Gestor de aplicativo regional em Foz do Iguaçu conta que, no momento, atua com uma corrida mínima de R$8 por km.
Sérgio Lopes, ex-motorista de táxi, observou o crescimento do mercado de aplicativos regionais em sua cidade, Foz do Iguaçu, Paraná, e decidiu se aventurar no ramo.
Auxiliando em outra plataforma e observando os erros e acertos de outros gestores, Lopes investiu R$8 mil em seu primeiro aplicativo próprio e deu uma parte para um amigo. No segundo, com outra empresa, gastou quatro mil e pagou durante um ano para divulgar. Agora, em sua operação atual, trabalha com o SLR Transporte.
Ele conta: “Comecei a pesquisar e criei um chamado Cataratas Drive, que depois acabou virando SLR por questões de CNPJ. Aquele aplicativo era caro de manter, cobravam por motorista, mas o aplicativo não funcionava bem. Durante o dia até funcionava, mas bugava nas corridas. Tive muitos problemas, e a empresa nunca conseguiu corrigir. No fim, mandei desligar o aplicativo e comecei tudo de novo”.
O gestor explicou que, desde o início de seu trabalho com apps, a forma de divulgação foi a mesma: anúncio em TV, rádio e panfletos para motoristas: “que vão passando a ideia de um para o outro”.
Ele também revelou que tem um empresário local que o ajuda com sorteios para incentivar a divulgação. “Já gastei bastante, principalmente com este aplicativo mais recente”.
Quando questionado sobre sua estratégia para lidar com os motoristas parceiros, Sérgio conta: “Para segurar os motoristas, estou pagando cinco reais por corrida finalizada e, em alguns casos, até dez reais. O motorista me manda o print do resumo da corrida e eu pago na hora. Não estou cobrando mensalidade, e agora que comecei a cadastrar contas bancárias no aplicativo, vou tirar uma beirada nas transações feitas por cartão”.
O motorista fica com o valor total da corrida?
Exatamente. Se ele faz uma corrida de dez reais, fica com o valor total e ainda recebe mais R$5, totalizando R$15. Foi a maneira que encontrei para atrair os motoristas até o negócio crescer.
Como você define o preço das corridas e a taxa?
Me baseio nos valores da Uber X e do Uber Premium, criando uma categoria semelhante chamada Select. Tenho quatro categorias: Pop, Select, Mercado e Pet. Ajusto os valores para ficarem competitivos com os aplicativos locais e a Uber.
Qual o preço mínimo das corridas?
No Top, o mínimo é de R$8 até 2 km. No Select, são R$10 até 3 km. Corridas de 7 km variam entre R$19 e R$20, dependendo da categoria.
Qual a média de corridas realizadas?
Ainda é pouco, pois o aplicativo está começando a ser divulgado e temos poucos downloads. Estou tentando me aproximar dos motoristas para que venham para a nossa plataforma. Existem concorrentes locais que começaram cobrando taxas menores e depois aumentaram, o que levou os motoristas a abandoná-los.
Que tipo de conhecimento você acredita que seja essencial para gerenciar um aplicativo de transporte?
Acredito que é essencial conhecer a realidade dos motoristas. Vejo muitas falhas nos aplicativos da Uber e 99, coisas que afetam os motoristas. O que faz o local rodar é o ajuste nos valores para atender o motorista. Coloco um valor mais elevado entre as categorias para ver se funciona, e faço testes constantes.
Qual o principal desafio de concorrer com as multinacionais?
Concorrer com um gigante como a Uber é complicado. Estamos falando de uma empresa mundial, com um investimento milionário. Nós somos pequenos, atuamos localmente, e a comparação é inevitável: a 99 é a Fanta, e a Uber é a Coca-Cola.
O que espera para o futuro do SLR?
No futuro, acredito que veremos mais carros elétricos, já que o preço dos combustíveis está alto. Muitos motoristas já desistiram, especialmente os que vêm estudar medicina no Paraguai, que aproveitam o tempo livre para fazer corridas.
Quero crescer. A ideia é oferecer algo diferenciado para motoristas e passageiros, porque, no fim das contas, o aplicativo só funciona se tiver motoristas. É um projeto complexo e desafiador, mas não pretendo desistir.
Sempre digo que quem faz o aplicativo rodar são os motoristas. Tento explicar a eles que a valorização vem com o tempo, mas é difícil. Muitos estão acostumados com outras plataformas.