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“Sem melhorias nas taxas e diálogo, fica difícil”, diz entregador

Homem vestindo uniforme vermelho do iFood aponta para um quadro branco com anotações sobre comparação de renda entre CLT e aplicativos de entrega.
Marcelo Castelli, entregador de aplicativo, aponta para quadro com dados sobre ganhos entre trabalho CLT e entregas por aplicativo.

Entregador e influenciador, Marcelo Castelli trabalha de 8 a 10 horas diárias e destaca a importância da comunidade e do planejamento no setor.

Marcelo Castelli transformou sua paixão por motos e o desejo de autonomia em um meio de sustento e inspiração. Hoje, ele une o trabalho de entregador com a produção de conteúdo digital, ajudando outros profissionais da área. Em entrevista à equipe do 55content, Marcelo compartilhou sua trajetória, desafios e visão sobre o setor.  

Marcelo sempre teve uma ligação forte com motos e buscava uma forma de trabalhar de maneira independente: “Antes de me tornar entregador, já tinha experiências em outras áreas, mas foi na entrega que encontrei uma oportunidade de ganhar meu sustento com mais autonomia”, explicou.  

Além das entregas, Marcelo começou a produzir conteúdo digital sobre sua rotina e dicas para entregadores, o que o levou a se tornar reconhecido como influenciador: “Hoje, consigo unir o trabalho de entregas com a produção de conteúdo para ajudar e inspirar outros trabalhadores da área”, contou.  

Com jornadas que variam de 8 a 10 horas diárias, Marcelo divide seu tempo entre entregas e a criação de conteúdo: “Trabalho nos horários de maior movimento e uso o restante do dia para gravar vídeos, editar e interagir com o público nas redes sociais”, relatou.  

Os desafios, segundo ele, vão além do trânsito: “Os maiores desafios estão relacionados à segurança e à instabilidade financeira. Nunca sabemos quem será o próximo cliente ou o local de entrega, e isso pode gerar uma certa insegurança.”  

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Marcelo trabalha tanto dentro quanto fora das plataformas de entrega. Ele destacou as diferenças entre os dois formatos: “O trabalho dentro das plataformas oferece mais praticidade e acesso a corridas, mas as taxas cobradas e a imprevisibilidade dos ganhos podem ser desafiadoras. Fora das plataformas, há mais liberdade para negociar, mas a demanda é menos constante.”  

Ele também destacou o senso de comunidade entre os entregadores: “Muitas vezes, nos ajudamos mutuamente, seja com dicas sobre a cidade, informações de segurança ou apoio emocional. Tento contribuir criando conteúdo que ajude essa comunidade a se sentir mais forte e unida.”  

Marcelo vê potencial para melhorias no trabalho de entregas, mas ressalta que isso depende de avanços nas plataformas e nas políticas públicas: “Se houver mais reconhecimento e suporte para os entregadores, as condições tendem a melhorar. Por outro lado, sem diálogo e melhorias nas taxas e na segurança, o cenário pode ficar mais difícil.”  

No futuro, Marcelo pretende continuar na área, mas com foco no crescimento como influenciador: “Meu objetivo é testar novas motos, ajudar outros entregadores e criar uma marca forte nesse segmento.”  

Para quem deseja ingressar no mercado de entregas, ele dá conselhos importantes: “Estude o mercado antes de entrar, entenda os melhores horários para trabalhar e invista em segurança. Tenha um bom planejamento financeiro e emocional, pois o trabalho pode ser instável. E, se possível, acompanhe o conteúdo de quem já está no ramo para evitar erros comuns.”  

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Anna Julia Paixão

Anna Julia Paixão é estagiária em jornalismo do 55content e graduanda na Escola Superior de Propaganda e Marketing.

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