Em entrevista à rádio portuguesa, Francisco Vilaça afirmou que as taxas cobradas pelo aplicativo estão dentro do limite legal permitido pelo governo.
A Uber completou uma década de operação em Portugal. Segundo Francisco Vilaça, diretor-geral da Uber Portugal, a empresa superou as expectativas: “Hoje é sinônimo de uma solução para o dia a dia para muitos milhões de portugueses e turistas”, afirmou Vilaça em entrevista à Rádio Antena 1.
Crescimento e impacto econômico
Nesses dez anos em Portugal, o setor de transporte ocasional de passageiros em veículo leve mais do que triplicou a receita fiscal, dobrou o número de empresas e triplicou o volume de negócios, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Além disso, o emprego no setor cresceu 85%.
Vilaça destacou a importância da Uber na economia portuguesa: “Criaram um impacto profundamente positivo na vida dos portugueses e na nossa economia”. Ele mencionou que a receita fiscal e o volume de negócios do setor cresceram significativamente desde a chegada da empresa ao país.
Inovações tecnológicas
A Uber afirma que continua a investir em tecnologia para melhorar a mobilidade: “A Uber sempre procurou estar na vanguarda da tecnologia e, através da tecnologia, resolver problemas do dia a dia das pessoas”. O diretor-geral mencionou duas medidas que ele acredita se encaixarem nesses requisitos.
Em outubro de 2023, lançou a subscrição Uber One, que oferece benefícios em entregas e mobilidade: “Acreditamos que essa inovação vai mudar a forma como as pessoas se movem”, disse Vilaça.
Em maio de 2024, a empresa introduziu o UberShare, permitindo viagens compartilhadas para usuários com destinos semelhantes: “Isso beneficia os usuários, o meio ambiente e os motoristas”, explicou o diretor-geral.
Ganhos e desafios
Em Portugal, muitos usuários afirmam que já pediram carros pela Uber, e o motorista não sabia falar português. Sobre essas queixas, Francisco Vilaça afirmou que a Uber não vê problemas significativos. Ele explicou que a aplicação da Uber inclui tecnologia embutida que permite ultrapassar esses constrangimentos: “O aplicativo tem a tradução simultânea para qualquer língua do mundo no chat”, disse Vilaça. Ele afirma que essa funcionalidade é crucial especialmente no momento de encontro entre motorista e usuário, garantindo que ambos possam se comunicar efetivamente.
Vilaça ressaltou que essa tecnologia não só beneficia os portugueses em Portugal, mas também qualquer usuário que utilize a Uber em um dos 70 países onde a empresa opera: “Um português que se desloque para a Arábia Saudita, Estados Unidos ou Alemanha pode falar com os motoristas sem barreiras linguísticas”, afirmou.
Quando questionado sobre as denúncias de exploração laboral por parte dos colaboradores da Uber, foi abordada especificamente a queixa de um motorista em Coimbra, que mencionou as elevadas taxas de 25% cobradas pela empresa. Vilaça confirmou que essa taxa de intermediação é padrão e aplicada em todos os países onde a Uber opera: “É uma taxa padrão, sempre foi e sempre será 25%, cumpre um limite legal que a lei impõe desse máximo”, afirmou.
Vilaça afirma que a empresa se concentra em aumentar os rendimentos dos motoristas por meio da redução dos custos operacionais. Ele mencionou acordos com postos de gasolina, carregamento elétrico e acesso facilitado a veículos como exemplos dessas iniciativas.
Além disso, diz que a Uber busca constantemente inovação para aumentar a demanda por seus serviços: “Nosso trabalho é principalmente aumentar rendimentos por via de redução dos custos de operação e também através da inovação.
Vilaça destacou que o rendimento médio mensal de um motorista da Uber é extremamente variável. Ele afirma que a remuneração depende de diversos fatores, incluindo as horas e os horários de trabalho, a categoria de veículos utilizada (como UberX, UberComfort, UberXL ou UberGreen) e a localização em que o motorista opera no país.
Além disso, Vilaça mencionou que a diversidade de plataformas em que o motorista trabalha também influencia o rendimento: “Nós nunca temos uma visão completa do rendimento global exatamente por toda essa diversidade de fatores”, afirmou.
Vínculo trabalhista e relação com táxis
Vilaça não pôde comentar detalhadamente sobre as sentenças que não reconhecem o vínculo trabalhista com entregadores do Uber Eats, mas mencionou que, para a empresa, a independência é um dos principais atrativos para os trabalhadores de plataforma, o que é incompatível com um vínculo definitivo.
A relação com os táxis, que foi complicada nos primeiros anos, assim como no Brasil, parece estar mais estável: “Procuramos sempre ser parte da solução na sociedade e trabalharemos sempre com todos os setores”, afirmou Vilaça. Ele destacou que a estabilidade atual é benéfica para todos os setores, trazendo concorrência e inovação.
Qualidade do serviço
Sobre o aumento de 20% nas reclamações registradas pelo portal da queixa nos últimos seis meses, Vilaça disse que é natural que os números absolutos de reclamações cresçam conforme o negócio cresce, mas a incidência relativa de queixas diminuiu: “O crescimento foi superior a esses 20%, portanto, nós até vemos que a incidência de queixas reduz”, afirmou. A empresa afirma que mantém um foco constante na qualidade do serviço.
“Nosso foco na qualidade é absoluto. Procuramos sempre trabalhar em oferecer aos utilizadores as melhores soluções”, disse Vilaça. Ele mencionou a introdução da solução Uber Comfort, que traz veículos de maior dimensão e motoristas de alta qualificação, como um exemplo de esforço para melhorar a qualidade do serviço.
Texto produzido com auxílio de inteligência artificial e informações da rádio Antena 1.
