A Uber anunciou uma novidade no aplicativo que promete mudar a forma como os motoristas escolhem as corridas. Agora, além da nota do passageiro, a tela de chamada vai exibir também o número de viagens já realizadas por ele. A empresa diz que é uma forma de ajudar os motoristas a trabalharem com mais segurança, mas será que é isso mesmo?
O que a Uber está mudando?
A partir de agora, em 12 cidades do Brasil, alguns motoristas passarão a ver uma nova informação na tela de chamada: a quantidade de corridas que o passageiro já fez na plataforma, junto da nota dele. Isso deve aparecer entre parênteses, ao lado da avaliação do usuário. As cidades escolhidas para o teste são: São Carlos, Maringá, Londrina, João Pessoa, Teresina, Piracicaba, Sorocaba, Joinville, Pelotas, Vitória, Ribeirão Preto e Maceió.
Segundo a Uber, essa mudança é para que os motoristas tenham mais elementos na hora de decidir se aceitam ou não uma corrida. Mais segurança, mais previsibilidade, mais confiança. Pelo menos, é o que diz o discurso oficial.
Segurança ou tática para aumentar a aceitação?
Mas a pergunta que não quer calar é: será mesmo que essa mudança é por segurança ou tem outro motivo por trás? Para mim, a história não cola. Será que a Uber quer ajudar o motorista a trabalhar com mais segurança ou talvez ela esteja preocupada com a concorrência?
Tanto a 99 quanto o inDrive já mostram há bastante tempo o número de corridas do passageiro. Então, por que só agora a Uber decidiu fazer isso? Para mim, na minha humilde opinião, a ideia é só uma, é fazer com que nós, motoristas, aceitemos mais corridas.
Vou te contar a real intenção por trás da mudança
O raciocínio é simples: quando o motorista vê uma corrida com origem ou destino suspeitos, ou uma nota baixa, tende a recusar, mas se aparece ali que o passageiro já fez 200 viagens, por exemplo, ele pode pensar duas vezes: “Ah, não, dá para fazer. Dá para levar”. Assim, a Uber aumenta a taxa de aceitação das corridas, e, claro, o próprio lucro.
E é por isso que a empresa ainda não liberou a atualização para todo mundo. Ela está testando primeiro. Se perceber que os motoristas começam a aceitar mais corridas, o teste “dá certo” e a funcionalidade é liberada no resto do país. Agora, se o número de recusas aumentar, a ideia é abandonada e esquecida.
A lógica do jogo é que quanto mais corridas os motoristas aceitam, mais dinheiro a Uber ganha. A prioridade não é a sua segurança, nem facilitar sua vida, é aumentar o volume de corridas realizadas e reduzir o tempo de ociosidade, porque quanto mais viagens a gente faz, mais dinheiro o aplicativo ganha.
Portanto, vale o alerta: toda novidade precisa ser olhada com atenção. Nem tudo que parece ser um presente para o motorista vem embrulhado com boas intenções. Às vezes, é só mais uma jogada de mestre da Uber para manter a máquina rodando, e lucrando.
Concorda comigo ou não concorda? Acha que essa mudança realmente ajuda ou só favorece a plataforma? Sou maluco ou tenho razão? Deixa nos comentários, quero muito saber a sua opinião.
