O aplicativo de táxi da Prefeitura de São Paulo foi tema de uma reunião na Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara Municipal de São Paulo.
A Comissão de Trânsito, Transporte e Atividade Econômica da Câmara Municipal de São Paulo realizou, na última quarta-feira (29), uma reunião com taxistas da cidade, representantes do poder executivo e da empresa responsável pelo SP Táxi, a TakSim. No centro das discussões, estava a utilização do desacoplador, um equipamento instalado nos táxis que realiza a comunicação entre o taxímetro e os aplicativos dos condutores e passageiros.
O engenheiro Carlos Alberto Borges da Silveira, representante da TakSim, abriu a reunião relembrando os critérios que a Prefeitura da capital paulista solicitou durante o processo de licitação do aplicativo: processo de segurança internacional para a cadeia de pagamento, cálculo do valor da corrida através do taxímetro físico e fórmula de cálculo da corrida de acordo com o padrão do INMETRO.

O desacoplador é criticado por alguns taxistas, que acreditam que a ferramenta retira a autonomia do taxista. “Esse equipamento vai tirar a nossa autonomia, o direito de ir e vir. Não sou contra o aplicativo, mas sou contra essa forma de monitoramento”, disse o taxista Zito Amaral.
Insatisfação
Insatisfeito com a gestão da empresa TAKSIM, o Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxis (SIMTETAXI – SP) pediu a rescisão do contrato com a TAKSIM e apresentou um dossiê com ações que não foram tomadas pela empresa.
Segundo o presidente da SIMTETAXI, Antônio Matias “Ceará”, a empresa não disponibilizou o uso do aplicativo aos taxistas e destacou a ausência do cumprimento da lei que garante que os funcionários públicos sejam transportados por táxis através do aplicativo, utilizando o voucher da Prefeitura, gerando uma perda de milhares de corridas por dia.
Gestora
Para o representante da TAKSIM, Carlos Alberto Silveira, a reunião foi positiva e esclarecedora. Sobre a liberação do software, Silveira disse que, através de uma portaria da Prefeitura, ficou definido o dia 28 de abril como data para que todos os taxistas possam estar cadastrados na plataforma e um cronograma, com cerca de 5 mil veículos, irão cumprir a instalação e implementação do equipamento para prestação de serviço.
“Estimamos que até o final do mês de julho, as corridas do município possam ser feitas pelo SP Táxi e que os usuários possam baixar o aplicativo”, afirmou.
Sobre o uso do desacoplador, Carlos lembra que o edital previa exigências técnicas específicas e critérios rígidos para a implantação. Entre os pontos citados estão:
- Toda a cadeia de pagamento e cobrança deverá ser feita através de processos que seguem o Padrão de Segurança de Dados da Indústria de Cartões de Pagamento Nível 2 (em inglês, PCI DSS) para evitar fraudes.
- Toda e qualquer corrida deve ser calculada pelo taxímetro físico, não por taxímetros lógicos. Nenhum equipamento pode ser colocado no taxímetro, exceto quando possui a função de obter informações.
Segundo ele, os desacopladores possuem tecnologias previstas, supervisionadas e autorizadas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). O objetivo do dispositivo é retirar informações da corrida, enviar para o aplicativo e fazer a cobrança sem que haja fraudes ou mudanças nos preços.
Desacoplador
O desacoplador é um dispositivo que estabelece conexão entre o celular/aplicativo e o taxímetro via cabo USB. Essa conexão é responsável por enviar dados do taxímetro, como valores, diretamente para o aplicativo. O dispositivo capta o número de série do taxímetro, o que evita fraudes e mudança de preços.
A gestão dos dados, ou seja, para onde os dados serão encaminhados e usados, é de responsabilidade da Prefeitura de São Paulo e não da empresa. Além disso, o desacoplador não possui conexão com a internet e não pode ser rastreado, já que a única conexão é com o taxímetro.