Luiz Marinho afirma que motoristas não resistem à proposta do governo e defende que projeto traz proteção e autonomia.
O ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho criticou motoristas influenciadores por fazerem “lacração” em cima do debate da regulamentação do trabalho por aplicativo.
Em entrevista à BBC News, Marinho afirmou que não há resistência dos próprios motoristas em relação à proposta do governo federal e é preciso saber ler o que está acontecendo no país.
“Tem narrativas e narrativas. Tem narrativas dos influencers, que não estão debatendo conteúdo, só vão para fazer vídeo e lacração, assim como uma parte do parlamento. Se não entendermos isso, a gente fica prisioneiro de falsas narrativas”, afirmou o ministro.
“O próprio relator, o deputado Augusto Coutinho [Republicanos-PE], fez várias audiências espalhadas pelo Brasil, e se você falar com ele hoje, ele tem uma consciência completamente diferente de quando começou o debate, que parecia que era uma unanimidade contra o projeto e não é disso que se trata.”
Segundo o ministro, quem está discutindo o conteúdo vê propriedades importantes no projeto, na iniciativa de trazer proteção aos motoristas e enquadramento das empresas.
“É outra coisa completamente diferente do que as narrativas das fake news, da tropa da desconstrução da verdade, que sempre tem uma narrativa de que o mundo vai acabar em breve. Então acho que é importante ter essa compreensão.”
O projeto foi enviado em março para a Câmara dos Deputados em regime de urgência, que foi derrubado e enviado para 3 comissões da casa. O ministro não enxergou o movimento como uma derrota e, para ele, se não tivesse a urgência, esse projeto estaria engavetado em algum lugar.
Marinho também afirmou que não há dificuldades do governo em dialogar com os motoristas de app. “Tem a dificuldade dessas narrativas falsas dentro da sociedade. Os motoristas pediram proteção ao presidente Lula quando candidato. Pediram proteção com autonomia. E é isso que o projeto traz. Então não tem dificuldade nenhuma de compreensão por parte do governo. Essa é uma narrativa falsa também, que a grande mídia insiste em fazer.”
Segundo o ministro, o projeto deve ser pautado e aprovado no segundo semestre na Comissão de Indústria e Comércio. “A partir daí, [vamos] discutir com o presidente da Casa, se segue o trâmite normal de ir para a Comissão de Trabalho e depois a de Constituição, ou se é chamado para o Plenário, a depender da discussão com as lideranças. Ou seja, é o momento do parlamento. O Executivo fez o que tinha que fazer.”