Estava tudo bem, tudo tranquilo, a gente continuava trabalhando com as nossas dificuldades. Aí vem o Ministro Marinho com esse papo aqui, palavras do Marinho para vocês:
“Nós fizemos o projeto, os técnicos discutiram na mesa, tinha ali um conjunto de influencers que detonaram, e as fake news praticamente derrotaram, naquele momento, os dados de preparação do projeto. É importante lembrar que todos esses foram candidatos a vereadores e vereadoras, e não elegeram nenhum no Brasil inteiro. Inclusive, quem tinha mandato em São Paulo perdeu. Então, baixaram a votação. É hora de retomar.”
Não vão retomar, não, senhor ministro.
Não tá na hora de retomar. De fato, não elegemos nenhum vereador no ano passado, mas, sim, nós, influencers, conseguimos derrubar a PL que você, ministro, junto com o seu governo e o pessoal do sindicato, queria enfiar goela abaixo, tentando aprovar em caráter de urgência. Essa foi a realidade: caráter de urgência, sem o consentimento dos motoristas.
Juntaram ali os sindicatos sem ao menos perguntar para os motoristas que rodam de verdade, tá, gente? Motorista que tá na pista, que tem corrida. Eu, por exemplo, tenho mais de 32.000 corridas só pela Uber, quase 25.000 corridas em entregas. Contando as outras plataformas, eu acho que passa de 35.000 corridas.
Vocês perguntaram para esses motoristas, que vivem de fato disso, se eles querem passar uma parte do valor para o governo, isentando, de certa forma, as plataformas, e onerando ainda mais os motoristas? Não.
Não, não foi perguntado isso para os motoristas de aplicativo. E, sim, nós, influencers, tivemos um papel importantíssimo nessa situação, porque nós mostramos que o motorista é quem paga, quem rala, quem acorda cedo, quem paga os impostos, quem bota o seu carro na pista. Não, não, senhor ministro.
É muito interessante o senhor admitir que não foi aprovado porque os motoristas não aceitaram a PL. Simplesmente vocês tentando enfiar goela abaixo dos motoristas que estão trabalhando, que sim, precisam ser ouvidos. E sendo bem honesta, desta forma, em 2025 também não vai passar.
Lembre-se: ano que vem é ano de eleição, gurizada. E vocês acham que o presidente Lula, atual presidente agora, vai querer se incomodar com isso?
Vamos continuar batendo na tecla e vamos mostrar que não. Não queremos, não aceitamos, e não vai ter reeleição. Assim como não tivemos a reeleição, em São Paulo, do vereador que você falou, também não tivemos nenhum representante da categoria. Também não haverá reeleição desse governo que aí está, no ano que vem, em 2026.
É muito fácil chegar e dizer, senhor ministro: “Não, vamos tocar agora em 2025, vamos botar de novo…” Não. Não é assim que a banda toca.
Hoje a gente tem o poder nas mãos. A gente pode, sim, se quiser, conversar com influencers de fato, com os motoristas, trazer propostas para uma regulamentação que de fato beneficie o trabalhador. Estamos abertos. Estamos dispostos a conversar.
Agora, simplesmente querer enfiar goela abaixo? Não. Simplesmente montar uma PL do lado dos sindicatos — inclusive o sindicato aqui de Porto Alegre, que nunca fez nada pelos motoristas — e outros sindicatos também, que nunca fizeram nada… Junta aí, ó, dois ou três sindicatos que prestam. Não vai passar de novo. Se for desta forma, não vai passar de novo.
Agora, se for conversar com os motoristas, aí é outra situação.
Conversa com o motorista, pergunta para o motorista que está rodando de fato: o que ele precisa? O que ele quer de verdade? Não desta forma, como está sendo colocada essa PL aí, mais uma vez.
E se o ministro está pensando que vai enfiar a goela abaixo mais uma vez? Não.
E aí você, motorista, comenta aqui embaixo. Agora eu quero saber a tua opinião: o que você acha dessa PL de novo, cara? Estava tudo tão mais ou menos, né?
Porque nunca tá bom, nunca tá tranquilo a vida de motorista. Aí vem o senhor Ministro Marinho de novo com esse assunto…
Tá, comenta aqui embaixo, manda um recadinho para o senhor ministro: é melhor deixar como tá ou é melhor trazer a PL como eles estavam propondo? O senhor ministro, o seu governo e o sindicato.
Quero saber a tua opinião aqui, motorista. Bora lá.
Respostas de 6
Quando no sindicato dos metalúrgicos do ABC, Marinho coria atrás do que a categoria precisava, e opinaram, porque agora isso não é do mesmo modo?
Eu sou a favor que a corrida seja
2.50 por quilômetro rodado, e taxa fixa de no mínimo 20% e nada mais.
Não queremos uma regulamentação que explora ainda mais os profissionais do setor,queremos benefícios como por exemplo o taxi tem,isenção de IPVA e um deles
“hoje a gente tem o poder nas mãos”
Os apps estão deitando e rolando e não vejo nenhum tipo de organização por parte dos motoristas e desses “influencers”.
Está cada vez mais difícil ter resultados nos app, a cada dia que passa é uma novidade ruim para o motorista e não vejo nenhum tipo de mobilização em relação a isso.
Quando entrei no ramo era uma condição totalmente diferente da atual, os valores eram melhores, promoções, incentivos e missões descentes. Hoje não temos mais nada disso e os valores estão impraticáveis. Não temos reajustes e simplesmente ninguém briga por melhorias, só vejo muito papinho de internet e pouca ação prática.
A classe não é unida, não é organizada e não parece que vai se mover pra mudar o cenário. Infelizmente vamos continuar se matando pra ter resultados pífios e serem escravos dos apps.
Depois de alguns anos no app eu espero que esse seja meu último ano, pois está inviável continuar com isso.
Concordo, principalmente esses que ficam postando que ganham 10,15,20 mil, dando a entender que a maioria motoristas não sabem trabalhar, tá ruim, as plataformas manipulam tudo e a cada dia fica pior, corrida abaixo de 6 reais para levar 4 passageiros.
Concordo plenamente em relação a falta de união por parte de correr atrás de melhorias de ganhos e isso não se limita ao aplicativo de corrida e sim no geral, porque nem cobrar sabemos e o governantes deita e rolam e agente assiste de camarote, mas se fosse para o futebol/bar aí tem gente que iria se reunir rapidamente.