Motoristas de aplicativo que participaram da pesquisa de uma pesquisa do 55 compartilharam suas frustrações com certos comportamentos dos passageiros, evidenciando como pequenas atitudes podem impactar seu trabalho diário. No total 136 motoristas de 68 cidades diferentes nos responderam.
O principal incômodo, mencionado por 31.62% dos motoristas, é o atraso no embarque. Eles destacam que atrasos acumulados ao longo do dia resultam em perda significativa de tempo e, consequentemente, de renda: “Dependendo da região, ficamos vulneráveis a assaltos”, disse Claudia Silva, de Guarulhos; “Atrasando de uma em uma viagem, imagina o tempo e o dinheiro que perdemos no final do dia. Tempo é dinheiro”, afirma Leandro Gomes Zenni, de São Luís.
Outra questão apontada é a de passageiros que comem e bebem dentro do veículo, mencionada por 19.85% dos motoristas. Eles relatam que isso não só dificulta a manutenção da limpeza, mas também pode resultar em danos, como manchas ou derramamento de líquidos: “Manter o carro limpo já é tarefa complicada… Quando é bebida chega a ser pavoroso se ela tombar”, comenta Nelson Marques dos Santos Junior, que atua em Juquiá e Registro; “Comer gera resíduos, cheiros e má avaliação do próximo passageiro que me avalia por algo que não fiz”, destaca Paulo Paiva, de Teresópolis.
Além disso, 15.44% dos motoristas se incomodam com passageiros que batem a porta do carro com força, uma atitude vista como desrespeitosa e potencialmente danosa ao veículo: “É um desrespeito com a minha ferramenta de trabalho”, relata Antõnio Moisés Fidalgo Neri Junior, de São Paulo.
Cerca de 3.68% dos motoristas expressam descontentamento com passageiros que entram carregando grandes volumes, como compras de supermercado, destacando o consumo extra de combustível e o desgaste do veículo: “Falta cobrar uma taxa extra para carregar carga extra… para cargas têm categorias específicas”, revela Washington Caetano dos Santos, de Belo Horizonte.
Para 6.62% dos motoristas, o embarque de mais de quatro passageiros é uma fonte de irritação, uma vez que sobrecarrega o veículo e viola as regras de segurança: “Eles sabem que o carro é para quatro passageiros e se fazem de bobos como se diz o ditado ‘vai que cola”, explica Dermeval Luis Teixeira, de Santa Rita do Sapucaí.
Já 3.68% dos motoristas se sentem desvalorizados quando os passageiros não cumprimentam ou agradecem, vendo isso como uma falta de respeito pelo serviço prestado: “Nossa profissão é muito importante para a sociedade, então um agradecimento é uma forma de respeito com o nosso trabalho”, defende Bruno Tavares da Silva, de Jandira.
A atitude de pedir para pagar na próxima viagem, mencionada por 12.50% dos motoristas, também é uma fonte de frustração, especialmente quando não há garantia de reembolso pelo aplicativo: “Porque muitas vezes o passageiro pede para pagar na próxima viagem, e o aplicativo não reembolsa e o motorista fica no prejuízo”, justifica Edson dos Santos Nobre Pires, de Belo Horizonte.
Reclamações sobre a rota (5.88%) e a velocidade (0.74%) são vistas como injustas, considerando que os motoristas estão sujeitos a condições de trânsito e regras de segurança: “O Waze é correto na rota 99,9% das vezes”, disse Francisco Valnilson Alves Bastos; “O passageiro(a) não possui radar, às vezes nem habilitação tem, entender de regras de trânsito muito menos, e dão palpite”, afirma Jose Ferreira Soares.
