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Motorista de app faz R$ 12 mil livres aceitando todas as corridas e trabalhando até a Uber o bloquear, mas eu não trabalho assim 

Tire da sua cabeça a ideia de que existe um padrão de trabalho como motorista por aplicativo. Você é responsável pelo resultado que fizer. Desenvolva a sua própria estratégia.

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Opinião
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Homem de pele parda, com cabelo grisalho curto e barba branca rala, usando óculos com lentes azuladas e camisa social escura, falando diretamente para a câmera em ambiente interno.
Foto: Cláudio Sena para 55content

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content

Tire da sua cabeça a ideia de que existe um padrão único de trabalho como motorista de aplicativo. Não existe uma fórmula mágica que, se todos seguirem, garantiria bons ganhos e satisfação geral. Isso é um mito. Essa lógica até pode funcionar em empregos formais, sob o regime CLT, onde a empresa determina quanto cada pessoa vai receber pelas horas trabalhadas. Mas entre motoristas de aplicativo, isso não se aplica.

Cada motorista tem sua própria forma de trabalhar. As cidades são diferentes, e mesmo quando são as mesmas, a maneira como cada um encara o trabalho impacta diretamente nos resultados do final da semana e do mês.

Por que estou dizendo isso? Porque ainda está dando o que falar entre os motoristas a entrevista que o Claudião fez no seu podcast com um motorista de Salvador. Esse motorista contraria várias das recomendações que o próprio Claudião costuma dar, como ser seletivo nas corridas. Ele afirma claramente: “Não tem seletividade comigo”.

Esse motorista representa o que costumo chamar de “aspirador de pó”: ele pega todas as corridas. Para ele, o que importa é o resultado final. Vai aceitando tudo o que toca. E no final do dia, a meta está batida. O lema dele é simples: “Tocou, pegou”.

Seu nome é Eugênio Reis, ex-taxista, com oito anos de experiência como motorista de aplicativo. A lógica dele é evitar ao máximo o carro vazio ou parado. Por isso, sua jornada costuma ultrapassar as 12 horas online por dia. Isso é possível porque a Uber só conta como tempo online os momentos em que o motorista está em viagem, se deslocando ou mesmo parado com o aplicativo ligado — como em pausas para um café ou almoço. Ou seja, para atingir as 12 horas de tempo online, ele chega a ficar conectado entre 14 e 16 horas por dia.

Eugênio afirma que só vai para casa quando atinge as 12 horas online. Isso equivale, na prática, a jornadas de 13, 14 e até 15 horas. Isso intrigou muitos motoristas, que pensaram: “Esse cara é doido, não tem vida, nem saúde”. Mas, surpreendentemente, ele tem uma organização financeira sólida. Trabalha 24 dias por mês, possui uma modesta casa de praia e realizou o sonho de comprar um jet ski.

Sim, ele confirma tudo isso. Vive só de Uber. Casa de praia? Tem. Jet ski? Tem também. E tudo isso fruto de organização financeira. Muitos se perguntam como ele consegue. Alguns acham que ele está mentindo. Mas não, ele não está. Eu o conheço há bastante tempo.

Estou trazendo esse tema novamente para te alertar: o que cada motorista faz é responsabilidade dele. O seu foco deve ser no seu próprio resultado. Não tente replicar exatamente o que o Eugênio faz, nem o que o Claudião faz. Desenvolva sua própria estratégia.

E atenção: foco, objetividade e comprometimento são essenciais. Faça o seu melhor, sem se comparar com os outros. Afinal, aqui não há carteira assinada. Como motorista por aplicativo, é cada um por si e Deus por todos.

Você é o único responsável pelo seu resultado. Não importa o que seu colega fez ou deixou de fazer. Importa o que você vai fazer. Eu, por exemplo, não consigo seguir esse estilo “aspirador de pó” do Eugênio, pegando tudo o que aparece. Prefiro continuar sendo seletivo. Para mim, funciona. Para ele, não. E ambos conseguimos resultados satisfatórios.

Agora, te pergunto: ao invés de se incomodar com resultados fora da curva, daqueles que você acha impossíveis de alcançar, pergunte-se — você consegue fazer 11, 12 mil reais líquidos por mês? Independente da forma como trabalha, consegue? Pois bem, isso é o que importa. Deixe que cada um consiga o resultado que for conveniente para si.

Foque em alcançar o melhor resultado possível para você. Quando tiver clareza e objetivo, só então poderá avaliar se vale a pena continuar ou se é hora de buscar algo diferente. Isso também é ter objetividade.

Tem gente que percebe que não é para si. Já outros enxergam potencial e seguem em frente. O importante é estar focado. Com faca nos dentes, dentes de vampiro e olhos de águia.

Um bom resultado está esperando por você. Forte abraço e até o próximo encontro.

Foto de Cláudio Sena
Cláudio Sena

Cláudio Sena iniciou sua trajetória como motorista de aplicativo em 2016, quando começou a trabalhar com a Uber.

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