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“Já pagamos mínima de R$ 10 e km médio de R$ 2,12”, diz presidente de cooperativa

Marcio Guimaraes
Marcio Guimaraes

Márcio Guimarães defende que cooperativas podem ser alternativa a grandes apps.

O presidente da Cooperativa de Mobilidade Urbana do estado do Rio Grande do Sul (Comobi/RS), Márcio Guimarães, fez um apelo em nome das cooperativas de transporte em todo o Brasil, durante uma audiência na Câmara dos Deputados.

As cooperativas, segundo Guimarães, nascem como um “elemento de organização dos princípios do cooperativismo”. Ele destacou a gestão democrática que permite aos motoristas participarem ativamente das decisões relacionadas à sua rotina de trabalho. “Nossos motoristas têm direito a voz e poder de decisão sobre todos os temas relacionados ao nosso dia a dia de trabalho”, declarou.

Guimarães também mencionou a participação econômica dos motoristas nas cooperativas, dividindo os lucros, e a importância de oferecer educação, informação e formação aos cooperados. Segundo ele, essa educação e informação contribuem significativamente para a economia local.

O presidente da Comobi/RS expressou frustração com a falta de uma legislação específica que permita às cooperativas contribuir mais significativamente com o pagamento de impostos municipais, como o ISS. “Hoje as cooperativas são autônomas, até mesmo agora com os princípios, infelizmente ainda não temos uma legislação específica que nos permitiu em alguns princípios contribuir com o pagamento do ISS,” lamentou Guimarães.

Um desafio para as cooperativas, de acordo com Guimarães, é a concorrência desleal. Ele mencionou o problema do “dumping”, referindo-se às práticas de empresas que reduzem os preços abaixo do custo para prejudicar ou eliminar os concorrentes.

Guimarães defendeu que as cooperativas têm um papel importante na contribuição social do INSS para os cooperados. A ideia é implementar um recolhimento antecipado de acesso dos cooperados para que todos possam ter garantias de acesso.

Além disso, Guimarães levantou a questão do tempo de trabalho excessivo dos motoristas de aplicativo. “Observamos nossos companheiros motoristas, trabalhando em torno de 14 horas, 30 dias”, disse ele, pedindo por pesquisas mais sérias e orientações relacionadas ao dia a dia de trabalho desses profissionais.

A Comobi/RS está planejando lançar um aplicativo nacional, como parte de um esforço conjunto com a Federação de Cooperativas, para abordar algumas dessas questões. A ideia é permitir aos motoristas um maior controle sobre seu trabalho e compensação.

No final de seu discurso, Guimarães pediu respeito à autoridade dos aplicativos e à comunidade de usuários, dizendo: “Assim como nós não queremos ser explorados, mas sim ajudados pelas nossas plataformas, também temos que respeitar o nosso cliente, a nossa comunidade de usuários, por isso não trabalhamos com dinâmicas abusivas”.

Vinícius Guahy

Vinícius Guahy é jornalista formado pela Universidade Federal Fluminense e coordenador de conteúdo do 55content.

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