde ocorreram manifestações com carreatas e buzinaços, como Fortaleza, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Aracaju, entre outras.

Para o influenciador e motorista de aplicativo Ian Rocha, a paralisação foi um sucesso, pois recebeu cobertura da mídia em diversos meios de comunicação, incluindo jornais, televisão, internet e páginas de entretenimento. “Foi a maior paralisação de motoristas já realizada no Brasil. O próximo passo é conscientizar os motoristas sobre a importância de não aceitar corridas com tarifas baixas”.

Segundo ele, a conscientização visa mostrar a força dos motoristas de aplicativo, demonstrando que eles têm o poder de movimentar o mercado e influenciar os preços das tarifas.

“A ideia original partiu de nós, influenciadores, mas o movimento foi uma ação coletiva. Agora, cabe a nós, influenciadores, criar conteúdo e espalhar a mensagem de conscientização por meio de vídeos, redes sociais, encontros entre motoristas, boca a boca, etc. Pensaram que nós não íamos incomodar, mas incomodamos, o que mostra a força da nossa classe.”

A FEMBRAPP completa afirmando que o movimento é importante para conscientizar os motoristas sobre a necessidade de se organizarem e selecionarem corridas rentáveis, já que o modelo atual das plataformas oferece corridas que, na maioria das vezes, geram prejuízos financeiros aos motoristas parceiros.

Atualmente, o custo médio dos motoristas é de R$ 1,00 por quilômetro rodado, mas muitas vezes as corridas são oferecidas por valores abaixo desse custo. Assim, a categoria solicita uma melhoria no repasse, exigindo uma tarifa mínima de R$ 10,00 para corridas de até 3 km e um repasse de R$ 2,00 para o motorista a cada quilômetro rodado.

De acordo com o presidente da FEMBRAPP, Paulo Xavier Júnior, novas paralisações podem ocorrer. A entidade também está lançando uma campanha nacional para reforçar que os motoristas rejeitem corridas abaixo de R$ 10,00 como mínimo e R$ 2,00 por quilômetro rodado. Além disso, as lideranças dos motoristas já entraram em contato com os principais aplicativos de transporte individual de passageiros, como Uber e 99, buscando uma posição oficial sobre a paralisação e a demanda por melhores repasses, mas não obtiveram resposta nesse sentido.

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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