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Motoristas simulam corridas na Uber pra forçar dinâmico e caso vai parar na polícia

Mais de 100 condutores estão na mira da investigação por manipular o valor das chamadas com contas fakes e corridas falsas. Não entra nessa, motorista.

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Opinião
Textos assinados que refletem o ponto de vista do autor, não necessariamente da equipe do 55content.
Fernando Floripa para o 55content.
Foto: Acervo 55content

Fala aí, motorista! Vou te contar uma história que parece roteiro de série policial, mas aconteceu de verdade, e tem tudo a ver com o nosso dia a dia nos aplicativos. Você acredita que tem motorista bugando o sistema da Uber pra aumentar o valor das corridas? Até aí, talvez você já tenha ouvido falar… Mas, agora, o caso foi parar na polícia.

E sabe quem chamou a polícia? Não foi a Uber nem os passageiros, foram os próprios motoristas. Sim, meus amigos, a denúncia partiu de motoristas que se sentiram prejudicados com o que a galera andava aprontando em Fortaleza, na região metropolitana. E olha… tem mais de 100 motoristas envolvidos nessa história.

O que esses motoristas estavam fazendo?

A “tática” era simples: em horários de pico, todo mundo ficava off-line ao mesmo tempo, pra simular escassez de carro na região. Enquanto isso, os mesmos motoristas (usando suas próprias contas de passageiro ou até contas fakes) começavam a solicitar corridas, dezenas de chamadas falsas.

O objetivo? Forçar o dinâmico. No jogo da Uber, se tem muita gente pedindo carro e poucos motoristas disponíveis, o valor da corrida sobe. Então, a galera sacou isso e começou a manipular o sistema pra fazer o preço subir… e depois voltava ao aplicativo pra aceitar corrida com valor mais alto. Até aqui, parece que todo mundo sai ganhando, né? Mas não é bem assim.

Qual é o problema?

O problema começa quando essas chamadas falsas são aceitas por motoristas de fora do esquema. A corrida é falsa, e o “passageiro” não quer cancelar, ele quer que o motorista cancele. Resultado? A taxa de cancelamento do motorista honesto vai lá pra cima. Quem conhece o sistema da Uber sabe que aceitação baixa não bloqueia, mas cancelamento alto pode, sim, dar problema.

Outro ponto foi que os motoristas começaram a perceber que as corridas vindas de certas regiões eram armadilha, e começaram a recusar. Aí a taxa de aceitação cai, bate insegurança, vira confusão. Ninguém sabe se recusa, se espera o cancelamento, se arrisca levar prejuízo.

Pra completar, o passageiro também sai prejudicado, porque paga mais caro numa corrida que deveria ter valor normal, e quando descobre, perde a confiança na plataforma. E se o passageiro some, a gente perde o trabalho.

O que aconteceu quando a polícia entrou no jogo

Com toda essa bagunça, um grupo de motoristas resolveu denunciar. Disseram que estavam sendo prejudicados pelas práticas da galera do “bug” e que o passageiro também estava sendo lesado. Aí, acredite, a polícia resolveu investigar.

Quer saber o mais curioso? A própria polícia tem feito rondas nos pontos onde os motoristas se reúnem pra combinar o esquema, só pra dispersar a galera. Isso mesmo, polícia na rua pra desfazer “concentração de motorista.”

E a Uber? Já sabe de tudo e está “avaliando” o caso. Mas já avisou que, se identificar manipulação ou fraude contra a plataforma, pode bloquear as contas envolvidas.

Se você, motorista, usa a sua conta, no seu nome, com seu CPF, e depende disso pra viver, fica esperto, não entra nessa. Tem gente que adora buzinar no seu ouvido: “Faz isso que dá bom”, “é só pra forçar o dinâmico”, “tá todo mundo fazendo”. Mas, depois que o bloqueio vem, quem vai se ferrar é você. A Uber não tem dó, não tem conversa, e se cair na rede da investigação ou da análise da plataforma, adeus para sua conta.

E você, o que acha disso tudo? Estou maluco ou tenho razão? Quero saber sua opinião.

Foto de Fernando Floripa
Fernando Floripa

Fernando Dutra, conhecido como Fernando Floripa, é motorista de aplicativo em Florianópolis e referência nacional para motoristas. Desde 2016, ele compartilha dicas e conteúdos nas redes sociais, alcançando quase 1 milhão de seguidores no YouTube, Facebook, Instagram e TikTok. Casado e pai de três filhos, com formação em Ciências da Computação e Administração, ele trabalha ativamente como motorista e incentiva a união da categoria, consolidando-se como um influenciador na área de mobilidade.

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