Pesquisar

Entregadores do iFood terão acesso a local físico para buscar ajuda em casos de violência ou racismo

ponto de exclamacao .png
Aplicativos de Entrega, Entregador, iFood
ifoodencceja
ifoodencceja

O iFood, em resposta a uma série de incidentes envolvendo racismo e violência, inaugurou nesta quarta-feira (17), sua primeira Central de Apoio Jurídico e Psicológico em um espaço físico localizado na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.

Esta central, situada no prédio das Black Sisters in Law (BSL), um grupo de advogadas negras, visa fornecer suporte legal e psicológico a profissionais afetados por discriminação e violência. Inicialmente, o projeto durará seis meses para avaliar sua eficácia, embora o suporte online já esteja disponível desde junho de 2023.

Clique aqui para receber todas as notícias do mercado dos aplicativos de transporte e entregas no seu Whatsapp.

“O que a gente percebe nos casos desses entregadores é uma sensação de impunidade. Eles questionam se realmente os agressores serão punidos, ficam desacreditados. Muitas pessoas se aproveitam achando que o entregador não vai agir por falta de recursos, que ele não tem como pagar um advogado. Por isso que nós das Black Sisters in Law estamos aqui, explicamos que vai ter o inquérito policial, que o caso será investigados”, afirma Dione Assis, fundadora da BSL.

Além disso, o iFood, reconhecendo que a maioria dos usuários da plataforma no Rio reside em condomínios fechados  (77%), nos quais a distância entre a portaria e o apartamento é igual ou maior que 5 minutos, tem trabalhado com o Secovi Rio para promover conscientização nos condomínios desde julho passado. O Rio de Janeiro foi escolhido para este projeto piloto devido ao alto número de conflitos registrados.

Segundo o iFood, de agosto a outubro, estes incidentes ultrapassaram 80 ocorrências. Esse aumento deve-se, em grande parte, ao entendimento equivocado sobre a exigência de que os entregadores devem ir diretamente à porta dos clientes, ao invés de pararem em locais mais acessíveis, como a entrada principal do condomínio. Esta última prática está alinhada com as instruções fornecidas tanto aos entregadores quanto aos clientes.  

“Nós temos muitos casos de violência no Rio e queremos dar um basta nisso. A gente está lançando o projeto com o objetivo de incentivar o entregador a procurar a central. Lá, ele pode ter um primeiro acolhimento com as Sisters e ainda vai continuar tendo atendimento psicológico e jurídico. Nós acreditamos no poder do projeto e também na efetividade em passar a mensagem de que não haverá impunidade. O caso será investigado e tratado com a gravidade necessária”,  explica Tatiane Alves, coordenadora de Impacto Social do iFood.

O município, especialmente a Barra da Tijuca, registra tempos de entrega mais longos que a média nacional, o que impacta a renda dos entregadores e os expõe a riscos de segurança. Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood, destaca a necessidade de conscientizar as pessoas sobre o impacto de atrasos nas entregas: 

“A nossa intenção é alertar as pessoas de que, ao ficar muito tempo aguardando para realizar uma entrega, o entregador deixa de fazer outras, o que compromete a sua renda. Além disso, ao deixar seu veículo, ele corre o risco de ter seus pertences furtados ou mesmo de cometer uma infração, já que muitas vezes não há local para estacionar. É uma questão de segurança para ambos os lados e de respeito com o trabalho realizado por esse profissional”, pontua Johnny Borges, diretor de Impacto Social do iFood.

O iFood também está promovendo a campanha “Boas práticas” para incentivar atitudes que evitem conflitos e estimulem uma comunicação mais amistosa entre clientes e entregadores. A campanha é divulgada no app e nos canais internos de mais de 240 condomínios e alcança semanalmente mais de 870 mil pessoas. Os entregadores também recebem treinamento através da plataforma Decola, que oferece conteúdos gratuitos sobre interações com clientes, dicas de entrega, segurança no trânsito, entre outros.

Os clientes também estão sendo informados sobre a Central de Suporte Jurídico e Psicológico. Johnny ressalta: “A ideia é alertar que se o entregador sofrer alguma agressão, ele terá o apoio do iFood. Já o cliente – além de ser banido da plataforma – pode responder judicialmente”.

O iFood também criou o ‘Espaço da Mulher Entregadora’, um ambiente dedicado às entregadoras para descanso e acesso a facilidades como cozinha, banheiro e tomadas para recarga de celular. Rodas de conversa sobre temas femininos serão realizadas mensalmente nesse espaço.

Sobre a Central de Apoio Psicológico e Jurídico, o iFood reconhece a importância de prover segurança e bem-estar aos mais de 250 mil entregadores ativos na plataforma. A central oferece suporte jurídico e psicológico aos entregadores que enfrentam situações de discriminação, agressão, entre outros. Para acessar esses serviços, os entregadores devem reportar incidentes pelo aplicativo, onde a equipe de segurança do iFood avalia a elegibilidade do caso e encaminha para as assistências necessárias, que são totalmente gratuitas.

Foto de Giulia Lang
Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

Pesquisar