E-grocery é a área de compras em supermercados online que permite que o consumidor compre alimentos e bebidas e receba em casa.
A pandemia do coronavírus mudou o mundo para sempre. Mas não apenas em relação à saúde e hábitos de higiene. A forma como lidamos com o consumo também sofreu uma revolução.
De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), entre março e maio do ano passado 107 mil lojas virtuais foram abertas. A venda online de alimentos e bebidas cresceu 339% em maio de 2020 — se comparada ao mesmo período no ano anterior.
Segundo pesquisa nacional realizada pela consultoria Ebit/Nielsen e publicada no portal de notícias G1, houve um aumento de 96% nas vendas de produtos de supermercado pela internet.
Os aumentos foram vistos em diversos tipos de produtos, como itens da cesta básica (165%), frios (106%), hortifrúti (93%), carnes (59%) e padaria (52%).
Esse movimento tem nome: e-grocery. Em inglês “grocery” quer dizer mercearia e quando vem acompanhado do “e” quer dizer que se trata da comercialização virtual.
Quais são os desafios do e-grocery?
Apesar de estar em grande ascensão, o e-grocery ainda tem muitos desafios pela frente.
O principal deles é em relação aos produtos perecíveis. Esse tipo de alimento dificilmente aguenta longas viagens ou muito tempo de espera antes de sair para entrega. Alimentos como frutas e legumes precisam chegar frescos, por exemplo. E por aí vai.
Outro problema é a disponibilidade dos produtos. Ela, inclusive, está aliada a outro desafio: funcionários especializados. Para trabalhar com esse tipo de serviço é imprescindível ter colaboradores focados em cuidar do estoque e da reposição para que o app esteja sempre atualizado e condizente com a realidade.
Nos últimos anos, ficou cada vez mais comum os próprios caixas dos supermercados empacotarem as compras dos clientes . Os supermercados do Grupo Pão de Açúcar são exemplos disso.
O e-grocery entra na contramão dessa prática fazendo com que os funcionários sejam responsáveis por todo o processo de compra, desde a escolha dos alimentos até o trajeto.
Como tornar o e-grocery mais viável?
As Dark Stores e Dark Kitchens são ótimos caminhos. Ambas funcionam como centros de distribuição, não têm espaços físicos para receber os consumidores e, logo, funcionam apenas como delivery.
Os compradores até podem ir ao local, mas somente para fazer a retirada dos produtos. Esse modelo de comprar online e retirar na loja física é conhecido como click-and-collect ou “clique e colete”, em tradução livre.
A diferença dessas lojas para os centros de distribuição convencionais, por exemplo, são os seus tamanhos e a distância do centro da cidade.
Enquanto os armazéns estão localizados distantes dos centros e, geralmente, possuem uma grande extensão, as Dark Stores são menores, do tamanho de uma loja tradicional, e dentro das cidades.
A Dark Store é uma opção viável para compra de bebidas, alimentos e produtos de limpeza.
Se o desejo do consumidor é o alimento já pronto, aí entram as Dark Kitchens. Para o funcionamento delas, uma cozinha ou um espaço menor é alugado, somente para o preparo do alimento e o envio para clientes que entrarem em contato via WhatsApp, Facebook ou por meio de um aplicativo como iFood e Uber Eats.
Outra solução é uma operação específica para a entrega dos produtos. Ainda segundo o levantamento publicado pela Ebit/Nielsen, houve um aumento de 300% no tempo médio de entrega dos produtos.
A solução mais eficaz, então, pode ser uma parceria com carros particulares para entregas. Para esse tipo de serviço, a Uber tem a categoria Flash que, tal como a Loggi, atende pessoas físicas que desejam transportar pequenos itens de um lugar para outro.
Nos Estados Unidos, o Walmart possui o sistema Spark Delivery, que cadastra motoristas de aplicativo para realizar as entregas de mercado da empresa.