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Fala aí, motorista! Você acredita que tem motorista de aplicativo largando a Uber e a 99 pra fazer entrega de pacote? Pois é, e não é história, não. Saiu uma notícia quentinha, e eu vim aqui comentar contigo porque o assunto é, no mínimo, curioso.
A matéria fala que a galera tá pulando fora dos aplicativos de transporte e migrando pra outra atividade que também usa o carro: entrega. E olha, faz sentido. A gente já vem falando por aqui, né? Entra motorista novo todo dia, o app pagando cada vez menos, e o cara precisa rodar mais e mais pra fazer o mesmo valor. Chega uma hora que não dá mais. A conta simplesmente não fecha.
A pergunta que muito motorista se faz é: “O que eu vou fazer? Como me virar?”. E aí, no meio do caos, tem gente achando uma saída. Tem motorista que descobriu uma alternativa que, segundo eles, tem tudo: flexibilidade, aplicativo, carro, mas também tem previsibilidade, além de, melhor, ganho fixo e menor desgaste.
Rodar menos e ganhar igual?
E o principal motivo da migração é o km. Quem roda com entrega disse que faz, no máximo, 50 a 100km por dia. Já no aplicativo de transporte, o normal é rodar 200, 300, ou até mais. Eu mesmo, rodo de 200 a 250 por dia. E tem colega dizendo que hoje, pra fazer um valor bom, precisa rodar 300. A galera da entrega diz que, com 100km, faz o mesmo que fazia rodando 300 nos apps.
E não para por aí. Como eu disse, outro ponto que os ex-motoristas destacam é a tal da previsibilidade. Você pega uma rota e já sabe o valor que vai ganhar. Quer fazer duas? Já sabe quanto vai receber. Todo dia é a mesma coisa. Não tem esse sobe e desce de corrida igual no transporte, em que 10 corridas num dia te dão um valor, e no outro dia, o mesmo número de corridas paga bem menos.
Nosso trabalho como motorista de aplicativo é cheio de altos e baixos: tem dia bom, tem dia ruim, tem horário bom, horário péssimo, corrida maravilhosa e corrida furada. E tem gente que não consegue lidar com essa instabilidade, não é para qualquer um. Qualquer um pode entrar, mas não é todo mundo que vai aguentar, vai ficar ou vai gostar desse trabalho.
Sim, é isso mesmo. Um dos argumentos mais repetidos por quem trocou o volante do transporte pelas entregas é que pacote não reclama. Ninguém fica pedindo parada, não dá nota baixa, não muda o destino no meio do caminho, não te trata mal. Claro que tem perrengue: endereço que não bate, cliente que some, porteiro que não libera… Mas, segundo eles, mesmo com isso, o estresse é menor.
E o ganho, vale a pena mesmo?
Segundo os entregadores, tem gente fazendo mais de R$3 mil na semana, rodando 500, 600km. Isso dá uma média de 100km por dia. Só que, e aí vem o alerta: não é moleza. Os caras trabalham 12 a 14 horas por dia. É chão. E apesar de rodar pouco, a entrega exige tempo: desce do carro, procura o cliente, cadastra no aplicativo, volta pro carro… E cada rota tem muitos pacotes, às vezes 50, 100 num dia.
A média por rota fica entre R$150 e R$200, dependendo da cidade. Se você faz duas rotas no dia, dá R$300. Roda pouco, gasta menos com manutenção, e no final do mês o resultado pode surpreender. Mas não é pra qualquer um, assim como o transporte não é pra todo mundo.
E se você tá pensando em testar, já anota aí: Shopee, Amazon e Mercado Livre são as principais opções, segundo eles. O pessoal que deu entrevista tava rodando pra Shopee, que dizem estar pagando um pouco melhor. O Mercado Livre parece que deu uma apertada nos valores pelo que eles falaram, mas ainda é alternativa.
Tem motorista reclamando de julho fraco, segunda quinzena travada, passageiro sumido, corrida escassa… mas parado no carro reclamando não vai mudar os seus resultados. Às vezes, vale testar outra coisa, e essa outra coisa pode ser a entrega.
E aí, acha que eu tô maluco ou tenho razão? Quero saber a sua opinião!