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“Fazia R$ 700 por semana, sem o iFood está difícil”: diz entregador após ser bloqueado pela plataforma

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Entregador
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Entregador Eric Santos foi bloqueado pelo iFood após o envio frequente de mensagens para o suporte da plataforma. Hoje ele trabalha com o Uber Flash e com a Rappi. 

Eric Santos, um entregador de aplicativos na cidade do Rio de Janeiro, enfrenta uma série de desafios no seu campo de trabalho há mais de dois anos. Em 2021, sua conta no iFood, principal fonte de renda na época, foi desativada sem aviso prévio, deixando-o sem a possibilidade de trabalhar e sem explicações claras do ocorrido.

De acordo com Santos, os problemas começaram quando ele se viu frequentemente enviando entregas para áreas de risco, o que resultava em frequentes incidentes, como pneus de bicicleta furados. “Sempre que tinha algum problema, eu informava o suporte e mandava fotos de tudo que acontecia”, relata o entregador. Apesar de sua diligência, um dia ele acordou para trabalhar e encontrou sua conta desativada.

“Quando acontecia algum problema, eu sempre voltava para devolver os pedidos”, conta Santos. No entanto, ao tentar resolver a situação, o iFood passou a solicitar provas dos incidentes ocorridos, documentos que ele já havia perdido devido ao tempo.

Desde a desativação de sua conta, Santos tenta retornar ao trabalho no iFood. Ele se inscreveu no programa “segunda chance” do aplicativo, mas foi informado que o número de entregadores já era suficiente e que seria avisado quando houvesse vagas disponíveis. Até hoje, ele espera uma resposta.

Enquanto isso, Santos diversificou suas fontes de renda trabalhando também para a Rappi e a Uber Flash. No entanto, ele destaca que com o iFood conseguia ganhar mais, chegando a fazer até 700 reais por semana, uma renda que agora lhe faz falta. “Eu fazia 700 por semana; agora, sem o iFood, tá difícil”, lamenta.

Apesar de seus esforços e da necessidade clara de trabalho, a resposta do iFood ainda é aguardada. “Eu queria muito voltar a trabalhar, mas eles não liberam nunca”, desabafa Santos. 

A equipe do 55content entrou em contato com o iFood para obter mais informações, mas até o momento de publicação da matéria, a empresa ainda não nos respondeu. 

Nota: No dia 3 de maio, a equipe do iFood nos deu um posicionamento:

“O iFood preza pela segurança da plataforma e busca processos justos e transparentes para todo o ecossistema. Aos entregadores, a empresa criou o Jeito iFood de Entregar, com regras de conduta que ajudam o profissional a entender o que deve e o que não deve fazer em uma entrega. Todas as informações estão no Portal do Entregador. 

Em 2023, o iFood implementou a Rota Devolução, que ajuda o entregador a devolver o pedido para a loja parceira nos casos em que o pedido não é entregue para o cliente final. Isso pode ser feito, por exemplo, se o cliente não for encontrado, se houver divergência na forma de pagamento ou se a entrega for em área de risco.

A empresa reitera que o cancelamento isolado de corridas não acarreta na desativação da conta. Essa medida é tomada quando há um excesso de cancelamentos, para proteger a plataforma de abusos e condutas que não são esperadas. A desativação pode ser contestada a qualquer momento pelo profissional de entrega. A análise dessa contestação é feita por um time interno que considera todos os aspectos dos pedidos ou condutas que levaram o entregador a ser desativado.”

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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