O pré-candidato a vereador em Alegrete desenvolve suas propostas para a eleição de 2024.
Marcelo Alves é formado como contador, mas entrou no ramo dos apps de transporte pela falta de oportunidades e empregos em sua região. Além disso, o pré-candidato a vereador de Alegrete, Rio Grande do Sul, afirma que também ingressou nas corridas pela ideia de se tornar candidato.
“Para não acabar atrapalhando alguma questão profissional, acabei optando por seguir nesse meu serviço como motorista de aplicativo até depois do pleito”. Com anos de inserção na política, o pré-candidato decidiu lançar a sua candidatura em 2024 pelo PSB.
Como surgiu o convite para entrar na política?
Nesses meus 35 anos, fui filiado ao MDB desde os 16 anos até há alguns meses atrás, quando acabei trocando de partido. Hoje estou no PSB, que é o partido pelo qual vou concorrer, muito por causa da família. Minha família era muito ligada à política também.
Tenho amigos da família que eram candidatos, um deles era vereador, então isso fez com que eu seguisse nessa trajetória. Também pelo fato de que, como hoje voltei a residir na minha cidade natal, Alegrete, e aqui tem muita questão dos cargos de confiança, a política sempre foi muito importante.
Dei seguimento e acabei gostando e segui nessa questão da política. Isso não é de agora; é uma coisa que já vem há 18 anos, praticamente. Então, já é uma coisa de longa data.
Hoje, uma das bandeiras que levanto mais, embora sendo motorista de aplicativo, é a questão das políticas públicas voltadas tanto ao esporte quanto à cultura e também à educação. Acredito que essas questões são muito importantes, ainda mais em cidades pequenas como a nossa, que fazem muita diferença para a juventude. Esse incentivo é crucial para não acabar se envolvendo com drogas ou bandidagem.
Fui presidente da escola de samba aqui no município, e isso também me motiva a lutar pela cultura. A escola de samba é uma indústria que gera empregos, renda e recursos. É gratificante ver o impacto positivo que isso tem na comunidade.
E o que pesou para aceitar ser pré-candidato a vereador?
Minhas principais bandeiras são as políticas públicas voltadas ao esporte e à cultura como meio de socialização. Em cidades pequenas como a nossa, isso faz muita falta. Hoje em dia, a carga horária da educação física nas escolas diminuiu muito, o que é prejudicial.
Estudos mostram que a cada dólar investido no esporte, três dólares são economizados em saúde. Então, essa é uma das bandeiras que levanto: promover o esporte como meio de socialização e prevenção, mantendo a juventude ocupada e longe da criminalidade.
Particularmente, tenho um projeto de basquete aqui na minha cidade com três núcleos em diferentes locais, atendendo cerca de 50 a 60 jovens entre 13 e 20 anos. Pelo menos três vezes na semana, esses jovens estão em uma quadra de basquete praticando esporte, ao invés de estarem na rua. É gratificante ver os frutos desse trabalho, como um dos nossos núcleos que está jogando um torneio fora da cidade e já se classificou para a final. Os jovens estão focados, cuidando mais de si mesmos, e isso é muito gratificante.
Quais são suas principais propostas, caso eleito vereador?
Por estar hoje como motorista de aplicativo, sempre tenho ideias e busco melhorias para essa questão. Como vereador, a gente não tem tanta voz a nível federal, mas sim a nível municipal.
O mais importante é tentar fazer com que as leis criadas a nível municipal não atrapalhem tanto o motorista de aplicativo pequeno que está nas ruas do município, para que todo mundo consiga trabalhar e efetuar seus ganhos. A nível federal, tenta-se melhorias através dos deputados do estado que estão em Brasília.
Principalmente, a melhoria dentro do município é fundamental. Alguns municípios têm leis locais que acabam prejudicando ao invés de ajudar. Aqui em Alegrete, por exemplo, o ano de fabricação dos veículos foi fixado em 10 anos. Uma das coisas que queremos mudar é aumentar esse limite, considerando que os ônibus do transporte coletivo têm uma data máxima de 20 anos.
Sabemos que um carro de motorista de aplicativo passa por mais manutenção e é mais cuidado do que um veículo de uma empresa. Essa é uma das questões que queremos tentar modificar para ajudar os motoristas.
Vou tentar passar de 10 anos para, quem sabe, duplicar esse tempo e passar para 20 anos. Isso aumentaria o número de motoristas cadastrados na prefeitura, vinculados à prefeitura, e daria a facilidade de não precisar gastar para comprar um veículo novo.
Outra questão é o vínculo ao aplicativo que a prefeitura pede na lei. Vou tentar mudar isso para que o motorista não precise ter vínculo a um aplicativo específico, mas que possa escolher o aplicativo em que quer trabalhar.
Por qual partido você irá concorrer e como definiria seu posicionamento político?
Quanto ao meu posicionamento político, vou concorrer pelo PSB, partido do Beto Albuquerque e do Geraldo Alckmin. Meu posicionamento é centro-esquerda.
Acredito que pessoas negras, pobres e praticantes de religiões afro-brasileiras não podem ser de direita. A direita, para quem conhece a história, é uma escolha que demanda, no mínimo, riqueza e posse. Meu posicionamento é centro-esquerda para lutar pelas minorias. Quem se envolve com política e é da comunidade deve ter esse tipo de posicionamento para poder conquistar algo.