Estudo diz que bicicletas superaram veículos motorizados, sendo 1,61 vezes mais rápidas e eficientes na entrega, enquanto reduziram 3,8 toneladas de CO2 em 98 dias de trabalho.
Para contribuir com um sistema logístico ambientalmente responsável, a J&T Express, uma empresa multinacional de entregas expressas, adotou uma nova abordagem e está investindo na expansão de suas operações, focando no uso de bicicletas como meio de transporte
Essa iniciativa busca não apenas melhorar a eficiência das entregas, mas também reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, demonstrando, segundo a J&T Express, o compromisso da empresa com as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG), cada vez mais exigidas pelo mercado.
Eduardo Caires, responsável pela Gestão de Redes da J&T Express Brasil, declarou que a meta é que 10% de todas as entregas no Brasil sejam feitas por bicicletas até o final deste ano. “A iniciativa da J&T em adotar o uso de bicicletas como meio de transporte para suas entregas demonstra um engajamento real com a sustentabilidade ambiental. Esta mudança não apenas contribui para a redução da emissão de CO2, mas também pode servir como exemplo inspirador para outras empresas do setor”, afirmou o executivo.
Atualmente, a J&T Express possui uma frota de mais de 590 bicicletas, usadas principalmente nas regiões norte e nordeste do país, realizando 150 mil entregas mensais. A empresa pretende aumentar o número de bicicletas para cerca de 1.200 nos próximos meses, expandindo esse modelo para o sudeste do país. A J&T também está recrutando novos entregadores com bicicletas, com vagas disponíveis em todo o território nacional.
Segundo o Coordenador de Operações de Redes da empresa, a expectativa é que, com o aumento do número de bicicletas em circulação, a empresa consiga reduzir em até 50% as emissões mensais de CO2 em suas operações de entrega com motocicletas, em nove de suas unidades regionais.
“Estimativas da nossa equipe de Redes indicam que devemos reduzir nosso volume diário de emissão de CO2 em cerca de 5 mil kg, graças ao aumento da frota de bicicletas. Até o final do ano, nossa meta é duplicar a quantidade de bicicletas utilizadas em entregas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pará, Goiás, Ceará e Bahia. Em Minas Gerais e no Maranhão, onde esse modal ainda é pouco utilizado, o número de entregadores com bicicletas deve crescer dez vezes até dezembro de 2024”, concluiu Caires.
O uso de bicicletas oferece vantagens como sustentabilidade, agilidade, redução de engarrafamentos e economia de combustível. Outra vantagem é que os entregadores não precisam de habilitação para operar bicicletas, sejam elas elétricas ou não.
Do ponto de vista ambiental, as entregas de bicicleta diminuem a pegada de carbono (medida das emissões de gases de efeito estufa das atividades humanas, produtos, processos ou serviços que chegam à atmosfera). Em termos de agilidade, os ciclistas conseguem se mover e estacionar com mais autonomia e em vias especiais, como ciclofaixas, diferentemente de motos e carros. Além disso, por não necessitar de combustível, exigir pouca manutenção e não pagar impostos, a bicicleta é uma opção muito mais econômica do que outros meios de transporte.
Estudos mostram que o uso de bicicletas para entregas é uma tendência crescente, especialmente devido à sua sustentabilidade. O relatório “The Promise of Low Carbon Freight” de 2021 comparou, usando dados de GPS, as rotas de bicicletas de carga em Londres com as rotas que as vans seguiriam para entregar os mesmos pacotes.
Os resultados mostraram que as bicicletas foram, em média, 1,61 vezes mais rápidas e conseguiram entregar mais pacotes no mesmo tempo que as alternativas motorizadas. O estudo, que avaliou 98 dias de trabalho, concluiu que as bicicletas ajudaram a evitar a emissão de cerca de 3,8 toneladas de dióxido de carbono e mais de 5,5 quilos de óxido de nitrogênio na atmosfera.
