O ACT Driver surge com a iniciativa de desenvolver o transporte local no interior da Paraíba e regulamentar corridas alternativas.
O aplicativo de transporte regional, ACT Driver, foi criado no interior da Paraíba e trabalha para aumentar a sua visibilidade na região. Com uma taxa fixa de 15%, o app desenvolve estratégias para enfrentar as grandes plataformas.
Marx de Castro é um dos sócios e idealizadores do ACT e conversou com o 55Content sobre o projeto. Lançado em janeiro deste ano, a plataforma surgiu com a proposta de atender a rota de corridas entre Cabedelo, município da Paraíba, e João Pessoa, a capital do estado.
Ele explica que anteriormente o transporte era alternativo, proibido pela lei. Sendo assim, há 5 anos, Marx observou que poderia apresentar um projeto de lei para regulamentar o transporte por aplicativo no município de Cabedelo.
Ele detalhou que reuniu alguns colegas e, a partir do seu cargo de presidente na Associação dos Transportes Complementares de Cabedelo, desenvolveu o aplicativo para regulamentar o transporte na região.
“Quatro motoristas se uniram e formaram a associação. A partir dessa união, foi criada uma empresa privada para desenvolver um aplicativo, algo que não poderia ser feito dentro da própria associação”, explicou Marx. Assim, eles fundaram a ACT Tecnologia. No ano passado, os quatro se tornaram sócios, e ele assumiu o papel de diretor administrativo da empresa.
Inicialmente, a plataforma foi desenvolvida para atender apenas a rota Cabedelo-João Pessoa e João Pessoa-Cabedelo: “A gente se dedicou a isso, foi se aperfeiçoando e investindo também. Muita luta. Não é fácil desenvolver um app com uma associação sem fim lucrativo. A plataforma se deu por conta da dinâmica de Cabedelo para João Pessoa por aplicativo”, conta o gestor.
Marx ainda ressalta uma dificuldade com a expansão do trabalho: “Cabedelo é uma cidade de 66 mil habitantes. Não abraçaram ainda o nosso aplicativo por inteiro, mas tem tudo para abraçar. Se a população abraçar, a gente bate tranquilo aqui dentro, porque a concorrência é escassa. Uber e 99 aqui demoram uma hora para chegar. Eles rodam mais na capital, que é João Pessoa”.
Hoje a plataforma opera em João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Bayeux, santa Rita, Solânea e Bananeiras.
Para concorrer com os grandes apps, a ACT implantou a taxa de 15% e conta que o sistema funciona com crédito. Para rodar, o time atual de 40 motoristas precisa adicionar o crédito via Pix na carteira do app. A partir de R$ 2,00, o aplicativo já está disponível para uso.
Logo em seguida, o cadastrado recebe o valor total do cliente: “Se fizer uma viagem de R$ 100,00, ele recebe os R$ 100,00, seja em cartão ou em dinheiro, e os 15% são descontados do crédito previamente inserido”.
Durante os períodos noturnos e em locais como supermercados, é adicionada a tarifa dinâmica: “Sem onerar o passageiro e ajudando nos ganhos do motorista. O quilômetro rodado fica entre R$ 1,20 e R$ 1,10”.
Para engajar o aplicativo e trazer reconhecimento local para a marca, o gestor revela estratégias: “Vamos até o atacadão da cidade e pedimos para os clientes baixarem o aplicativo. ‘Baixa aí, por gentileza, faça a corrida agora conosco’. Faz a corrida e leva. E assim a gente está aperfeiçoando o aplicativo”.
“A gente precisa que a população da Paraíba abrace o nosso aplicativo, que é regional, um aplicativo de ponta, com boa tecnologia”.
Em relação às regulamentações locais, como você enxerga essa questão? Como você vê esse movimento atualmente?
“Aqui em Cabedelo, onde eu moro, nós colocamos um projeto em 2019. Esse projeto foi para a Câmara, foi votado por unanimidade e sancionado pelo nosso prefeito. Então, estamos regulamentados dentro da cidade de Cabedelo e somos modelo para qualquer outra cidade da Paraíba ou do Nordeste. João Pessoa, a capital, já está enxergando isso.
Vamos apresentar nosso projeto também para João Pessoa, visando a regulamentação, porque tem muitos carros irregulares e muitas alternativas ainda.
Aqui em Cabedelo, somos 40 motoristas, mas há 350 clandestinos rodando. O que acontece é que agora está havendo uma fiscalização, e esse pessoal tem que se adequar. Para isso, eles precisam entrar no ACT Drive, que é o único aplicativo regulamentado dentro da cidade. Nós pagamos imposto.”
Para gerenciar um aplicativo de transporte, que tipo de conhecimento e informações você considera essenciais?
“Olha, a primeira coisa necessária é ter liderança entre os motoristas. Foi o meu caso. Eu sou motorista de aplicativo e fui eleito presidente da associação. Para você ter uma ideia, são 108 motoristas, todos torcendo por aquilo, e assim você ganha credibilidade.
Hoje, eu tenho conhecimento aqui na Paraíba. Estou junto com o sindicato do estado por aplicativo, meu amigo Breno. Tenho um conhecimento muito forte. O sindicato da Paraíba por aplicativo está nos apoiando nos eventos que virão.
Eles vão falar com o nosso aplicativo, o ACT Drive, e não com outros. É regional, certo? Então, é isso que eu digo. A primeira coisa é essa: ter conhecimento sobre transporte. E não adianta ser empresário e colocar alguém sem conhecimento para gerir a empresa.
Aqui é diferente. Aqui tem eu, Marx, como motorista, o Edvaldo, que roda há 15 anos, e os outros dois, Francisco Altemar e o outro, que rodam há 20 anos. O conhecimento é forte. Todo dia trazemos gente dos alternativos que estão irregulares, fazemos campanha para eles entrarem no aplicativo.”
Para o desenvolvimento do aplicativo, Marx revelou que foram investidos R$ 35 mil, realizado através de um empréstimo, e pagam as parcelas mensalmente: “Tiramos esse empréstimo para justamente fazer a mídia, lançar o aplicativo, fazer alguns eventos”.
O gestor conta que a aplicação para regiões próximas está funcionando e tem grandes expectativas para o ACT: “O pessoal está se acostumando com a ideia do app”.
