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Bibi Mob: “Cidades com 30 mil habitantes registram 8 mil chamadas por mês”

Bibi Mob. Foto: Reprodução/ Divulgação.

Bibi Mob oferece autonomia e personalização para gestores locais no setor de mobilidade.

Tiago Faria é um dos sócios e gestores do aplicativo regional BIBI, que já conta com mais de 350 cidades licenciadas pelo Brasil.

Pensado para suprir a deficiência percebida no mercado de mobilidade brasileiro, o gestor revela: “Observamos muitos aplicativos com taxas bem altas e motoristas sendo bem desvalorizados.” Visando suprir as carências dos motoristas e a demanda das cidades, os empresários investiram esforços para adentrar o interior do país.

Tiago, ex-motorista, lamenta sua experiência com as plataformas: “Eu sou uma pessoa que fez muita corrida por outros aplicativos antigamente e sentia bastante essa dor, essas carências. Trabalhar com aplicativo traz muitos desafios, e o motorista muitas vezes fica desvalorizado.”

Trabalhando para dar autonomia aos licenciados para personalizarem o aplicativo de acordo com as demandas locais, ele detalha que, por exemplo, em cidades acima de 300 ou 400 mil habitantes, o preço mínimo costuma ser na base de R$7,00 ou R$8,00.

Já quanto ao preço médio, Tiago diz que depende do tamanho da zona urbana da cidade: “Se for uma zona urbana pequena, o valor do ticket da corrida mínima é menor. Se a zona urbana for maior, o ticket médio também aumenta.”

Enquanto nas cidades pequenas há uma cobrança de R$8,00 como corrida mínima, em outras o valor mínimo é R$20,00: “Isso depende da região. Há lugares onde o motorista jamais faria uma corrida por menos de R$12,00, enquanto em outras isso é super normal.”

E destaca: “A grande sacada da BIBI foi permitir que os gestores locais configurassem os preços de acordo com as necessidades e características da sua cidade. Isso é muito inteligente, porque respeita as particularidades regionais.”

Para a seleção, Faria explica que recebem propostas de motoristas que trabalham com transporte e veem essa oportunidade na sua cidade. Mas também lidam com empresários que enxergam o mercado como muito lucrativo.

“Também há motoristas que já trabalham com outros aplicativos e decidem abrir algo diferente para competir. Temos cidades onde não existe nenhum aplicativo ainda e outras com 12 ou 13 aplicativos atuando. É muito relativo. O marketing traz interessados das mais diversas classes sociais e econômicas.”

A empresa oferece treinamento aos licenciados, ensinando-os a configurar o aplicativo, definir preços, criar estratégias de marketing e selecionar os melhores motoristas. Os licenciados, por sua vez, são responsáveis por treinar os motoristas e gerenciar a operação local.

Agora, sobre as taxas cobradas: como funciona na BIBI? Vocês trabalham com porcentagem, mensalidade ou outro modelo?

A BIBI permite diferentes formas de cobrar a taxa de serviço, que é personalizável. Temos o modelo de porcentagem, em que o gestor pode definir, por exemplo, que 95% do valor da corrida fique com o motorista e 5% com o gestor.

Há também o modelo de valor fixo, em que o gestor cobra um valor fixo por corrida, como R$1,00, independentemente do valor da corrida. Nesse caso, se a corrida for R$10,00, o motorista fica com R$9,00 e o gestor com R$1,00.

Outro modelo é o de mensalidade, em que o motorista paga uma taxa fixa por mês e fica com 100% do valor das corridas. Também existe o modelo mesclado, combinando mensalidade e porcentagem ou mensalidade e valor fixo.

Por fim, temos o modelo de compra de crédito, em que o motorista compra créditos antecipadamente e, conforme faz corridas, esses créditos são descontados. Todos esses modelos têm cidades que os aplicam com sucesso.

E sobre o valor por quilômetro: é algo fixo ou também varia?

Isso também varia bastante. Em cidades grandes, existe um padrão médio de R$1,20 por quilômetro e R$0,20 por minuto. O valor mínimo pode começar em R$7,00 ou R$10,00, dependendo da cidade.

Já em cidades menores, os valores podem ser bem diferentes. Temos cidades pequenas onde a corrida mínima custa R$12,90 por apenas um quilômetro, enquanto outras oferecem até três quilômetros pelo mesmo valor. A personalização é essencial para atender às particularidades locais.

Quantas corridas mensais a plataforma registra hoje no aplicativo?

Temos cidades, por exemplo, com 30 mil habitantes que fazem 8 mil chamadas por mês, 10 mil chamadas por mês. Cidades com 60 mil habitantes já chegaram a bater 18 mil chamadas por mês. Cidades com 215 mil habitantes tiveram 22 mil chamadas por mês. Mas isso varia bastante, especialmente em cidades turísticas, onde há períodos de alta demanda.

Sobre faturamento: quanto um motorista pode faturar em cidades pequenas e grandes?

Em cidades grandes, a demanda é maior, e motoristas podem fazer de 30 a 40 corridas diárias, faturando entre R$300,00 e R$400,00 por dia, dependendo do modelo de taxa aplicado.

Em cidades pequenas, a média de corridas é de 20 a 25 por dia, com um faturamento diário entre R$200,00 e R$300,00. O ticket médio em cidades menores costuma ser maior, o que pode compensar o menor volume de corridas.

Como é competir com as multinacionais?

Tudo depende do gestor local e do marketing. Em cidades grandes, é essencial investir em campanhas para mostrar que existe mais uma opção com preços melhores e motoristas mais preparados.

Já em cidades pequenas, ações simples, como uma festa de inauguração ou panfletagem, podem alcançar toda a população rapidamente. Com boas estratégias de marketing, é possível competir, independentemente do concorrente.

Que tipo de conhecimento ou habilidade você acredita que é essencial para um gestor de aplicativo de transporte?

Visão empreendedora é essencial. Em cidades grandes, é necessário entender marketing, parcerias e filtrar motoristas. Em cidades pequenas, conhecer a cultura local e adaptar estratégias é fundamental. Cada cidade tem suas particularidades, e o gestor deve saber como lidar com elas para obter sucesso.

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