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Tem motorista da Uber que pega um Kwid ou um Gol, e altera o documento pra fazer parecer que dirige uma Duster ou um Jetta

"A Uber também sacaneia..." Todo mundo sabe que a Uber não é justa. Mas pensa no motorista que financiou um carro por 60 meses pra rodar no Black — e aí um Kwid, fora do padrão, começa a pegar as corridas dele. Injusto, né?

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Opinião
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Homem com expressão séria dentro de um carro, ao lado da frase "FIM DAS PLACAS ADULTERADAS" em fundo azul com o logo do 55Content.
Foto: Fernando Floripa para 55content

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content.

A Uber começou a declarar guerra aos motoristas “espertinhos”. A plataforma tá fazendo um pente-fino nos carros cadastrados e bloqueando motoristas que adulteraram o documento do veículo para mudar de categoria ou burlar as exigências da empresa. Antes de eu te contar como a empresa tá fazendo isso, quero te fazer uma pergunta: o que você acha desses motoristas? Acha certo ou acha errado?

Eu vou te contar o que tá acontecendo e, claro, dar a minha opinião sobre esse assunto que tá gerando debate entre os motoristas.

Tem motorista que pega um carro simples, como um Kwid ou um Gol, e altera o documento pra fazer parecer que dirige uma Duster ou um Jetta. Tudo pra conseguir entrar no Black ou Comfort e ganhar um pouco mais por corrida. E sabe o que acontece? Em um primeiro momento até dá certo. Mas depois… a casa cai.

Eu, particularmente, sou contra esse tipo de coisa. Quem faz certo é prejudicado. Pensa no motorista que se esforçou, financiou um carro por 60 meses pra entrar no Black, ou aquele que aluga o carro pra poder trabalhar. Esse cara tá fazendo tudo dentro das regras, suando pra pagar os boletos. Aí vem outro e, com um “golpezinho” no documento, entra na mesma categoria sem esforço. Você acha isso justo?

Mas por que a Uber resolveu fazer isso agora? No último ano, disparou o número de fraudes na plataforma e isso aumentou as reclamações de passageiros, que, por exemplo, contratam um carro Black e recebem um modelo popular. No fim das contas, é o passageiro que mantém a roda girando. Se ele fica insatisfeito, para de pedir corrida, e todo mundo sai perdendo.

Agora o aplicativo tá cruzando dados do chassi, pedindo fotos do para-brisa, do banco… e identificando quem adulterou o documento. E quando descobre, não tem conversa: é bloqueio na conta e fim da linha.

Muita gente entra nessa por influência de amigos, colegas, grupo de WhatsApp. “Ah, fulano fez e deu certo”, “ah, o app é injusto, então vou dar um jeito”. O resultado? O motorista ingênuo, que acreditou no papo furado, acaba perdendo o acesso à plataforma e, muitas vezes, o sustento da própria casa.

Eu mesmo conheço casos: teve motorista que me procurou sem entender o motivo do bloqueio. Outro, que ouviu o namorado e adulterou o documento pra entrar no Comfort, ficou sem trabalhar e ainda queria acionar advogado. Mas pera lá: adulterar documento é crime! Pode dar cadeia. Isso não é brincadeira.

“Ah, mas o aplicativo também sacaneia…” Sim, a gente sabe que as plataformas nem sempre são justas. Os valores baixaram, tem corrida que mal paga a gasolina, e os critérios de categoria muitas vezes não fazem sentido. Mas isso justifica cometer fraude? Enganar a plataforma? Passar a perna em outros motoristas?

Pra mim, perdeu a razão. Quando o motorista passa a perna no colega de profissão, a história é outra. Todos nós estamos na rua, batalhando pelo mesmo pão. Não dá pra aceitar esse tipo de coisa.

Meu conselho? Não entra nessa. “Jeitinho” pode parecer vantagem no começo, mas vira prejuízo lá na frente. Se o aplicativo não é justo, vamos cobrar mudança do jeito certo: união, regulamentação, diálogo. Mas, enganar e prejudicar outro trabalhador nunca vai ser o caminho.

E você, concorda comigo ou acha que tô exagerando? Já comenta aqui embaixo, quero saber a sua opinião!

Foto de Fernando Floripa
Fernando Floripa

Fernando Dutra, conhecido como Fernando Floripa, é motorista de aplicativo em Florianópolis e referência nacional para motoristas. Desde 2016, ele compartilha dicas e conteúdos nas redes sociais, alcançando quase 1 milhão de seguidores no YouTube, Facebook, Instagram e TikTok. Casado e pai de três filhos, com formação em Ciências da Computação e Administração, ele trabalha ativamente como motorista e incentiva a união da categoria, consolidando-se como um influenciador na área de mobilidade.

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