De forma básica, como o motorista deve se planejar financeiramente para sair do sufoco e parar de rodar só para pagar conta? Eu perguntei em um vídeo se vocês queriam mais conteúdo de finanças e recebi vários comentários. Por isso, hoje vou falar de um jeito mais didático, dando nome aos bois e mostrando um passo a passo simples para quem é motorista e quer começar a investir.
O primeiro passo para você se planejar financeiramente, motorista
O primeiro ponto é organizar suas finanças. Faz uma lista dos seus custos fixos: aluguel, carro, combustível, seguro, comida… e por aí vai. Descubra quanto sobra no mês, porque só a partir daí você consegue criar metas. E, mesmo que seja pouco, separa de R$ 50 a R$ 100 para investir.
Mas, antes de pensar em ação, fundo imobiliário ou criptomoeda, você precisa ter sua reserva de emergência. É como andar com step no porta-malas, você não quer usar, mas se furar o pneu, ele tá ali. Essa reserva deve cobrir de três a seis meses das suas despesas e precisa estar em algo seguro e com saque rápido. Pode ser Tesouro Selic, CDB com liquidez diária ou até conta de banco digital que renda mais de 100% do CDI.
E depois disso? Poupança nem é investimento
Só depois disso, você parte para o número dois, que é o arroz com feijão da renda fixa. Nada de poupança, porque poupança nem é investimento. Comece pelo Tesouro Selic, depois olhe para CDBs de bancos médios que rendem 110% do CDI e que sejam cobertos pelo FGC, que garante até R$ 250 mil por CPF. Depois, LCI e LCA, que também são seguros e bons para quem tá começando. É como rodar de Onix no aplicativo: simples, confiável e sem luxo, mas que cumpre bem o papel.
O número três é dar um passo além, como se fosse trocar de carro básico para um carro Black. Aqui, entram os fundos imobiliários, os famosos FIIs, que transformam você em dono de pedacinho de shopping, galpão ou banco. Todo mês pinga um aluguel na sua conta, é como se fosse gorjeta extra caindo mesmo quando você parou de rodar. Outra opção são os ETFs, que são fundos que replicam índices como BOVA11 ou IVVB11, funcionando quase como um piloto automático da sua carteira.
Agora, o que vou te contar é só para quando tiver mais experiência
O número quatro é para quando você já tem experiência. Você pode começar a se aventurar em ações e criptomoedas. O ideal é destinar só de 2% a 5% da sua carteira, porque o risco é bem maior. Você pode ganhar muito, mas também pode perder rápido. E, claro, precisa estudar. Não é sair comprando qualquer coisa porque ouviu falar. Com conhecimento, o risco diminui e o retorno cresce. Sem conhecimento, é pedir para levar ferro.
Sabe o que é o principal?
E aí, vem a regra de ouro, o passo número cinco: nunca invista dinheiro que você vai precisar no curto prazo. IPVA, seguro, revisão do carro, nada disso entra em investimento. Esse dinheiro é para sua operação, não para aplicar. O que vai para investimento é aquilo que sobra todo mês, nem que seja pouco. Pode ser R$ 50, pode ser R$ 100. O que importa é constância. É como aquela corrida fixa que você pega toda semana, pequena, mas garantida.
Resumindo, o passo um é a reserva de emergência, o step do carro; o dois são os investimentos básicos e seguros, como um Onix confiável; o três são os fundos imobiliários e ETFs, como entrar num Black; e o quatro é o modo turbo, as ações e criptomoedas, que exigem mais estudo e cuidado.
Fiz até um cálculo: um motorista que investe R$ 500 por mês, em cinco anos, já teria mais de R$ 40 mil acumulados. Isso dá para comprar um carro simples ou até dar entrada num modelo melhor. Mas mais do que isso, esse dinheiro pode ser o começo da sua aposentadoria. Quanto mais investir, maior será o retorno e mais liberdade você terá.
No fim das contas, investir é como dirigir, porque você começa devagar, vai pegando confiança, aprende a ler os sinais e, com disciplina, chega muito mais longe. Comece pequeno, seja constante e, quando tiver conhecimento, se arrisque mais. Isso pode mudar a sua vida.
Tamo junto. Abração.