60% dos motoristas participantes do Pergunta do Dia do 55content responderam que são a favor de cobrar uma taxa para ligar o ar-condicionado do veículo.
Na última semana, a Secretaria de Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro determinou a proibição de cobranças extras por motoristas de aplicativos pelo uso do ar-condicionado nos veículos. A medida classifica essa cobrança como prática abusiva e foi assinada pelo Secretário Estadual de Defesa do Consumidor, Gutemberg de Paula Fonseca.
Nas redes sociais, muitos motoristas passaram a criticar a medida. Para o motorista José Itamar Silva Soares, de São Bernardo do Campo, a solução é muito simples: é só os aplicativos colocarem um botão ‘QUERO AR CONDICIONADO ligado’. ‘Com esta opção acionada, haveria uma cobrança adicional de 20%, correspondendo ao valor gasto a mais pelo uso do aparelho. Não é justo que o motorista perca 20% em uma corrida já muito barata. Hoje, há corridas por menos de R$ 6,00, e nós ficamos no prejuízo. Assim, paga pela comodidade quem desejar, sem trazer prejuízo a ninguém.’
Segundo o motorista Fulviano Soares de Campos, da capital paulista, o ar-condicionado funciona junto com a correia do alternador do veículo, e sua ativação deixa o veículo mais fraco. ‘É como se tivesse adicionando mais um alternador no veículo, nisso as acelerações deverão ser mais fortes para desenvolver a velocidade, e consequentemente o consumo do veículo aumenta. Um veículo que normalmente rodaria 400km com um tanque, com esse esforço extra do veículo, ele roda 320km aproximadamente, e 80km a mais dá para fazer pelo menos 160 reais a mais dependendo do aplicativo. Em termos simples, a utilização do ar-condicionado resulta em um lucro menor para o motorista, de cerca de 160 reais por abastecimento.’
Alguns participantes responderam que são contra a cobrança, que eles próprios não realizam, mas também são contrários à proibição. É o caso dos motoristas Claudenir Ribeiro Júnior, de Porto Belo, e Guilherme Frederico Gonçalves Jardim, de Goiânia. ‘Somente os motoristas sabem as tarifas defasadas que temos’, explicou Claudenir. Para Guilherme, isso não pode ser cerceado por uma empresa que afirma não ter vínculo empregatício.
O motorista José Ferreira Soares afirma ser contra a cobrança. Para ele, o passageiro já paga um preço alto e o ar-condicionado não beneficia apenas o passageiro, mas também o motorista. ‘No meu caso eu olho o meu conforto primeiro. É impensável um motorista dirigir num sol de 40 graus, suando e não querer ligar o ar. Cada um é cada um e o passageiro tem de ser bem tratado porque ele não está andando de graça’.