Pesquisa da 99 aponta: motos por aplicativo podem ser solução para segurança de mulheres em São Paulo.
Em evento nesta quinta-feira (07), em São Paulo, a 99 apresentou os resultados do lançamento da pesquisa “Mulheres, Segurança e Mobilidade na Cidade”, realizada pelo Instituto Locomotiva com apoio da plataforma.
Renato Meirelles, presidente da instituição, apresentou os dados coletados por meio de pesquisas com 2.750 mulheres de baixa renda da região metropolitana e da capital de São Paulo, além de mulheres da capital do Rio de Janeiro.
A ideia do estudo era analisar a forma como essas cidadãs se transportam pela cidade, focando principalmente na segurança de ir e vir.
“Os números são preocupantes. 65% das mulheres saem de casa ao menos cinco vezes por semana, mas 69% deixam de se deslocar para trabalho ou estudo por medo. Esse medo é diário para mulheres da periferia, que já lidam com trabalhos precarizados e não estudam nas melhores escolas. É uma barreira adicional para que consigam se desenvolver”, diz Renato.
Ele também destacou que 97% das mulheres de baixa renda sentem medo de sofrer alguma situação de violência durante seus deslocamentos a pé pela cidade.
É por isso que, em conjunto com a 99, o instituto observou que 73% das entrevistadas concordam que a moto por aplicativo é uma alternativa para que as mulheres não fiquem tão expostas a riscos nos trajetos que fazem a pé. Além disso, 8 em cada 10 consideram o transporte por moto uma solução viável e auxiliar nos deslocamentos.
Em entrevista exclusiva ao 55Content, Renato Meirelles explicou se há chances de o transporte por moto se tornar uma opção viável na capital: “A gente espera que, com a divulgação desses resultados, o poder público se debruce sobre o tema, buscando soluções como a do transporte por aplicativo, mas que também trabalhe com o aumento da segurança, com a iluminação nas ruas, que consiga efetivamente garantir que essas mulheres parem de ter medo de andar a pé”.
Ele acrescenta: “Quando você mostra isso, faz com que esses dados e essas informações, que nada mais são do que a tangibilização de um problema real vivido pela população, comecem a mover as coisas, a provocar mudanças. E aí, quando você tem o dado, o poder público decide o que fazer com ele: se é levar a um processo de regulação ou se é fingir que esse problema não existe”.