Eunice de Oliveira trabalha como vendedora até às 18:00 e depois usa sua moto para fazer entregas até meia-noite, ganhando até R$1.900 extras.
Eunice de Oliveira transformou a necessidade de uma renda extra em uma segunda profissão. Registrada em sua empresa principal há mais de 15 anos, Eunice encontrou-se em uma encruzilhada financeira há três anos, quando as dificuldades econômicas a pressionaram a buscar alternativas para sustentar sua família, composta por sua mãe e seu filho. Sem experiência fora do ramo de vendas e restrita a trabalhar apenas à noite devido ao seu emprego regular, as opções pareciam limitadas.
A virada veio com uma motocicleta já possuída e a ajuda de sua sobrinha, também entregadora, que a introduziu ao aplicativo “Entregas e Coletas”. Apesar de um acidente anterior que a deixara receosa em pilotar, a promessa de boa remuneração e horários flexíveis foram suficientes para Eunice aceitar o desafio. O que começou como um trabalho temporário, logo se tornou uma carreira paralela, proporcionando-lhe não apenas uma renda extra, mas também conhecimento sobre sua cidade e novas amizades. Agora, enquanto se recupera de uma cirurgia e recebe auxílio do INSS, Eunice nos conta sobre sua jornada de crescimento e as portas que se abriram graças a sua ambição de explorar novas possibilidades profissionais:
Você poderia se apresentar e nos contar como começou no ramo das entregas?
Meu nome é Eunice de Oliveira e trabalho em uma empresa registrada há 15 anos. Há aproximadamente três anos, comecei a buscar uma forma de obter uma renda extra. Naquela época, eu estava passando por um momento difícil. Vivo com minha mãe e meu filho, que está entrando na pré-adolescência, e sou a principal provedora da casa. Estávamos enfrentando dificuldades financeiras e eu havia iniciado uma construção em casa. As contas começaram a apertar e eu precisava de mais um trabalho para conseguir o dinheiro necessário para prosseguir com meus planos.
Como sempre trabalhei como vendedora, não tinha experiência em outras áreas, então comecei a procurar emprego em lanchonetes e bares, disposta a fazer qualquer coisa, desde lavar louças até servir mesas. Infelizmente, não consegui nenhuma oportunidade porque só podia trabalhar à noite, após meu horário regular de trabalho, das sete e meia da manhã às dezoito horas.
Já possuía uma moto na época, e foi então que minha sobrinha, que trabalha com o marido como entregadora, viu minhas tentativas e me apresentou ao aplicativo Entregas e Coletas. Ela disse que o aplicativo oferecia boa remuneração e flexibilidade de horários, o que seria ideal para mim. Ela me ajudou a começar, mostrando como o aplicativo funcionava e como eram feitos os pagamentos semanais. Apesar de já ter sofrido um acidente de moto no passado, que me deixou com medo de andar de moto, aceitei o desafio. No dia seguinte à nossa primeira saída juntas, já comecei a fazer entregas sozinha.
Esse ano, completo três anos trabalhando pelo aplicativo. O que começou como uma fonte de renda extra se transformou em minha segunda profissão. Aprendi muito sobre minha cidade, que, apesar de ter nascido e sido criada aqui, eu não conhecia completamente. Agora, posso dizer que sou vendedora e entregadora.
Infelizmente, neste momento, estou afastada porque tive que me submeter a uma cirurgia e estou recebendo auxílio do INSS, mas assim que me recuperar, pretendo voltar ao trabalho. O aplicativo realmente abriu portas para mim, ensinou-me muitas coisas e proporcionou amizades valiosas. Além disso, a remuneração tem sido suficiente para cobrir minhas despesas e manter minha família.
O trabalho de entrega tem seus riscos, como assaltos e acidentes, o que é especialmente preocupante para nós mulheres, mas as vantagens têm superado essas dificuldades. Algumas vezes, também faço trabalhos extras em estabelecimentos que precisam de entregadores temporários. Portanto, o que começou como um trabalho extra agora é uma profissão plena para mim.
Quando você iniciou os trabalhos como entregadora, já tinha planos de permanecer nessa função a longo prazo?
Comecei um dia apenas para ter uma fonte de renda, pois pensei: ‘Vou ficar uns três meses fazendo entregas e ganhar um dinheiro extra para alcançar um objetivo e depois parar’. No entanto, continuei nesse trabalho e acabei gostando. Você passa a gostar, sabe? Porque vai conhecendo lugares diferentes, cidades, fazendo amizades. É muito interessante e gratificante essa parte. Além disso, o medo que eu tinha de andar de moto não desapareceu completamente, mas aprendi a lidar com meus medos, a ter mais autoconfiança. Antes me sentia mais oprimida, mas hoje me sinto mais corajosa e orgulhosa, pois é muito gratificante. Quando chego na casa de um cliente, por exemplo, e eles saem para receber o pedido, ficam surpresos ao ver uma mulher entregadora. ‘Nossa, que legal, nunca vi uma mulher entregadora! Você não tem medo? Está de parabéns!’ Esses elogios são gratificantes para nós. Acredito que se as pessoas elogiassem mais, independentemente da área ou profissão, seria muito gratificante e é ótimo ser reconhecida pelo seu trabalho.
Há situações engraçadas também, como quando toco a campainha e a pessoa responde: ‘Já vai, moço’, porque sempre imaginam que é um homem. Eles se surpreendem ao ver uma mulher e ficam constrangidos, pedindo desculpas. Além disso, há momentos desagradáveis quando o cliente fica irritado conosco, pensando que o atraso na entrega é culpa do entregador, quando na maioria das vezes, o próprio estabelecimento está com alta demanda e isso atrasa os pedidos. Nesses casos, a culpa acaba recaindo sobre nós, e às vezes o cliente tenta discutir conosco. Precisamos saber como lidar e responder ao cliente para realizar nosso trabalho da melhor forma possível.
Hoje em dia, só tenho a agradecer ao aplicativo Entregas e Coletas. É uma excelente ferramenta para quem deseja trabalhar. O suporte é incrível; nunca vi algo assim em outros aplicativos. Sempre que preciso, entro em contato com o suporte e eles estão prontos para ajudar, orientar, resolver problemas com as entregas ou mesmo substituir um entregador, se necessário. É, realmente, um ótimo aplicativo para se trabalhar. Eu não trocaria isso por nada e vou continuar trabalhando como entregadora após as 18 horas.
Você já sofreu algum acidente trabalhando como entregadora?
No ano passado, enquanto trabalhava com entregas à noite, um cachorro cruzou na minha frente, e acabei caindo da moto. Por sorte, não quebrei nada, mas me machuquei bastante, principalmente o joelho, a mão e o pé, e a moto ficou bastante danificada porque bati no cachorro e não consegui frear a tempo. Devido a isso, precisei me afastar do meu trabalho registrado, ficando vinte dias de atestado, pois estava muito machucada para trabalhar.
Após me recuperar, voltei ao trabalho, e meu patrão queria que eu deixasse as entregas, mas expliquei que não podia abandonar essa atividade, pois representava uma renda extra significativa que estava me ajudando muito. Como sou a provedora da minha casa, era essencial manter essa fonte de renda. Além disso, descobri uma nova profissão que nem sabia que poderia exercer. Aprendi muito, graças a Deus. Minha sobrinha e o marido dela me ensinaram várias coisas, assim como os outros colaboradores do aplicativo. Sempre que tinha alguma dúvida ou problema relacionado à entrega, eu perguntava; nunca deixava passar sem esclarecer. Sempre fui curiosa, então ligava ou mandava mensagem para confirmar se estava fazendo certo e como deveria proceder.
Como sua família e amigos reagem ao seu trabalho como entregadora, especialmente considerando os riscos envolvidos?
Ter o apoio da família é fundamental, e no meu caso, inicialmente, minha mãe estava preocupada. Ela dizia que era perigoso, considerando que eu sou mulher e trabalhava como entregadora, principalmente à noite e em bairros mais arriscados. No início, ela realmente não queria que eu trabalhasse com entregas. Contudo, após algum tempo, recebi o apoio até da minha mãe, que sempre ora por mim quando saio de casa, pedindo proteção para que eu retorne bem. Minha mãe é cristã e isso a motiva a me apoiar e me dar forças constantemente. Portanto, só tenho a agradecer ao aplicativo Entregas e Coletas, que hoje também é minha fonte de sustento. O aplicativo permite trabalhar conforme nossa disponibilidade. Você pode escolher trabalhar de manhã, à tarde ou à noite. Optei por trabalhar apenas no período noturno devido ao meu emprego fixo.
Hoje em dia, recebo muitos elogios de pessoas que conheço, amigos e amigas, que me chamam de guerreira e batalhadora, destacando como eu vou atrás dos meus sonhos, trabalhando durante o dia e à noite sem parar. Geralmente, quando chego em casa, só troco de roupa e já saio para fazer entregas. Muitas vezes, para economizar tempo, já levo minha bolsa de entregas ao trabalho e me troco lá antes de sair para as entregas.
Receber elogios é muito gratificante. Às vezes, as pessoas me dizem que sou uma guerreira, e isso é encorajador. Os elogios dos amigos e conhecidos são importantes porque dão ânimo extra, especialmente nos dias em que estou me sentindo desanimada ou triste. Trabalhar não apenas ocupa a mente; é uma forma excelente de correr atrás dos meus sonhos e objetivos.
Você teria algum valor ou estimativa de quanto começou a ganhar como entregadora?
Eu faço, em média, de R$1.500 a R$1.900 por mês. Tem meses que faço até mais. Como saio do meu emprego às 18:00, geralmente estou na rua às 18:20, 18:30 e só vou parar à 0:00. Às vezes, nem sempre eu folgo nas segundas-feiras.
Agora considero ‘entregadora’ minha segunda profissão. Se algum dia perder o emprego que tenho, continuarei apenas com as entregas, porque o aplicativo Entregas e Coletas realmente abriu portas para mim. Posso afirmar, com convicção, que já realizei muitas coisas através dele. Graças a Deus.