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Nova foodtech? Burger King cria delivery próprio

Gigante do fast food internacional, Burger King cria delivery próprio e anuncia planos de se tornar uma foodtech.

Mobilidade Urbana, alimentos e tecnologia. Para quem vê de longe, pode parecer que não há nenhuma relação entre os três temas, mas a verdade é que a união entre esses setores se mostra cada vez mais atual.

Pense bem. Não é exatamente uma novidade. Já faz parte do cotidiano, não só do brasileiro mas do mundo, recorrer aos aplicativos para se alimentar.

O delivery já mostrava suas asas antes, mas com a pandemia se tornou indispensável. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em 2021, indicava que esse mercado movimentaria cerca de 6,3 trilhões de dólares em todo mundo, contra os “apenas” 182 bilhões de dólares movimentados em 2018.

Dados do setor mostram salto de 155% no número de usuários de março a abril do ano passado (2020), quando o estimado para o período era de 30%. O crescimento de pedidos também acompanhou o crescimento de usuários, atingindo expressivos 975% de aumento.

O Brasil é referência com quase metade dos números do delivery latino, totalizando 48,77% de participação. Além disso, o mercado nacional tem estado bem aquecido.

Novidades recentes, como o encerramento das operações nacionais do Uber Eats, apontam para uma movimentação do setor.

Em entrevista ao Sbt News, o advogado trabalhista Camilo Onoda Caldas, deu um parecer sobre o tema:

“No primeiro momento, o iFood deve absorver essa demanda que existia, mas há várias outras empresas e startups entrando no mercado e que, provavelmente, vão começar ocupar mais espaço”

Camilo Onoda, advogado trabalhista

Ao criar um delivery próprio, o Burguer King se encaixa no grupo dos que tentam buscar mais espaço.

As motivações por trás da decisão

Mas porque uma empresa já consolidada no mercado como é o Burguer King vai entrar no ramo da mobilidade? Podemos listar algumas razões para isso:

Autonomia do próprio negócio

Ao incorporar o próprio sistema de entregas, o BK se torna mais independente em relação as principais plataformas de delivery do país, iFood e Rappi. Afinal, para cada entrega feita por meio desses aplicativos é necessário que o restaurante repasse parte da quantia. Para uma rede de diversos restaurantes de alto volume de vendas, a despesa acumulada é alta.

De Janeiro a Março de 2020, período de início da pandemia, onde a empresa passou a oferecer seus produtos por meio do iFood e Rappi, a empresa tinha em caixa e aplicações 468 milhões de reais, para um total de 691,5 milhões de reais em compromissos financeiros, segundo a Exame.

Com a internalização da demanda, o BK pode oferecer preços mais competitivos aos clientes.

Experiência do cliente

Mas a nova fase não está pautada somente no fator econômico: O Burger King também está de olho em oferecer uma experiência do cliente cada vez melhor.

A ideia é que a marca BK esteja presente nos lares, em contato direto com o público. Através de um serviço de delivery próprio, a companhia passa a ter mais um canal de contato com os clientes.

Por ele ela pode oferecer atendimento personalizado e garantir até mesmo a qualidade dos produtos que chegam no destino final.

“Vemos uma integração muito grande entre a experiência de consumo dentro e fora do restaurante, além de uma evolução exponencial em vendas digitais e no relacionamento customizado com o cliente.”

Iuri Miranda, CEO do Burger King Brasil

Coleta de dados

Por fim, a terceira e não menos importante motivação, tem um caráter de pesquisa. A empresa que conduziu no começo do ano passado uma transformação digital, modernizando sistemas e as próprias lojas, tem mais em mente.

Ao passar a vender por uma plataforma própria, ela passa a ter acesso mais fácil sobre desejos, gostos e preferências dos clientes. É uma forma fácil de conhecer os padrões de consumo do público e a partir disso, gerar insights que impulsionem o marketing, as vendas e a operação da empresa.

Burger King, a foodtech

A inovação tecnológica, o uso intensivo de dados e a expectativa de um rápido crescimento nesse modelo de operações é o que normalmente define uma startup. A aplicação desse modelo no setor alimentício, cria o que se chama de foodtech (Ex: iFood, Cornershop).

Ao inaugurar essa nova fase de operação, o desejo da companhia é replicar o modelo de rápida escalabilidade desse tipo de empresa. Apesar de o BK não ter se estabelecido dessa forma, os investimentos em tecnologia vão permitir gerar resultados de forma notável.

“Há um ponto de partida em que se constrói a infraestrutura e depois disso ocorre uma mudança dentro da organização rumo a um trabalho mais ágil apoiado por tecnologia, e os resultados começam a aparecer cada vez mais rápido”

Iuri Miranda, CEO do Burger King Brasil

E de fato, os números já impressionam. O aplicativo Burger King conta com cerca de 34 milhões de downloads e mais de 10 milhões de clientes cadastrados. Além disso, o app também inclui o Clube Bk, programa de fidelidade, com mais de 2 milhões de membros, que consomem e gastam mais com a empresa de fast-food.

Pensando em um modelo de rápido crescimento, a empresa também planeja investir em ghost kitchens, espaços de produção que não recebem clientes, ou seja, atendem exclusivamente as demandas do delivery.

O primeiro espaço desse tipo foi colocado em testes em São Paulo em 2020, e o segundo está previsto para o Rio de Janeiro ainda esse ano.

A logística do projeto

No que tange à Mobilidadade Urbana, a transformação do Burger King deve dar um grande salto em 2022.

Atualmente, a plataforma de delivery alcança 45% dos restaurantes do BK, em 100 cidades do Brasil. A expectativa é de que, até o terceiro trimestre deste ano sejam 70% dos restaurantes, em outras 40 cidades.

Para realizar as entregas, a rede de fast-food conta com três parceiros logísticos diferentes. Dessa forma, quando um cliente fizer um pedido pelo delivery próprio, a empresa parceira que oferecer naquele momento a entrega mais rápida, será a escolhida para efetuar a entrega.

Segundo a Exame, nos canais digitais (delivery, totem e app) o Burger King registrou um recorde de vendas no terceiro trimestre de 2021, uma alta de 70% comparado ao mesmo período do ano anterior, totalizando 231,4 milhões de reais.

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