Motoristas de app criticam remuneração por hora trabalhada e pedem para que seja retirada a urgência de votação do PLP 12/2024.
Nesta terça-feira (26), uma manifestação reuniu trabalhadores do setor para reivindicar as medidas propostas pelo Projeto de Lei 12/2024, sancionado pelo presidente Lula e atualmente em processo de aprovação no Congresso Nacional.
Motoristas de aplicativo se reuniram em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. A equipe do 55Content entrevistou os participantes da manifestação na capital paulista, que explicaram suas principais queixas, incluindo a remuneração de R$8,09 por hora trabalhada e as contribuições para o INSS.
Tabita Carrilho, motorista há 5 anos, soube do evento por meio das redes sociais e grupos de trabalhadores do setor, e comentou: “O valor mínimo estipulado de R$32,09 não reflete a realidade de quem trabalha nas ruas. Nós cobramos por quilometragem, não por hora. O consumo de gasolina, o desgaste dos pneus, a troca de óleo e todas as manutenções dependem da quilometragem. Sabemos que, quando se estabelece um valor mínimo, esse valor frequentemente se torna um teto, e esse valor na PL não é adequado para nós”.
Em seu Instagram, o vereador de São Paulo, Marlon Luz publicou um vídeo criticando o projeto e a remuneração por hora: “É raro ver uma empresa feliz por pagar taxas, mas isso aconteceu quando dirigentes fizeram selfie com o presidente Lula, mostrando apoio a um projeto. Esse projeto é bom para a Uber, mas ruim para os motoristas. Eles criaram um salário mínimo de R$ 32,00 por hora que não serve para os motoristas, pois eles não querem isso. Os gastos dos motoristas, como gasolina, troca de pneus e óleo, são contados por distância percorrida, não por hora. Por isso, esse salário de R$ 32,00 por hora não atende as necessidades dos motoristas.”
Paralelamente, alguns defendem a adoção de outra proposta, a PL 536/2024, desevolvida por Daniel Agrobom , Silvia Waiãpi e Dayany Bittencourt, como esclarece o motorista Fernando: “É uma proposta mais justa, elaborada por motoristas de aplicativos e associações”, e acrescenta que a esperança é que o regime de urgência do processo seja revogado.
No geral, os motoristas pedem uma maior participação da categoria nas discussões do projeto: “Queremos que nossa voz seja ouvida, pois somos nós, os motoristas, que conhecemos a realidade diária desta profissão. Nossos ganhos sustentam nossas famílias, então somos os mais impactados nesta disputa”, conclui Fernando, motorista há quase 8 anos.