O T2 de 2020 marcou o momento mais crítico da operação da empresa, mas logo foi seguido por uma impressionante recuperação.
Na última quarta-feira (7), a Uber divulgou seus dados financeiros referentes ao ano de 2023.
O relatório detalha os resultados de indicadores-chave para a empresa, tais como número de viagens, quantidade de dinheiro movimentado pela plataforma, receita e consumidores ativos.
Ao analisar os últimos relatórios da empresa, um período em particular chama a atenção: o segundo trimestre de 2020. Com o início da pandemia, a Uber enfrentou impactos significativos em seus resultados. No entanto, mais impressionante que a queda nesse período foi a recuperação observada até alcançar os números atuais.
O número de Consumidores Ativos Mensais da plataforma (MAPCs) sofreu uma redução de 46% do primeiro para o segundo trimestre de 2020. Enquanto 103 milhões de pessoas utilizaram os serviços da Uber no primeiro trimestre, esse número caiu para 55 milhões no segundo.
Já no trimestre seguinte, a empresa começou a recuperar gradualmente seus números de consumidores, registrando 78 milhões (T3 2020), 93 milhões (T4 2020), 98 milhões (T1 2021), 101 milhões (T2 2021), e finalmente ultrapassando seus números pré-pandemia, com 109 milhões (T3 2021).
Assim, a Uber registrou um crescimento de 181,82% na quantidade de usuários ativos desde o início da pandemia até o último trimestre de 2023.

A quantidade de viagens teve uma queda de 55,55% do primeiro para o segundo trimestre de 2020. Enquanto a Uber realizou 1,658 bilhão de corridas e entregas no T1 de 2020, esse número caiu para 737 milhões no T2 de 2020.
No trimestre seguinte, a empresa já começou a recuperar gradualmente seu número de viagens, indo para 1,150 bilhão (T3 2020), 1,443 bilhão (T4 2020), 1,447 bilhão (T1 2021), 1,511 bilhão (T2 2021), 1,641 bilhão (T3 2021) e finalmente ultrapassando seus números pré-pandemia, chegando a 1,769 bilhão (T4 2021).
Com isso, a Uber teve um crescimento de 252,92% na quantidade de viagens do início da pandemia até o último trimestre de 2023.

As reservas brutas da Uber, representando o valor total movimentado na plataforma, experimentaram uma queda significativa de 35,19% do primeiro para o segundo trimestre de 2020. Nesse período, as reservas brutas diminuíram de $15,776 bilhões no primeiro trimestre de 2020 para $10,224 bilhões no segundo trimestre, refletindo o impacto adverso inicial da pandemia de COVID-19 nas atividades globais da empresa.
Após esse declínio acentuado, a Uber iniciou um processo de recuperação e crescimento contínuo nas reservas brutas. No terceiro trimestre de 2020, as reservas já alcançaram números anteriores à pandemia, chegando a $17,152 bilhões.
Este padrão de crescimento demonstra a capacidade da Uber de se adaptar e expandir suas operações, culminando em um impressionante aumento de 267,52% nas reservas brutas desde o início da pandemia até o último trimestre de 2023, alcançando $37,575 bilhões.

A receita da Uber, que reflete o total ganho pela empresa através de suas diversas linhas de negócio, observou uma queda notável de 36,75% do primeiro para o segundo trimestre de 2020. Durante esse período, a receita recuou de $3,543 bilhões no primeiro trimestre de 2020 para $2,241 bilhões no segundo trimestre, marcando o impacto direto da pandemia de COVID-19 sobre as operações da empresa em todo o mundo.
Contudo, após esse período de retração, a Uber começou a mostrar sinais de recuperação e crescimento em sua receita. Já no terceiro trimestre de 2020, houve um aumento para $3,129 bilhões, seguido por uma tendência de crescimento sustentado nos trimestres seguintes, alcançando $3,165 bilhões no T4 2020, $2,903 bilhões no T1 2021 (uma leve queda antes de retomar o crescimento), $3,929 bilhões no T2 2021, $4,845 bilhões no T3 2021, e superando os números anteriores à pandemia com $5,778 bilhões no T4 2021.
Esse trajeto ascendente continuou de forma impressionante até o último trimestre de 2023, com a receita da Uber alcançando $9,936 bilhões. Esse aumento reflete não apenas a recuperação da empresa após os desafios impostos pela pandemia, mas também uma expansão substancial em suas operações. Comparando o segundo trimestre de 2020 com o quarto trimestre de 2023, a receita da Uber teve um crescimento surpreendente, demonstrando a resiliência e capacidade de adaptação da empresa diante de adversidades e a sua trajetória de crescimento robusto em um mercado dinâmico.

A reabilitação dos números da empresa deve parte do seu sucesso a um novo hábito de consumo construído na pandemia: o aumento no número de entregas. Em 2022, a Uber Eats gerou US$ 13,7 bilhões de reservas brutas em apenas um trimestre.
No geral, a Uber sofreu um “baque” com a pandemia, assim como a maioria das empresas. Porém, a empresa conseguiu iniciar o processo de recuperação ainda em 2020, e teve crescimento exponencial desde então.