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Fim do Black? Uber pode estar prestes a lançar categoria ainda mais Premium

Com a perda de qualidade e prestígio do Black, cresce a expectativa de uma nova modalidade que resgate o padrão original da Uber — será esse o retorno do serviço realmente VIP?

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Opinião
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Homem de pele parda e cabelos curtos grisalhos, usando óculos com lentes parcialmente reflexivas e camisa azul clara, olhando diretamente para a câmera em um ambiente interno com iluminação suave.
Foto: Cláudio Sena para 55content

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do 55content

Eu acredito que a Uber pode, a qualquer momento, lançar uma nova categoria para substituir o Black. E por que penso isso? Porque a empresa tem feito mudanças ao longo dos anos que praticamente descaracterizaram o Black. Aquele serviço premium do início, em que o passageiro sabia que, ao solicitar um Black, viria um carro de alto padrão — de Corolla para cima — já não existe mais. Hoje em dia, entram na categoria Black carros como Nissan Kicks, Nivus, C4 Cactus, entre outros que não eram aceitos antigamente.

Na verdade, a decadência do Black acompanha a decadência da tarifa dos serviços da Uber como um todo. Não foram apenas o X e o Comfort que tiveram preços reduzidos; o Black também foi afetado. Com isso, a Uber vem diminuindo tanto o nível da categoria quanto o valor cobrado pelas corridas. Não se trata de um preconceito contra carros que não sejam exatamente premium, mas a questão é que essa flexibilização descaracterizou totalmente o serviço.

Hoje em dia, é raro encontrar motoristas que atuam exclusivamente no Black. A maioria também faz corridas pelo X e pelo Comfort. E, quando o motorista divide o foco, o atendimento premium fica comprometido. Em nenhuma cidade dá para viver só do Black. Mesmo em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde a demanda é mais alta, é complicado depender exclusivamente dessa categoria. Com o motorista fazendo o chamado “X tudo” — ou seja, X, Comfort e Black — o padrão naturalmente cai. Isso afeta tanto o nível do carro quanto, em certos casos, o próprio comportamento do motorista.

A Uber ainda vende o Black como um serviço premium, para quem deseja carros de alto padrão. No entanto, o passageiro pode solicitar um carro e receber, por exemplo, um C4 Cactus com seis anos de uso, que, na prática, opera como um Uber X. Qual é a impressão que esse passageiro vai ter do serviço? Certamente, não será positiva.

É por isso que muitos motoristas que fazem o “X tudo” acabam recebendo avaliações mais baixas. Na cabeça do passageiro, ele pediu um serviço premium e esperava um carro de padrão superior. Às vezes, o carro não é velho, mas o motorista não cuida bem dele. Muitos ligam o ar-condicionado apenas quando o passageiro entra no carro. E esse carro, além de sujo, está quente. Aí o motorista liga o ar no máximo, o passageiro até tenta aliviar a situação abrindo o vidro. Isso mostra que o foco do motorista estava mais voltado para o X do que para o Black.

Hoje em dia, há motoristas do Black que nem acham que vale a pena ligar o ar-condicionado quando a corrida é no Uber X. Explico tudo isso para contextualizar a minha opinião: a Uber pode sim lançar uma nova categoria. E, se isso acontecer, muito provavelmente o teste inicial será em São Paulo, para medir a adesão do público a um serviço realmente diferenciado.

Essa nova categoria seria o “Black de antigamente”, com exigência de carros de Corolla para cima. Não seriam aceitos modelos como HR-V, Creta, Nivus, C4 Cactus e nem o Virtus, que, apesar de ser um ótimo carro, foi recentemente incluído no Black. O problema, nesse caso, não está exatamente no carro em si, mas na canibalização dos preços. Essa política obriga o motorista a atender a todas as categorias, não só o Black.

Essa decadência do serviço, que a Uber certamente já percebeu com base nos índices de insatisfação dos passageiros, pode ser o motivo para o lançamento de uma nova categoria premium, com tarifas diferenciadas também para os motoristas. A Uber nasceu como uma empresa de transporte VIP, com um serviço de altíssimo nível, mas foi se flexibilizando ao longo do tempo até chegar ao ponto em que estamos hoje.

E você? Acha que faz sentido a Uber lançar uma nova categoria? Ou acredita que ela vai manter tudo como está, esperando para ver o que acontece? Como sempre, deixe sua opinião nos comentários. E no vídeo de hoje, ficamos por aqui. Um abraço e até o próximo encontro. Fui!

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Giulia Lang

Giulia Lang é líder de conteúdo do 55content e graduada em jornalismo pela Fundação Cásper Líbero.

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