Vereador Marlon Luz diz que manifestações deveriam ser feitas todos os dias para que seja removido o regime de urgência do PLP.
A equipe do 55content conversou com os motoristas influenciadores sobre as manifestações estaduais que aconteceram na última terça-feira (26).
Lucas Dias, o “Uber Histórias” destacou a surpresa positiva em relação ao tamanho e à união demonstrada na manifestação, especialmente em Goiânia, onde a adesão superou as expectativas:
“A manifestação de ontem superou nossas expectativas. Foi surpreendente, especialmente em Goiânia, onde a adesão foi muito maior do que nas vezes anteriores. O evento se destacou pelo seu tamanho, número de participantes e pela união demonstrada por todos. A maioria dos motoristas presentes se posicionou contra a proposta de lei, o que aumentou nossa esperança de que a urgência dessa lei seja revogada ou que o próprio PLP seja completamente descartado. Isso nos deixou mais esperançosos e desejamos que haja mais diálogo com nossa categoria. A preocupação dos motoristas com a aprovação deste projeto é grande, pois acreditamos que ela não representa nossos interesses e queremos evitar a influência de sindicatos.”
Ian Rocha considerou a manifestação uma vitória importante, destacando a visibilidade e o apoio político alcançados, inclusive com a participação em uma audiência da Comissão de Segurança Pública:
“Eu diria que conquistamos uma vitória importante, mas a batalha maior ainda está por vir. Vencemos a batalhas mas não a guerra. O protesto do dia 26 revelou a união e a força dos motoristas, alcançando grande visibilidade. Conseguimos destaque em todas as principais plataformas de mídia, como BAND, Record, SBT, Globo e as maiores rádios de Minas Gerais e de outras regiões do Brasil, incluindo a cobertura em estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Nossa manifestação, especialmente em Belo Horizonte, chegou até a Assembleia Legislativa, onde recebemos o apoio de três deputados estaduais. Destacaram-se o Deputado Sargento Rodrigues e o Deputado Estadual Eduardo Azevedo, este último nos levou à sua sala para discutir o projeto de lei e expressou seu apoio, mencionando também o suporte de seu irmão, o Senador Cleitinho Azevedo. Além disso, fomos convidados para uma audiência da Comissão de Segurança Pública, liderada por Sargento Rodrigues, onde conseguimos avançar com nossas demandas.
Além do sucesso em levar nossa mensagem para a mídia nacional e demonstrar a força do movimento nas ruas das principais capitais, incluindo Rio, São Paulo e Belo Horizonte, também obtivemos apoio político, com deputados estaduais e federais nos apoiando, o que fortaleceu nossa causa. Essa vitória no dia 26 é um passo importante, mas ainda estamos focados em vencer a luta maior. Com base em nossas análises, acreditamos que a urgência do projeto de lei em questão será reconsiderada, e esperamos que o projeto, que consideramos inadequado, também seja rejeitado. Estou plenamente confiante de que continuaremos a progredir nesta causa.”
Claudio Sena reiterou o sucesso das manifestações em aumentar a pressão sobre o governo e o Congresso, destacando a eficácia da cobertura da imprensa e do engajamento dos motoristas nas principais avenidas e em frente às assembleias legislativas, reforçando a pressão sobre os parlamentares:
“As manifestações alcançaram seu objetivo de aumentar a pressão sobre o governo e o Congresso para retirar a urgência do projeto de lei PL 122024. Esse sucesso veio da cobertura da imprensa, que destacou o impacto das mobilizações nas principais avenidas das grandes cidades, especialmente nas capitais, graças ao engajamento dos motoristas. Além disso, os protestos foram realizados em frente às assembleias legislativas, onde fomos ouvidos por alguns parlamentares estaduais. Esses parlamentares, por sua vez, contataram deputados federais, reforçando a pressão. Agora, há quase um consenso no Congresso sobre a dificuldade de aprovar o PL com urgência, como queria o governo. Portanto, as manifestações foram eficazes, mesmo sem o apoio da maioria dos motoristas, pois a minoria que participou teve um papel crucial. Parabéns a todos, pois conseguimos o que queríamos”,
Já o vereador de São Paulo, Marlon Luz (MDB/SP), destacou em um vídeo em seu Instagram a importância de continuar as manifestações para convencer os deputados sobre a controvérsia e inviabilidade do projeto conforme apresentado. Segundo ele, isso é crucial considerando a proximidade da data de votação, prevista para o dia 20 de abril. A luta é por uma reconsideração do regime de urgência do projeto, vital para o futuro dos motoristas e da regulamentação do setor.
“Este projeto só quer nos taxar sem oferecer nenhum benefício em troca, e ainda abre caminho para a Uber reduzir ainda mais o que paga. Isso é algo que nós, como motoristas, simplesmente não podemos aceitar. Vou começar a destacar as cidades onde achei interessante as manifestações. Bom, achei a do Rio de Janeiro particularmente impressionante. Começaram cedo, debaixo de chuva, e a quantidade de carros que se juntou foi incrível. Muitos deles estavam com adesivos que mandamos para diversos estados, mostrando a união dos motoristas em todo o país.
Em Belo Horizonte, também fizeram bonito. É a segunda vez que eles se manifestam este mês, e acredito que deveríamos fazer isso quase toda semana até que retirem a urgência desse projeto de lei. Se não fizermos isso, o projeto será votado até o dia 20 de abril, o que está muito próximo. Curitiba também teve uma participação notável, assim como Brasília, que é um ponto estratégico por ser onde os deputados passam grande parte do ano. Em Porto Alegre, até mesmo o sindicato de motoristas, que é um dos responsáveis por essa proposta, viu a força do nosso protesto.
Não podemos esquecer das manifestações no Nordeste, em cidades como Fortaleza, Recife e Salvador, onde a organização foi exemplar. E aqui em São Paulo, a mobilização na frente da Assembleia Legislativa e do Ibirapuera também mostrou nossa força.
Para mim, o importante é que continuemos a nos manifestar. Se o presidente não remover o regime de urgência desse projeto, ele será votado em breve, até o dia 20 de abril. Nossa mobilização nacional é fundamental para que os deputados percebam o quanto este projeto é controverso e difícil de apoiar como está. É esse o recado que eles precisam ouvir de nós.”