O impacto do 5G no transporte por aplicativo deve ser visto em duas etapas: curto prazo e médio prazo. O Conecta vai te explicar as mudanças!
No início de julho, a tecnologia do 5G chegou ao Brasil prometendo revolucionar a qualidade da conexão da internet no país.
Inicialmente, o serviço começou a funcionar em alguns bairros da capital federal, Brasília.
Nas demais capitais, as operadoras precisam disponibilizar o sinal do 5G até 29 de setembro deste ano.
A tecnologia chegará nas cidades com mais de 500 mil habitantes até julho de 2025.
Com mais de 200 mil habitantes, até julho de 2026.
Até julho de 2027 nos municípios com mais de 100 mil habitantes.
E em 2029 naqueles com mais de 30 mil habitantes (julho) e com menos de 30 mil (dezembro).
Além disso, 1.700 localidades não serão atendidas até dezembro de 2030.
Diferenças entre 4G e 5G
A Agência Nacional de Telecomunicações explica que a próxima geração trará mudanças significativas em relação ao 4G. As melhorias técnicas têm como objetivo atingir três patamares:
- Maior velocidade: em teoria, a rede 4G é capaz de atingir a velocidade de um gigabit por segundo. No dia a dia, porém, não chegamos perto disso em nossos celulares. Com o 5G, a expectativa é atingir velocidade máxima, na ERB, vinte vezes maior em relação ao 4G, chegando a 20 Gbps.
- Menor latência: a meta é atingir uma latência – tempo necessário entre o estímulo e a resposta real da rede – de apenas 1 milissegundo com o 5G. A rede com tecnologia 4G apresenta, em média, latência de 50 milissegundos.
- Maior eficiência energética: a rede 5G terá nível de eficiência energética 90% mais alto que a 4G, o que viabilizará a internet das coisas, já que baterias de diversos tipos de dispositivos muitas vezes não podem ser substituídas ou recarregadas com frequência.
A chegada dessa tecnologia promete revolucionar diversos setores da economia brasileira. Serviços de streaming, videochamadas e transmissões de eventos esportivos ou culturais passarão a contar com uma melhor resolução de imagem e áudio, sem interrupções ou perda de qualidade.
Segundo o Ministério das Comunicações, objetos do dia a dia, como eletrodomésticos, roupas e até a própria residência, poderão ser conectados à rede mundial de computadores e acionados remotamente.
“Nas cidades, lixeiras, semáforos, automóveis, câmeras e outros objetos comunicarão uns com os outros, sem intervenção humana, e vão gerar uma massa enorme de dados (big data). Para o agronegócio, a tecnologia 5G afetará toda a cadeia de produção, incluindo preparo da terra, plantio de sementes, cultivo, colheita e criação de gado”.
O impacto do 5G no transporte por aplicativo
O transporte por aplicativo é outro mercado impactado com a chegada do 5G.
O 5G aumenta a capacidade de pessoas pedirem corridas simultâneas, na mesma localidade. Os números do Ministério das Comunicações mostram que, enquanto o 4G consegue conectar até 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, simultaneamente, o 5G suporta até 1 milhão de dispositivos. Imagine o impacto disso no transporte por aplicativo em grandes aglomerações, como saídas de shows e jogos de futebol.
Mas é importante alertar que a chegada do 5G não tem todos os seus impactos imediatamente e é preciso tempo para que as transformações possam acontecer.
Por isso, o impacto do 5G no transporte por aplicativo deve ser visto em duas etapas: curto prazo e médio prazo.
Diferenças em curto prazo
No curto prazo, motoristas e passageiros poderão ver a precisão do deslocamento do veículo dentro do aplicativo de forma mais apurada, o que tende a diminuir cancelamentos de corridas.
Além disso, a realidade aumentada dentro do transporte por aplicativo deverá aparecer mais vezes, por exemplo, com imagens reais de pontos de embarque dos passageiros, o que evita o desencontro com o motorista.
A precisão nas estimativas de tempo de embarque, tempo da viagem, precificação e a velocidade de envio de uma corrida para o motorista, também deverão aumentar com a chegada do 5G.
Diferenças em longo prazo
Já para o médio prazo, a tecnologia abre espaço para os carros inteligentes, já que eles necessitam de muita informação em tempo real para operar.
Os carros inteligentes precisam conversar entre si, ou seja, um veículo passa informações em tempo real sobre o trânsito para o outro, para que ele possa escolher a melhor rota para a viagem, além de identificar obstáculos na pista e desviar automaticamente para evitar acidentes. Até mesmo para definir a temperatura dos veículos, os carros inteligentes poderão utilizar este tipo de tecnologia e, é claro, é um caminho para o tão falado carro autônomo.
Outro ponto que impacta diretamente o mercado do transporte por aplicativo é que o leilão 5G complementou a política pública de massificação do acesso à internet móvel no País.
Segundo o Ministério das Comunicações, o edital do 5G estabeleceu compromissos para as empresas vencedoras visando ampliar a cobertura para além dos municípios com menos de 30 mil habitantes, incluindo 7.430 localidades, como vilas, povoados, lugarejos, núcleos, projetos de assentamento e aglomerados urbanos isolados.
O leilão demandou a implantação de cobertura 4G também ao longo de mais de 35,7 mil quilômetros de rodovias federais. Essas contrapartidas resultarão na ‘interiorização’ das redes móveis de alta velocidade, reduzindo a desigualdade de infraestrutura e de acesso à internet nos municípios.
Este é um dos principais impactos da tecnologia 5G no transporte por aplicativo no Brasil.
A Gaudium, por exemplo, conta, através da Machine, com clientes em mais de 1.500 municípios do país, e a qualidade da conexão em cada um desses municípios varia muito. Quanto mais pessoas e quanto melhor for essa conexão, maior será o alcance do transporte por aplicativo.
