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CEO da Uber diz que investiu US$ 800 milhões para eletrificação da frota 

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Aplicativos de Transporte, Uber
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Durante painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Dara Khosrowshahi, CEO da Uber, falou sobre os esforços da empresa em direção à sustentabilidade e a eletrificação de sua frota. Com a Uber se posicionando como a maior plataforma de transporte sob demanda do mundo, a empresa enfrenta desafios e oportunidades em sua jornada rumo à sustentabilidade ambiental.

Khosrowshahi afirma reconhecer o custo ambiental da conveniência que a Uber oferece. O transporte, como uma das poucas indústrias com uma pegada de carbono crescente, desafia a Uber a repensar suas operações. Com mais de dois bilhões de viagens por trimestre, o CEO diz que a empresa tem uma responsabilidade e uma oportunidade de liderar a mudança.

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“Nós não apenas transportamos pessoas do ponto A ao B, mas também estamos expandindo rapidamente para a entrega de alimentos, mantimentos e outros itens, incluindo produtos de terceiros. Por exemplo, se você pedir um iPhone da Apple, nós podemos entregá-lo no mesmo dia. Essa conveniência é incrível, mas também tem um custo ambiental. A indústria de transportes é uma das poucas no mundo onde a pegada de carbono está aumentando, em vez de diminuir. Estamos nos tornando mais eficientes, mas a demanda por transporte cresce com o PIB mundial”, explicou Dara Khosrowshahi. 

A Uber se comprometeu a eletrificar sua frota até 2030 nos EUA, Europa e Canadá, e globalmente até 2040. Atualmente, a Uber possui a maior frota de veículos elétricos (EVs) do mundo, com mais de 70.000 veículos de emissão zero, e progressos em locais como a Califórnia e Londres: “Na Califórnia, por exemplo, 10% dos quilômetros percorridos em nosso serviço são em EVs, e em Londres, esse número ultrapassa os 20%”.

A empresa está criando incentivos para que motoristas mudem de veículos a combustão para elétricos. Com cerca de 800 milhões de dólares investidos, Khosrowshahi diz que a Uber está facilitando essa transição. Isso inclui parcerias com empresas de locação de veículos, como a Hertz, e colaboração com governos para expandir a infraestrutura de carregamento.

O CEO aponta que a transição para EVs não é isenta de desafios. A infraestrutura de carregamento precisa ser acessível e a aquisição de veículos elétricos ainda é financeiramente desafiadora para muitos motoristas. A Uber está trabalhando para superar esses obstáculos, reconhecendo que a mudança para uma frota elétrica exige suporte governamental e investimento substancial

“O interessante sobre nosso público e base de motoristas é que o motorista médio do Uber dirige quatro vezes mais quilômetros do que o motorista médio. Assim, a mudança para veículos elétricos entre nossos motoristas é extremamente valiosa para o meio ambiente. Mas enfrentar o desafio climático é um esporte de equipe, não um esforço individual. Estamos em uma fase crucial de execução intensa e precisamos de determinação e parcerias para completar a transição e eletrificar nossa frota. Essa mudança não só é necessária para a transição energética, mas também é um excelente negócio a longo prazo.”

Khosrowshahi aponta que, enquanto os consumidores gostam da ideia de veículos elétricos, muitos não estão dispostos a pagar mais por eles. Isso coloca uma pressão adicional sobre os governos e as empresas para encontrar soluções econômicas viáveis que incentivem a adoção de EVs.

“Nos Estados Unidos, cerca de 40% dos nossos passageiros já experimentaram e adoraram nossos veículos elétricos. Contudo, percebemos que, apesar de gostarem do produto, eles não estão dispostos a pagar mais por essa experiência sustentável. Os consumidores são flexíveis em termos de tempo; muitos estão dispostos a esperar mais por um veículo elétrico, como esperar oito ou dez minutos em vez de quatro. Mas, no momento, eles relutam em pagar mais financeiramente. Isso nos leva a um desafio: a construção da infraestrutura necessária para veículos elétricos é complexa e cara. Ela precisa ser tão flexível, conveniente e acessível quanto os serviços que as pessoas estão acostumadas hoje.”

Por fim, Khosrowshahi afirma que a Uber está comprometida com uma transição energética, mas reconhece que é um esforço coletivo. A empresa busca parcerias e apoio para navegar nesta fase, destacando a importância de olhar além do curto prazo e investir no futuro sustentável do transporte.

“O custo adicional precisa ser absorvido, e é aqui que governos e subsídios entram em cena, além do comprometimento das empresas. Não se trata apenas de fazer o que é certo, mas de reconhecer o valor desse investimento a longo prazo. Frequentemente, para as empresas, é mais fácil focar nos lucros de curto prazo do que no impacto a longo prazo. Estamos tentando incentivar uma visão mais a longo prazo, tanto para empresas quanto para governos, para navegarmos juntos nesta fase de transição”, finaliza o CEO. 

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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