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“Quem costuma trabalhar entre 21 e 22 horas consegue fazer bastante corrida para esse tipo de público”, como é trabalhar como motorista de app em cidades universitárias?

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Motorista
DALL·E 2024 05 28 13.30.05 A scene in a university town showing rideshare drivers helping to support their families. The background includes a university campus with students wa
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Entenda como as cidades universitárias movimentam os aplicativos regionais de transporte e auxiliam no faturamento mensal

O Brasil possui 6,5 milhões de universitários, com 6,3 milhões em graduação e 173 mil na pós-graduação, segundo o MEC. Motoristas de aplicativo podem ser essenciais para esses estudantes, que muitas vezes não têm carro ou preferem não dirigir. Em cidades universitárias, a economia local pode se beneficiar desse transporte.

Apoio dos Aplicativos Regionais

Aplicativos de transporte regionais podem apoiar tanto os estudantes quanto os motoristas, aumentando a renda dos trabalhadores locais. Um exemplo de app é o “Te Levo”, que atua em cinco cidades brasileiras, entre elas, Catalão, localizada em Goiás.

Desafios de Operar em Cidades Universitárias

Sérgio Brito é gestor do aplicativo e explica sobre as dificuldades de se operar com estudantes: “Olha, um dos maiores desafios de operar um aplicativo em uma cidade universitária é convencer esses jovens universitários a não baixarem vários aplicativos, chamando um em um dia e outro no dia seguinte. O número de cancelamentos entre jovens universitários é muito grande, já que, de uma hora para outra, eles mudam de planos. Então eu diria que o maior desafio é controlar a taxa de cancelamento e fidelizar esses jovens, já que eles cotam por vários aplicativos diferentes. Procuramos evitar isso dando um atendimento de excelência e alguns mimos para eles”.

Experiência dos Motoristas

Juliano Carbone é um dos motoristas do aplicativo e conta sobre o seu dia a dia na cidade: “Catalão é uma cidade relativamente pequena, com uma média de 115 mil habitantes. A cultura do aplicativo tem sido bem disseminada recentemente. Devido a isso, a questão da cidade universitária acaba ajudando bastante. O pessoal costuma pedir bastante os carros de aplicativo para ir para as aulas e, principalmente, para ir embora. Então, quem costuma trabalhar entre 21 e 22 horas consegue fazer bastante corrida para esse tipo de público, ou seja, os alunos que saem da faculdade. Como aqui tem uma universidade federal com cursos de medicina e engenharia, grande parte dos alunos são de outras cidades, até mesmo de outros estados. O aplicativo dá uma certa segurança para eles na hora de retornar para casa.”

Tipos de Corridas e Faturamento

O motorista ainda explica sobre os tipos de corridas e o faturamento na região: “As corridas são variadas. Temos muitas chamadas para o centro, para a faculdade e, principalmente, para a unidade de pronto-atendimento, algo bem comum aqui. Em relação aos ganhos, sendo uma cidade relativamente pequena, quem consegue trabalhar mais tempo no aplicativo consegue tirar um bom dinheiro, sim. No meu caso, eu trabalho em um escritório aqui na cidade, então faço o aplicativo das 19h às 22:30h, mais ou menos, e também nos finais de semana. Para mim, o final de semana é bem legal. Consigo tirar um valor para pagar o carro, o que me ajuda também no faturamento final”.

Preferências dos Universitários

Em pesquisa executada pela PUCRS e realizada pela Fundação Thiago Gonzaga, os jovens analisados consideram dois fatores na hora de decidir seu meio de transporte: o preço, apontado por 72% dos entrevistados, e a segurança, mencionada por 52%. Além disso, para 85% dos entrevistados, os aplicativos são a melhor forma de voltar para casa depois de consumir bebida alcoólica.

Depoimentos dos Estudantes

Giovanna Azevedo, de 19 anos, saiu de São Paulo e se mudou para o Paraná, para ingressar na Universidade Estadual de Londrina. A jovem universitária conta sua experiência com o transporte na cidade: “Uso bastante o 99 e o Uber. Peço mais quando vou sair para alguma festa ou barzinho, porque vou para a faculdade de ônibus”.

Caio Macedo também se mudou para realizar o sonho da graduação e estuda em Santa Helena (PR). Ele comemora a infraestrutura da região para os universitários: “É uma experiência muito legal, porque muitas coisas são voltadas para os universitários. A infraestrutura te gera conforto para os estudos, e é interessante ir ao mercado e encontrar seu colega”. Já sobre as corridas, Caio explica: “Rapidocar é o único app de transporte por aqui, e sempre peço para locais que são longe ou que exigem que eu leve bagagem, pois a cidade é pequena”.

Experiência dos Motoristas nos Finais de Semana

Linestter Fonseca, que trabalha como representante comercial durante a semana, aproveita os finais de semana para ligar o aplicativo de transporte em Catalão e complementar seu faturamento: “Por já ter trabalhado em Uberlândia por um bom tempo, uma cidade também muito universitária, vejo isso com tranquilidade e gosto. É um ótimo público, que interage bastante, e em sua maioria é sempre muito educado. Com o Te Levo, consigo acrescentar uns 30% a mais na minha renda mensal”.

O motorista nas horas vagas ainda comenta sobre os dias de festas, famosas em regiões universitárias: “Em dias de festas, por incrível que pareça, não aumenta de forma considerável o faturamento. Mas nos finais de semana, o lucro aumenta consideravelmente em relação aos dias de semana”.

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