Com ganhos médios de R$1.000 por semana, Elionaldo Ferreira compartilha sua experiência como motoboy na cidade.
São Paulo, com mais de 12 milhões de habitantes, é a maior metrópole da América Latina e abriga o maior número de motociclistas do Brasil.
De acordo com o Sindicato dos Mensageiros, Motociclistas, Ciclistas e Mototaxistas do Estado (SindimotoSP), cerca de 650 mil motociclistas atuam no estado, sendo 320 mil apenas na capital. Entre eles, está Elionaldo Ferreira, que compartilhou sua experiência como entregador desde 2022.
Motivação e desafios
Elionaldo iniciou sua jornada como entregador atraído pela possibilidade de gerenciar seu próprio tempo e obter uma renda extra. No entanto, ele rapidamente percebeu os desafios da profissão, especialmente relacionados ao suporte oferecido pelos aplicativos: “O suporte geralmente começa e termina num chatbot que nunca entende o que você precisa. Se conseguir falar com um operador humano, é porque insistiu muito”, afirma.
A queixa de Elionaldo não é isolada. Dados recentes do IBGE indicam que, em 2023, 1,5 milhão de pessoas trabalharam por meio de aplicativos no Brasil, sendo 589 mil delas entregadores.
Em muitos casos, essas pessoas enfrentam longas jornadas e baixos rendimentos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) revelou que motoentregadores têm, em média, jornadas semanais de 46 horas, enquanto a média nacional é de 39,5 horas.
Onde estão as melhores entregas?
Para Elionaldo, as zonas oeste e centro da cidade são as mais atrativas para realizar entregas, enquanto a zona norte é a menos favorecida. Ele menciona que aplicativos como iFood e Rappi dominam o mercado, mas prefere trabalhar com Uber e Lalamove.
Em termos de rendimento, ele relata os ganhos de um entregador em São Paulo: “Na média, mil reais por semana, bruto”.
Quando se trata de tipos de entregas, há preferências e aversões: “Não posso falar pela categoria, mas eu detesto entregar fast food. Já as melhores corridas são aquelas que não exigem pressa para concluir”, explica.
Elionaldo destaca que a relação com os consumidores em São Paulo é geralmente profissional: “Já vi vídeos de colegas sendo obrigados a concluir a entrega dentro da casa do cliente em outras regiões, mas aqui é diferente”, conta.