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Papo Machine: mobilidade elétrica com a WeCharge

WeCharge e os carros elétricos

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Conversamos com Matheus Maia, gerente de eletrificação da WeCharge. Afinal, como anda o mercado da mobilidade elétrica no Brasil?

Esses dias, eu estava dando uma passada no canal do Fernando Floripa, e vi ele falando que agora está com um carro elétrico e estava carregando o carro em um ponto de uma empresa chamada WeCharge.

Aquilo ligou meu alerta para um tema que, se você ainda não está por dentro, olha, é melhor ficar atento: a mobilidade elétrica.

Pelo menos 10 montadoras já anunciaram que até 2030, boa parte de seu veículos serão elétricos ou híbridos, entre elas Renault, General Motors e Nissan.

No mercado dos aplicativos de transporte, a Uber também já anunciou que em 2030, não serão permitidos mais veículos com motor a combustão.

Nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, a empresa possui a categoria Uber Green, que utiliza veículos elétricos ou híbridos. Todas as corridas são US$ 1 a mais do que uma corrida UberX, metade do valor vai direto para o motorista e a outra para um fundo que apoia os motoristas que desejam fazer a migração dos seus veículos.

Já a 99/DiDi, em uma parceria com a BYD, passou a testar carros elétricos no Brasil com foco nos motoristas de aplicativo.

Então, para conversar sobre esse assunto, ninguém melhor que o Matheus Maia, Gerente de Eletrificação da WeCharge.

O que é a WeCharge?

A WeCharge tem aproximadamente 1 ano e meio de existência. Somos novos, mas já estamos realizando um impacto bem interessante.

Somos uma rede de eletropostos com a missão de melhorar a experiência de recarga dos motoristas com veículos híbridos e elétricos.

Nossa demanda está em três lugares. Primeiro na casa das pessoas. Somos uma redistribuidora da Onebox, uma fornecedora de carregadores da Espanha. E também temos nossa marca própria.

Somos também uma rede pública, como o próprio Fernando [Floripa] estava usando, ou seja, temos carregadores em lugares públicos ou semipúblicos, como hotéis, shoppings e estacionamentos.

Agora estamos expandindo para rodovias, atendendo as demandas de viagens mais longas.

Nós também temos uma recarga privada, fazendo a gestão da cobrança de recargas de condomínios residenciais e comerciais, atendendo a dor daquele morador que quer ter um veículo elétrico, mas por conta de um síndico ou de uma assembleia, precisa ratear a energia do condomínio.

Resumindo, nós atendemos tudo que envolve a recarga de um veículo elétrico, seja em casa, na rua ou no trabalho, garantindo uma boa experiência. Nosso foco não é volume e sim na qualidade do atendimento, gerando uma boa experiência de recarga.

O que gostamos de fazer é pegar aquela tomada perdida no canto escuro do estacionamento e transformar em um espaço de recarga WeCharge, onde ele usa nosso aplicativo, encontra o carregador e desbloqueia, tendo toda uma interatividade que antes era mais difícil, gerando uma experiência melhor tanto para o usuário quanto para o dono do local em que está o carregador.

Ainda é caro ter um carro elétrico no Brasil?

Quando falamos de veículos mais populares, comparando um Kwid, que é o carro elétrico mais barato do Brasil (R$ 150 mil), quando comparamos com um modelo à combustão, que é R$ 70 mil, estamos falando quase o dobro. Tem uma grande diferença.

Mas as montadoras estão trazendo para o Brasil modelos mais baratos. Um exemplo é a Volvo, que está trazendo seu portfólio de veículos 100% elétricos ou híbridos.

Quando a gente olha para os veículos premium, a diferença não é tão grande. Hoje a Volvo tem o modelo elétrico CX40 a R$ 300 mil. Um modelo à combustão de uma outra marca tem um valor bem próximo.

É uma questão de tempo para veículos elétricos estarem no mesmo preço ou até mesmo ultrapassar o veículo a combustão. Também temos outras iniciativas para transformar a eletrização dos veículos em algo mais acessível, como a própria conversão de veículos, ou seja, converter veículos a combustão em elétricos. Essa é uma iniciativa que está vindo bem forte no mercado, com algumas startups se lançando. Aos poucos, os veículos elétricos vão se tornar uma realidade para a sociedade brasileira.

Há medidas que podem ser tomadas para popularizar a mobilidade elétrica no Brasil?

Com certeza. Eu vejo que tudo começa com o indivíduo, ou seja, nós querermos ter uma mobilidade mais limpa.

Quando falamos de mobilidade elétrica, o que me deixa bem otimista, é que não estamos falando apenas de uma questão ambiental.

Estamos falando de um custo operacional menor, menos manutenção, energia mais barata, com uma energia limpa aqui no Brasil. Além da experiência.

Todo mundo que já dirigiu um carro elétrico sabe como é a experiência. Eu não conheço ninguém que comprou um carro elétrico e quis voltar para um carro a combustão. Se tem, é um percentual bem pequeno.

Eu acredito que com esses veículos cada vez mais baratos, é questão de tempo para as pessoas fazerem essa mudança.

Também temos os veículos híbridos, que por serem mais baratos, são boas opções para fazer a transição, além de usar a gasolina como uma reserva. Eu vejo que quando falamos de ações públicas ou que vão impactar o mercado, tanto governo quanto empresas que tem seu core a logística ou algo que envolva o setor automotivo, um bom caminho é eletrificar suas frotas.

Um bom exemplo vindo do setor público é a guarda civil de São José dos Campos que em 2018 fez uma compra de veículos elétricos da BYD e 3 anos depois, em 2021, comemoram R$ 2,5 milhões economizados dos cofres públicos, R$ 1,5 milhão em combustível e R$ 1 milhão em manutenção.

É um bom exemplo de que não estamos apenas diminuindo a emissão de CO2, mas também evitando gastos.

Aqui em Florianópolis, estamos em um estado com uma das maiores frotas de carros elétricos do Brasil, ao lado de São Paulo.

Por São Paulo, é muito normal você estar andando na rua e encontrar um veículo elétrico fazendo entregas. A partir do momento que começamos a encontrar veículos elétricos no nosso dia a dia, vemos que essa mudança está mais perto de se tornar realidade, e que não é apenas um nicho de carros premium.

Quando falamos o que falta para popularizar a mobilidade elétrica, eu vejo que há ações individuais, mas vemos que há bons exemplos em grandes empresas e no setor público.

Também há leis, como a isenção do IPVA e imposto de importação, mas temos uma indústria nacional que está se preparando para a mobilidade elétrica. Temos que valorizar o desenvolvimento nacional de tecnologia, porque o Brasil tem tudo para ser um pólo de desenvolvimento de mobilidade elétrica.

Quais são as vantagens da mobilidade elétrica para os motoristas de aplicativo e como donos de apps regionais podem contribuir com essa mudança?

Quando a gente fala de automobilismo, tem muito da paixão e o racional.

Na mobilidade elétrica, algumas pessoas sentem a falta do ronco do motor. Quando falam isso, eu comparo com o toque e a sensação que dá um motor elétrico.

Com essas relações, nós conseguimos provar por A mais B que o custo de um veículo elétrico é bem menor e ele agrega muito valor à experiência do usuário. Você pode oferecer a primeira experiência do passageiro em um veículo elétrico. Isso tem um valor que vai além do financeiro, disseminando a mobilidade elétrica e experimentando novas tecnologias, impactando a cidade e a vida das pessoas.

Falando para os motoristas e donos de aplicativos regionais, a gente vê essa movimentação de Uber e 99 na Aliança pela Sustentabilidade, de maneira com que o app dê um apoio para o motorista ter o veículo elétrico.

Por exemplo, o aplicativo pode comprar uma frota de veículos elétricos, fazendo um financiamento e conseguindo fazer uma assinatura para o motorista, que pagaria em parcelas pela economia que ele gera.

Se a economia que eu consigo ter é maior do que a prestação que eu tenho para comprar um carro elétrico, a conta fecha. Eu tenho lucro operacional.

Quando falamos em prestação de serviço, eu posso ter a coisa mais linda, limpa e verde do mundo, mas se não for economicamente viável, não fecha a conta. O que eu quero dizer com tudo isso é que, além de termos uma conta que fecha, a gente pode transformar o país em que a gente vive e fazer parte dessa transformação.

Eu sinto muito orgulho de estar fazendo parte desse movimento.

Um dia eu encontrei o primeiro motorista Uber a rodar com um carro elétrico aqui em Florianópolis e ele me falou exatamente isso, sobre a sensação de ser o pioneiro. Isso gera um impacto muito legal nas pessoas.

Daqui a pouco, o motorista do Uber bota um painel solar em casa e começa a produzir sua própria energia, tendo um gasto por quilômetro rodado cada vez menor.

Fazendo as contas e buscando esses parceiros corretos, tem tudo para gerar muita frente de negócio, como financiamento, leasing, assinatura e parcerias, como a própria WeCharge. O motorista desse aplicativo regional pode ter um cartão para fazer a recarga mais barata nos nossos postos. A gente consegue criar todo um ecossistema que gere valor.

Nosso grande objetivo é girar essa roda e fomentar o mercado.

Como o dono de um aplicativo regional pode fazer uma parceria com a WeCharge?

De diversas maneiras. Tem a possibilidade do dono do aplicativo ter um carregador na base ou até mesmo colocar na casa do motorista. Temos estudos que mostram que mais de 80% são feitas durante a noite na base daquele carro.

Ou seja, nesse primeiro modelo de parceria, podemos alugar ou vender os carregadores e prestar todo esse serviço de manutenção e monitoramento do aparelho.

Podemos criar rotas onde o motorista tem benefícios para parar e abastecer seu veículo. Por exemplo, o motorista faz uma pausa em um restaurante, carrega seu veículo no local e tem desconto no estabelecimento.

Como funciona a monetização do carregador nas soluções empresariais?

A WeCharge usa um aplicativo que permite a monetização. Até então as recargas eram gratuitas, mas a gente via que o serviço era precário por ser gratuito. Então o suporte era ruim, porque a pessoa não tinha para quem pedir socorro.

Então começamos com a cobrança da recarga. Ainda sim é muito mais barata do que o combustível. A cobrança vem para transformar esse modelo em algo sustentável, porque se você não está pagando, tem alguém que está, no caso o shopping ou estacionamento que colocou o carregador para atrair as pessoas.

Quando começamos, era algo bem simbólico. Vimos que os clientes preferem pagar e ter um suporte de qualidade a não pagar e ficar à mercê.

Assim, para as empresas que querem monetizar a recarga, elas podem instalar o carregador e cobrar a recarga. No caso dos apps regionais, eles podem dar descontos para os motoristas parceiros, por exemplo.

Para este modelo de recarga funcionar no Brasil, tem que ser bom para todos. Para o estabelecimento que oferece, para a rede de recarga e, é claro, para o motorista. Não pode ser muito claro ou ele vai não vai fazer recarga naquele local.

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