Janeiro de 2025 traz uma dificuldade extra para motoristas por aplicativos, especialmente para aqueles que trabalham apenas com a Uber.
Como a gente sabe, o primeiro mês do ano é marcado por uma significativa queda na quantidade de viagens. Inclusive, essa baixa no movimento vira meme nas redes sociais.
Os motoristas já estão acostumados, mas tem um extra que a Uber acrescentou este ano. Alguns motoristas perceberam, e, entre os que perceberam e os que não notaram, já houve uma assimilação — até porque eles não podem fazer nada para mudar isso que a Uber fez, como sempre, de bico fechado, sem comunicar nada. O motorista apenas percebe na conta.
Você percebeu que a tarifa foi reduzida? Notou? O Black com preço muito parecido com o do Comfort, ou o Comfort com o preço quase igual ao do X, e o X praticamente se aproximando ao preço de moto? Eu percebi aqui em Salvador, nessas noites que saí nas primeiras semanas desse janeiro de 2025.
Uma viagem, por exemplo, no Comfort, que a Uber costuma pagar R$60 ao motorista para sair, por exemplo, do Centro Histórico ou da Barra para o aeroporto, ela está oferecendo a R$49,95. O valor do quilômetro no Comfort está chegando a R$1,43 ou R$1,45, quando o mínimo que ela manda é R$1,80.
E eu não vou nem falar do X, porque nem ligo essa opção.
Eu estou com um carro que vai até o Comfort, e na Uber eu faço apenas o Comfort. Um detalhe: na 99, eu não percebi mudança. E você, percebeu? Eu gostaria de saber a sua opinião nos comentários. Você também percebeu aí na sua cidade uma redução no valor da tarifa da Uber? Fez um comparativo com o da 99?
De maneira inteligente, eu te convido a emitir a sua opinião nos comentários. Esse é um problema a mais para todos os motoristas, independentemente de trabalharem apenas com um aplicativo ou só com a Uber, ou não. Não importa: ligou o aplicativo, você vai perceber claramente que os valores estão reduzidos.
Porém, a dificuldade é maior para os motoristas que trabalham apenas com essa atividade. Porque sem ter outra fonte de renda, eles se veem obrigados a ficar na pista por mais tempo do que habitualmente ficam e a fazer até viagens que, normalmente, eles rejeitam.
Aí, meu garoto, é que está o pulo do gato da Uber. Ela aproveita-se daquilo que eu chamo de prática da pandemia. O que é que ela fez na pandemia? Com a queda drástica no movimento, ela impôs uma tarifa social, que de social não tinha nada, mas ela deu esse nome. Reduziu o valor para o motorista, manteve a sua taxa e reduziu o valor também para o passageiro. No final das contas, quem pagou a conta foi o motorista.
Agora, com essa queda no movimento que nem de longe se compara com um período de pandemia, mas a Uber está adotando a mesma prática daquele período pandêmico. Caiu o movimento, então os motoristas estarão na rua do mesmo jeito, com ou sem movimento. Ela aproveitou para reduzir a tarifa, e isso ela faz com o intuito de incentivar a utilização da plataforma pelos usuários. De acordo com a empresa, o valor é ajustado para supostamente favorecer os motoristas, para que não fiquem sem realizar viagens. Porque, no entendimento da Uber, é fazendo viagens que o motorista ganha.
E na verdade, é escolhendo viagens que o motorista vai ter um melhor resultado. Portanto, essa é uma estratégia da empresa: ajustar e reduzir a tarifa para que os motoristas, nesse período de baixa demanda, não se sintam desanimados a ir para casa. Tem viagens, tem no volume menor, mas tem, com valor reduzido.
E aí, o motorista que tem o aluguel para pagar, a prestação do carro para pagar, as suas despesas em casa e não tem outra fonte de renda, o que é que faz? Acaba realizando essas viagens com preços ainda mais de banana podre — enfim, de feira — do que habitualmente são. Então, meu querido, não há muito o que o motorista possa fazer, a menos que ele vá cruzar os braços e dizer: “Não vou trabalhar”.
Como tem muito motorista aí que não está trabalhando nesse mês de janeiro, que se planejou e se organizou para descansar no mês de janeiro, mas eu acredito que a grande maioria continua em atividade. E aí sente na pele esse ajuste dos preços que a Uber fez, somados à redução na quantidade de viagens, que já é uma característica do mês de janeiro.