Karol, entregadora do iFood, diz que apesar da movimentação e da alta demanda opta por não fazer entrega durante a noite.
Neste dia das mulheres, o 55content conversou com a entregadora do iFood, Kerolainy Silva, que compartilhou a sua história com as entregas. A pernambucana, de 27 anos, que se mudou para São Paulo para tentar mudar sua vida, hoje tem sua própria loja na plataforma.
Com uma adolescência atípica estando grávida, Kerolainy decidiu trabalhar em São Paulo. Depois de empregos frustrados, teve a ideia de trabalhar como entregadora na região central da cidade. Com dois filhos pequenos em casa, ela precisou encaixar seus horários para conciliar o emprego, casa, filhos e estudos.
No dia a dia, Karol dividia o tempo de trabalho com seu marido, e fazia as entregas de bicicleta pela manhã, por ser um horário com ruas mais movimentadas e menos risco de violência: “Escolhi a manhã justamente porque tinha medo, e assim, me sentia mais tranquila”.
A entregadora relembra sobre os medos e a necessidade de maior cautela na hora de sair com a sua bike: “Eu não faria entrega à noite, por conta da violência. Por mais que seja movimentado, e tenha muitas entregas e demandas, eu não faria”.
A moradora da Brasilândia, região norte da capital paulista, se deslocava para o centro todos os dias e alugava uma bicicleta para realizar as entregas, e lembra do cansaço. Mesmo assim Karol sente que por precisar ser mais cautelosa com os seus horários e locais de entrega recebia menos do que seu marido, que poderia trabalhar sem mais obstáculos.
O iFood comentou sobre os programas voltados para as mulheres: “Temos outras vantagens para atender, especialmente, as necessidades das entregadoras. A partir do dia 11 de março, vamos disponibilizar 2 mil vouchers de consulta e preventivo e mais 525 vouchers de mamografia em mais de 15 cidades. No Rio de Janeiro, teremos uma ação presencial na sede das Black Sisters in Law, coletivo de advogadas que, em parceria com o iFood, atende casos de violência relacionados a entregadores e entregadoras e onde o aplicativo montou um ponto de apoio exclusivo para as mulheres que fazem entrega. Na ocasião, além da disponibilização dos vouchers, também teremos algumas profissionais de plantão para dúvidas: uma médica, uma advogada e uma psicóloga. Esses vouchers dão acesso 100% gratuito à consulta e ao exame e serão agendados com a Avus e realizados em uma rede credenciada em cada uma das localidades”.
Além disso, Kerolainy participou do programa Meu Diploma do Ensino Médio do iFood e conseguiu se formar com o Encceja e conta sobre a rotina de estudos: “Eu colocava os meus filhos para dormir e passava a noite estudando, ou acordava muito mais cedo. Precisava de silêncio para estudar, era o único horário”.
Quando questionada sobre a expectativa para o futuro das mulheres entregadoras, Karol destacou: “ Eu espero que melhore muita coisa em relação a isso (segurança), para a gente sair de casa seguro, né. Porque a rua não é fácil, não”.