A Uber acabou de divulgar um lucro de quase 2 bilhões de dólares em apenas 90 dias. Enquanto isso, no dia a dia, tem motorista rodando 40 quilômetros para ganhar R$40,00 bruto — e olhe lá. Descontando combustível, manutenção e outras despesas, sobra menos da metade disso no bolso do motorista.
Fala aí, motorista! Aqui é o Floripa, direto do portal 55content. Desde o início, a Uber vendia a ideia de parceria: ganhava quem dirigia, ganhava quem usava o app como passageiro, ganhava a empresa. O discurso era bonito. Mas, com o passar dos anos, a realidade mudou.
Hoje, a cada novo aumento de tarifa para o passageiro, a maior parte da receita fica com a Uber. Para o motorista, sobram migalhas. Aquela parceria idealizada ficou no papel. Agora, o foco da empresa é no lucro e nos acionistas.
Vamos a um exemplo prático. Rodar 40 km para ganhar R$40,00 bruto, com um carro que faz 10 km por litro, exige cerca de 4 litros de combustível. Considerando o litro entre R$5,00 e R$6,00, lá se vão mais de R$20,00 só com gasolina. Sobra menos de R$20,00 — e isso sem contar desgaste de pneus, troca de óleo, seguro e outros custos. E ainda tem gente que roda nessa condição achando que está tudo certo.
Aí surge a pergunta inevitável: a culpa é da Uber, que paga pouco, ou do motorista que aceita corridas ruins? O que você acha? Deixe sua opinião nos comentários. Essa é uma reflexão que todos precisamos fazer.
Mais importante do que encontrar culpados é pensar em soluções. Focar apenas no problema não resolve. Se você, motorista, está insatisfeito com seus ganhos — porque há quem esteja satisfeito —, é hora de se perguntar: o que dá para fazer para mudar essa história?
Aqui vão algumas dicas:
1. Fique atento aos custos
Não se guie apenas pelo valor bruto exibido no aplicativo. É fundamental saber quanto você gasta para calcular o que realmente sobra.
2. Use ferramentas inteligentes
Aplicativos de cálculo de ganhos ajudam muito quem tem dificuldade para escolher corridas. Eu, por exemplo, uso o Gigo, Copiloto Inteligente. Gosto bastante, pois ele me ajuda a rodar com mais consciência.
3. Diversifique as plataformas
Não dependa de um único app ou só de passageiros. Avalie também a opção de trabalhar com entregas, que em muitos momentos pagam igual ou até melhor — especialmente em épocas de movimento fraco, como segunda quinzena do mês.
4. Trabalhe com estratégia
Entenda os horários, as regiões e como sua cidade funciona. Rodar no automático não é uma boa ideia. Avalie bem cada corrida. Toda corrida precisa te levar à próxima — e tem que dar lucro. Rodar no prejuízo não dá mais.
5. Invista em qualificação
Aprenda sobre finanças, atendimento ao cliente, estratégias de ganhos. Conhecimento é lucro. Inclusive, pense em diversificar sua renda. Aprender um novo ofício ou buscar outras formas de trabalho pode ser essencial.
Você precisa agir. Ficar parado esperando que a Uber mude sua política por pena dos motoristas não vai acontecer. Não acredito nisso. Quem precisa mudar de postura somos nós.
Tudo começa com pequenas decisões: recusar migalhas, rodar com estratégia, usar as ferramentas certas e, principalmente, valorizar o nosso trabalho. Porque se a gente não valoriza o que faz, ninguém vai valorizar por nós.
Concorda comigo ou acha que estou viajando? Deixe sua opinião nos comentários. Quero muito saber o que você pensa!
Uma resposta
Oi Fernando, concordo com vc qdo vc diz que temos que pensar em como trabalhar e acho que tudo começou com a Uber pagando cada vez menos e os motoristas ficaram cada vez mais endividados e a quantidade de motoristas aumentou exponencialmente o que levou a situação piorar muito. Nesse universo tem de tudo mas tem muito motorista que aceita tudo sem pensar. E cada vez mais temos profissionais sem a menor condição de fazer esse trabalho e carros cada vez mais velhos e mal cuidados. Pior que não adianta nada a minoria não aceitar corridas com valores abaixo de 10 reais pq tem quem muitos que aceitam os tais 6,99 do X.
Dez reais era um bom valor mas a inflação deixou esse valor defasado tb. Sendo assim, vamos continuar sofrendo e vendo este trabalho se tornar inviável a cada dia, já que não basta mais para a sobrevivência do motorista.