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“Não acreditamos que as pessoas deixarão de cozinhar”, explica CEO do iFood após polêmica

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Aplicativos de Entrega, Entregador, iFood
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Fabricio Bloisi responde a críticas e reitera valor da culinária caseira frente ao aumento do delivery, e, principalmente, das marmitas. 

Em uma recente onda de críticas que se espalhou pelas redes sociais, Fabricio Bloisi, presidente do iFood, emitiu uma nota de esclarecimento nesta segunda-feira (19) para esclarecer suas declarações sobre o futuro do hábito de cozinhar em casa.

 A polêmica teve início após uma entrevista concedida ao Painel S.A., na qual Bloisi sugeriu que, devido à queda dos preços, em dez anos cozinhar em casa poderia se tornar uma prática obsoleta, comparando-a com a produção de roupas ou a educação domiciliar.

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Na entrevista, o empresário disse que, “entre cinco e dez anos, vai começar a ser tão barato [pedir comida feita fora de casa] quanto comprar no mercado e fazer. Assim como a gente não produz mais roupa em casa, nem educa as crianças em casa, digamos assim, receber uma comida de qualidade, saudável, no preço que você teria fazendo em casa só que sem o trabalho de fazer. Acho que isso é uma tendência para acontecer em dez anos.”

O comentário não só gerou discussões online, mas também atraiu críticas de figuras como a chef Rita Lobo, conhecida defensora da culinária caseira, que se manifestou contrária às declarações do executivo.

Respondendo às críticas, Bloisi afirmou: “Mesmo com a popularização do delivery, não acreditamos que as pessoas deixarão de cozinhar”. Ele destacou que a sua visão foi mal interpretada e que, embora reconheça uma tendência de aumento no pedido de comidas via delivery, jamais afirmou que o ato de cozinhar desapareceria completamente.

A entrevista original, que gerou a controvérsia, citava Bloisi projetando uma diminuição no preparo de refeições em casa, impulsionada por uma oferta crescente de opções de delivery acessíveis e de qualidade. Ele argumentou que a estratégia do iFood inclui tornar o serviço mais popular entre todas as classes sociais, especialmente as mais baixas, oferecendo refeições boas e baratas que justificariam a preferência pelo pedido em detrimento do cozimento doméstico.

“É incluir restaurantes com comida boa e barata para que, na ponta do lápis, compense [do ponto de vista do custo] fazer o pedido [em vez de ir para o fogão].”

Em sua nota de esclarecimento, o presidente do iFood enfatizou seu respeito pelo ato de cozinhar em casa, mencionando a evolução do mercado de delivery no Brasil, que viu sua penetração aumentar de 80% em 2020 para 89% em 2022, de acordo com dados da consultoria Kantar. Bloisi destacou que, apesar do aumento na preferência por pedidos de comida pronta, isso não significa uma substituição total da cozinha caseira.

As marmitas, segundo ele, foram o item mais pedido no iFood em 2023, refletindo uma mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros, mas não a extinção da culinária doméstica: “Essa mudança de comportamento já aparece na lista dos mais pedidos do iFood. Em 2023, as marmitas foram as mais pedidas no aplicativo. Mesmo com a popularização do delivery, não acreditamos que as pessoas deixarão de cozinhar.”

Bloisi finalizou reforçando que o título da matéria publicada pela Folha de S.Paulo pode ter levado a uma interpretação equivocada de suas palavras, mas que o conteúdo da entrevista reflete fielmente suas opiniões e visões para o futuro do iFood e do mercado de alimentos como um todo:

“Esclarecemos isso, pois o título da matéria pode transmitir uma interpretação equivocada. Apesar da questão envolvendo o título, o corpo da matéria reflete perfeitamente o que penso.”

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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